Durante reunião do comitê de gestão da crise, na manhã desta quarta-feira (30), o prefeito Antídio Lunelli (MDB) e representantes da sociedade civil como Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) repudiaram a continuidade da paralisação dos caminhoneiros.
O prefeito reconheceu a legitimidade do movimento, que começou com a reivindicação de redução da carga tributária sobre o diesel, mas que desde o último domingo mudou de posição.
“Eu não concordo mais, não aceito mais, a partir do momento que houve uma negociação com o governo federal, que foram feitos acertos, onde o governo federal cedeu até onde pode ceder neste momento, pra mim dali pra frente tudo devia voltar ao normal”, manifestou o prefeito.
Tanto Lunelli quanto os presidentes da Acijs, Anselmo Ramos, e da CDL, Gabriel Seifert, avaliam que o movimento, de maneira geral, perdeu o foco.
Evitando prejuízos
A CDL de Jaraguá do Sul deixou de apoiar a paralisação e vem incentivando aos comerciantes manterem suas lojas abertas, movimentando a economia para evitar prejuízos ainda maiores.
“Somos contra qualquer tipo de manifestação porque já se perdeu foco. Claro que todo mundo é livre pra se manifestar, a gente apoia manifestações, mas que tudo tem um limite, então a greve realmente ela tem que encerrar porque a população está sofrendo bastante com isso”, declarou Seifert.
“A coisa está caótica desde ontem [segunda-feira, 29], as empresas já estavam fechando portas, parando linhas de produção, por falta dos insumos”, relatou Ramos.
A Acijs avalia que havia uma pauta do movimento até a semana passada, que houve negociação e que a pauta foi atendida ou atendida parcialmente, mas que de domingo para segunda-feira essa pauta já não existia mais.
“É uma pauta difusa, o movimento é difuso e nós não temos mais como apoiar nenhum tipo de ação nesse sentido”, disse o presidente da Acijs.
Ações enérgicas
Ramos defende a tomada de “ações enérgicas” para dissipar movimentos, principalmente em auxílio a manifestantes que participaram da greve mas que agora desejam sair e não estariam conseguindo, por conta de ameaças à integridade física e também ao seu patrimônio.
“Isso não é movimento de greve, isso é um movimento de anarquia que tem que ser colocado fim”, afirmou o presidente.
Nos últimos dias, a greve dos caminhoneiros acabou ganhando grande repercussão no país, atraindo simpatizantes à causa do movimento, contrário a alta carga tributária sobre o diesel.
No entanto, as manifestações ultrapassaram o movimento inicial, passando a protestar também contra os altos impostos dos combustíveis em geral e passou a reunir manifestantes insatisfeitos com diversas situações do país.
Entre os pleitos das novas manifestações, estão a reforma tributária, reforma política, críticas ao governo federal e à classe política de maneira geral, combate à corrupção e também pedidos de intervenção militar.
O prejuízo estimado à receita municipal de Jaraguá do Sul é de R$ 5 milhões, estima a Prefeitura. Já o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de Santa Catarina já teria reduzido em um terço, segundo informações do prefeito Antídio Lunelli.
Contraponto
O OCP tentou contato com lideranças do movimento em Jaraguá do Sul, mas representantes da categoria informaram que não iriam mais se manifestar à imprensa.
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