Foi lançado na tarde desta quinta-feira (4), na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, o programa ‘Procuradoria da Mulher em Ação”. A iniciativa, pioneira no município, envolve alunos do 9º ano de escolas públicas e privadas e visa conscientizar os jovens sobre a necessidade de prevenção e combate da violência contra mulheres. O lançamento contou com a presença de autoridades, estudantes e professores.
A titular da Procuradoria da Mulher, vereadora Natália Lúcia Petry, afirmou que o lançamento do programa reafirma o compromisso do poder legislativo com a defesa da dignidade, da igualdade e da vida das mulheres. “A Procuradoria da Mulher foi criada para ser um espaço de acolhimento, de proteção, de promoção dos direitos femininos, mas também temos a missão de formar, orientar e educar, porque sabemos que a transformação social só acontece quando a informação chega às pessoas, em especial aos mais jovens”, destacou.
Alunos da Escola Municipal Max Schubert participaram do lançamento | Foto: divulgação/CVJS
Alunos do 9º ano da Escola Municipal de Educação Básica Max Schubert estavam presentes ao lançamento e assistiram a uma aula magna sobre o programa. Uma exposição montada pelos estudantes, envolvendo as disciplinas de Arte e Matemática, foi montada no espaço cultural do Legislativo.
A professora de Artes, Jaqueline Heloíse Modrock, explica que a exposição é resultado de um projeto que pesquisou letras de músicas que exaltam o comportamento masculino violento em relação às mulheres.
“A princípio se pensa que é somente o funk que tem essa vertente machista, de contexto violento, mas não, a gente encontrou músicas assim em vários outros gêneros”, conta, observando que muitas vezes gostamos do ritmo da música, mas não prestamos atenção à letra. “Ao realizar essa pesquisa, os alunos, principalmente as meninas, ficaram chocados com os conteúdos de muitas letras. Então, o meu trabalho com eles foi realmente em relação a essa consciência”. Ainda de acordo com a professora Jaqueline, o debate do tema em sala de aula levou à identificação de casos de violência doméstica dentro da própria família de alguns estudantes e situações nas quais eles mesmos são vítimas.
Nas aulas de Matemática, os alunos pesquisaram números ligados à violência contra a mulher e a casos de feminicídio, com a montagem de gráficos que também foram incluídos na exposição.
De acordo com informações do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) divulgadas no último dia 22 de agosto, toda semana, mais de 600 mulheres residentes no estado recorrem à Justiça para obter proteção. Apenas nos primeiros meses deste ano, o Judiciário catarinense julgou 106 casos de feminicídio, quase quatro por semana — número 36% maior em comparação a 2024.