A intensa mobilização nas redes sociais contra as novas regras de monitoramento do PIX foi fundamental para que o governo recuasse.
Embora Lula e companhia – e seus defensores – insistam na ideia de que foram espalhadas fake news a respeito da medida, a preocupação da população nada tinha de infundada.
Afinal, se a nova medida não iria mudar nada, qual seria o sentido de colocá-la em prática? A verdade é que, principalmente trabalhadores informais, que já enfrentam enormes dificuldades para sobreviver, estariam muito mais suscetíveis a entrar na mira da Receita Federal.
Essa questão foi muito bem explicada no vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira, que somente no Instagram, teve quase 300 milhões de visualizações, uma marca impressionante.
As redes sociais, afinal, foram fundamentais para a mobilização da sociedade contra mais uma medida de vigilância contra o cidadão comum. E, por isso, não é difícil entender por que o sistema quer a todo custo censurar as redes.
É muito mais fácil controlar a narrativa quando apenas poucos veículos podem se pronunciar. Mas quando a sociedade tem liberdade para tratar e discutir qualquer assunto, respeitando as leis, é não é tão simples empurrar qualquer história goela abaixo.
Criminalização da opinião e censura
O problema é quando a mera opinião começa a ser criminalizada e qualquer divergência passa a ser tratada como fake news. O caso do PIX é um exemplo claro disso. De fato, ele não seria taxado (pelo menos inicialmente). Mas, sim, haveria uma fiscalização maior sobre as transações financeiras do cidadão comum.
E é perfeitamente legítimo fazer conjecturas acerca disso. Afinal, por que o governo quer ter tanto controle sobre movimentações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas? Para pegar grandes sonegadores? Não parece fazer sentido.
A preocupação de esmagadora maioria da população brasileira era legítima, principalmente considerando o histórico do governo Lula. E essa pressão popular foi fundamental para o recuo da medida. Mas até quando a população terá liberdade nas redes sociais?
Esta é uma pergunta incômoda e que deveria preocupar a todos, mas, infelizmente, aqueles que concordam ideologicamente com os censores de turno, não estão preocupados. Afinal, calar os adversários é sempre muito cômodo. O problema é o movimento pendular da história, que em algum momento atingirá a todos.
Assim como Robespierre, que cortava cabeças na Revolução Francesa, terminou tendo a cabeça cortada, quem defende a censura, um dia também será censurado.