O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta segunda-feira (5) de uma reunião com presidente do Chile, Gabriel Boric, em Santiago. O encontro faz parte de uma visita à capital chilena para uma viagem oficial de dois dias com outros 14 ministros.
Esse é o primeiro encontro de Lula com o líder chileno, em meio à tensão na política da América do Sul.
Em reunião privada, os dois chefes de estado discutiram sobre a polêmica vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais venezuelanas e possíveis acordos bilaterais. Entretanto, alguns diplomatas brasileiros dizem que a pauta sobre a Venezuela não está no centro das discussões.
Após a vitória de Maduro, Brasil e Chile não reconheceram, até o momento, a legitimidade da reeleição do chavista, e cobram as atas que comprovem a derrota do candidato opositor Edmundo González.
Segundo o líder chileno, é “difícil de acreditar” nos resultados das eleições venezuelanas. A postura do progressista levou a expulsão do embaixador chileno na Venezuela, Arévalo Méndez. Por outro lado, Lula, que é aliado de Maduro, defende a apresentação das atas, mas diz estar convencido de que não houve “nada de anormal”.
O balanço da reunião entre Lula e Boric foi apresentado durante uma coletiva de imprensa. Ambos, evitaram falar sobre a crise na Venezuela.
Em seu discurso, o presidente Lula disse que encontrou o Brasil e América do Sul” muito diferente” do que no seu governo anterior. Ele criticou a falta da “integração sulamericana” e o “retrocesso” que o Brasil sofreu nos últimos anos, em relação ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O Brasil saiu do apagão diplomático em que ele se submeteu de 2018 a 2022. O Brasil não tinha relações com ninguém e tratava de ofender os outros aliados, e ficou totalmente isolado. Houve um erro histórico e nós estamos tentar corrigir”, declarou o petista.
Acordo bilateral entre Brasil e Chile
Durante o encontro, Lula e Boric assinaram 17 acordos bilaterais em diversos campos, como ciência e tecnologia, direitos humanos, turismo, segurança cibernética e educação.
A ideia é expandir laços com o governo chileno e promover parcerias econômicas em áreas vistas como potenciais entre os dois países.
Boric elogiou os acordos com o Brasil e informou que aceitou o convite de Lula para fazer uma visita de estado ao país no próximo ano. “O encontro reflete a importância relação”, disse.
Ainda no Chile, Lula se encontrará com os chefes da Câmara dos Deputados, do Senado e da Corte Suprema do Chile.
* Informações da Gazeta do Povo.