A Justiça Federal do Distrito Federal autorizou nesta sexta-feira (23) o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, a ir para São Paulo tocar os seus negócios na capital.
Antunes é apontado pela Polícia Federal como a figura central do suposto esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do instituto.
As informações são do Jornal O Globo.
Alvo de mandados de buscas e apreensões, o empresário pediu permissão para sair de Brasília entre os dias 26 e 30 de maio e 16 e 20 de junho para “acompanhar atividades operacionais”, “fiscalizar a execução de obras” e “prospectar oportunidades de vendas” das empresas dos quais é sócio na capital paulista.
“No caso, em que pese ainda haver pendências de diligências investigatórias, não vislumbro qualquer fato que obste a autorização reivindicada. Ademais, nenhuma delas depende da presença física do investigado”, escreveu o juiz federal Frederico Viana ao autorizar a viagem doméstica de Antunes .
Em nota à imprensa, Antunes nega as acusações contra ele. “O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes nega as acusações que lhe têm sido feitas, está pronto para colaborar com as investigações, aguarda a finalização dos inquéritos e tem cumprido todas as determinações judiciais fixadas até o momento”, diz nota enviada neste sábado.
A Polícia Federal cumpriu ao longo da semana uma série de mandados de busca para confiscar bens do empresário, entre eles dois Porsches, um BMW, um Audi e uma Land Rover, avaliados em mais de 3 milhões, que estavam estacionados em um prédio comercial, em Brasília.
Um dos objetivos da medida é recuperar o dinheiro desviado no suposto esquema, que movimentou cerca de R$ 6 bilhões e fez mais de quatro milhões de vítimas entre os aposentados.
Segundo as investigações, Antunes é “sócio de uma miríade de empresas”, que recebiam recursos de associações e repassava parte dos valores a servidores do INSS.
Conforme a representação da PF, ele movimentou ao todo diretamente R$ 53,5 milhões provenientes de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações.
São 22 duas empresas listadas em seu nome nos ramos da consultoria, call center, incorporação, comércio varejista e atacadista e locação de veículos. Parte dessas empresas era usada nas relações com entidades que recebiam os valores descontados das aposentadorias, de acordo com a PF.