Movimento Brasil Livre (MBL) criou o partido político Missão e adotou como lema: “Prendeu, matou”. O grupo esclarece que a frase significa prender ou matar os integrantes de facções criminosas, e não executá-los depois de presos.
Ainda assim, a ênfase na segurança pública consolida a nova fase do MBL, que deixou em segundo plano os apelos ao liberalismo econômico e elaborou um programa inspirado em Nayib Bukele, o presidente que conseguiu tornar El Salvador seguro depois de multiplicar a população carcerária do país.
No final de junho, o partido do MBL atingiu o número de assinaturas necessárias para obter o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso todas as demais etapas necessárias para a formalização do registro sejam cumpridas a tempo, a agremiação já estabeleceu que pretende lançar candidatos a governadores e deputados na maior quantidade possível de estados.
O novo partido tem dois nomes cotados para concorrer à Presidência da República: o apresentador Danilo Gentili e Renan Santos, coordenador nacional do MBL e presidente nacional do partido.
O programa do Missão não tem meios-termos: guerra total ao crime organizado, com a morte ou a prisão definitiva dos traficantes de drogas. Reorganização completa do sistema educacional do país. Eliminação de todas as favelas em no máximo 30 anos. Retirada do direito ao voto das pessoas que recebem bolsas do governo. Reforma do sistema de distribuição de financiamento para os partidos políticos.
O mascote do partido é uma onça amarela, seu número deve ser o 14 e suas propostas têm sido apresentadas ao longo de uma série de publicações que, somadas, vão compor o chamado Livro Amarelo – uma forma de ironizar tanto o Livro Vermelho, que reúne citações do ditador chinês Mao Tsé-Tung, quanto o Livro Verde, produzido a mando de outro ditador, o líbio Muamar Kadafi.
De acordo com Renan Santos, a comercialização do livro, que já conta com três fascículos publicados, representou a principal fonte de renda para que o partido se mobilizasse para alcançar as 547 mil assinaturas exigidas pela legislação. Mas por que criar uma agremiação? “Desde a gênese do MBL, desejávamos criar um partido. É o modelo que, no sistema atual, permite fazer organização política e participar de eleições. Idealizamos o Missão a partir de 2019 e passamos à implementação em 2023”.
*Com informações da Gazeta do Povo.