MDB e Cidadania lançam nome de Simone Tebet como pré-candidata ao Planalto

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Por: Bruno Gallas

25/05/2022 - 11:05 - Atualizada em: 25/05/2022 - 11:24

A Executiva Nacional do MDB oficializou nesta terça-feira (24) a indicação da senadora Simone Tebet (MS) como pré-candidata à Presidência da República. A Executiva Nacional do Cidadania, também reunida nesta terça, reafirmou apoio à pré-candidatura de Tebet.

Os partidos aguardam agora a decisão do PSDB, que marcou reunião para o próximo dia 2 a fim de definir se apoiará Tebet ou lançará candidatura própria.

As posições de MDB e Cidadania foram reforçadas um dia após o ex-governador de São Paulo João Doria anunciar que desistia de ser o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto.

Apesar de ter vencido as prévias tucanas, Doria enfrentava resistências dentro do próprio partido e nas demais siglas que negociam uma candidatura única.

MDB

Participaram presencialmente da reunião em Brasília, entre outros membros do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP), presidente da sigla; Confúcio Moura (RO), senador; Alceu Moreira (RS), deputado; Flaviano Melo (AC), deputado; Raul Henry (PE), deputado; Sergio Souza (PR), deputado; Celso Maldaner (SC), deputado; Enrico Misasi (SP), deputado; e Tadeu Filippelli (DF), ex-deputado federal. Outros emedebistas participaram de forma virtual.

“A reunião de hoje serviu apenas para demonstrar que há uma esmagadora maioria do MDB que defende a candidatura própria da senadora Simone Tebet. […] Acredito eu que a gente nunca vai buscar a unanimidade, mas hoje, pelo apoio da pré-candidatura, mais de 90% do MDB e dos convencionais declararam, abertamente, apoio à pré-candidatura da Simone Tebet”, declarou Baleia Rossi.

“Pra gente conseguir somar com os demais partidos, era muito importante que nós conseguíssemos reunir na reunião de hoje, como conseguimos, as grandes lideranças do MDB reafirmando a confiança e o entusiasmo na pré-candidatura da Simone Tebet. É mais um passo de consolidação dessa candidatura, que agora nos permite conversar com os demais partidos”, acrescentou o presidente do MDB.

Simone Tebet foi oficializada pré-candidata do MDB à Presidência em dezembro do ano passado. O nome dela dentro do partido, entretanto, não é consenso.

Líderes emedebistas da região Nordeste, por exemplo, defendem apoio do MDB ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já no primeiro turno das eleições. É o caso do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE).

As chapas que concorrerão oficialmente à Presidência da República nas eleições de outubro só serão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre julho e agosto, após as convenções partidárias nacionais.

Cidadania

Informalmente, o presidente da Cidadania, Roberto Freire, já havia firmado compromisso de apoio a Simone Tebet na última quarta. O tema, no entanto, ainda não tinha sido pacificado junto à executiva nacional da sigla.

A decisão é vista por integrantes da legenda como uma forma de pacificar divergências abertas durante as discussões de uma possível federação com o PSDB.

Durante as reuniões destinadas à aprovação da união com os tucanos, membros criticaram a aproximação da cúpula do Cidadania com o partido e a disposição da legenda em apoiar o então pré-candidato João Doria.

Em nota, o presidente do partido relembra a decisão de Doria em abrir mão da candidatura e diz que o PSDB abre mão da “cabeça de chapa para que o MDB se torne novamente uma grande frente democrática. E retome seu papel histórico”.

“Com Simone Tebet, MDB, PSDB e Cidadania dão um passo concreto na direção da manutenção da democracia com um programa comum: projetar o Brasil do Século XXI. Um encontro com o novo mundo digital, as novas relações sociais e de trabalho e os desafios que elas ensejam”, diz Freire.

“O centro democrático continua aberto ao diálogo com todas as forças que vejam na polarização um embate que empobrece o país. Gera fome e desemprego. Insufla o ódio. Divide famílias e sociedade. Coloca em risco nosso futuro. Uma polarização cujo legado poderá ser ainda a reeleição do pior governo que esse país já teve. Ninguém está aqui a dizer que uma ditadura como a de 58 anos atrás se avizinha. Mas a destruição de seus pilares está em curso”, prossegue o texto do partido.

Em busca da candidatura única

MDB, PSDB e Cidadania negociam uma candidatura única à Presidência em uma tentativa de furar a polarização entre as chapas de Lula e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que figuram nas primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto.

Na última semana, presidentes dos três partidos receberam os resultados de uma pesquisa contratada para ver qual, entre os nomes da terceira via, teria maior viabilidade eleitoral. O resultado não foi divulgado oficialmente, mas fontes apontaram a senadora Simone Tebet como “vencedora”.

Na reunião, os partidos combinaram de reunir suas executivas para ratificar o nome da senadora como candidata unificada do grupo. A cúpula do Cidadania também se reúne nesta terça.

Impasse no PSDB

No PSDB, a situação é mais complicada. O partido adiou a reunião da executiva nacional, também prevista para esta terça, após verificar impasse entre os filiados. O encontro foi reagendado para a próxima semana.

Com a saída de João Doria da disputa, uma ala tucana, liderada pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), passou a defender a apresentação de uma nova candidatura própria. O nome com maior força é o do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que foi derrotado por Doria na eleição interna do PSDB.

Bruno Araújo, presidente do PSDB, e o líder do partido no Senado, Izalci Lucas (DF), entre outros nomes da legenda, são contrários à apresentação de uma nova pré-candidatura própria e defendem o avanço das negociações com MDB e Cidadania.

Esse grupo dentro do PSDB avalia que João Doria fez um “gesto de grandeza” ao desistir da pré-candidatura, em favor da terceira via.

Sobre o racha no PSDB, o presidente do MDB disse acreditar que nenhum partido conseguirá unanimidade em torno de uma candidatura.

“Eu tenho convicção de que o PSDB conseguirá maioria absoluta para vir para este movimento do centro democrático. Vejo no presidente Bruno Araújo toda a vontade, o esforço para que a gente busque as convergências necessárias para que a gente tenha uma só candidatura, isso é importante pra que a gente não divida o centro democrático”, afirmou Baleia Rossi.

Com informações do G1.