A Justiça da Bolívia emitiu nesta sexta-feira (17) um mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, em meio à acusações de violência sexual contra uma menor e tráfico de pessoas. O político não compareceu ao tribunal para responder às acusações, levando a medida.
Além do mandado de prisão, o juiz Nelson Rocabado decidiu também congelar as contas e registrar os bens de Morales, que governou a Bolívia de 2006 a 2019.
Ao final, a defesa do ex-presidente anunciou que entraria com pedido de liberdade.
As informações são da revista Veja.
O advogado de Morales, o ex-ministro Jorge Pérez, afirmou à imprensa que seu cliente é “inocente e perseguido político”, e que ele não teria sido notificado pela Justiça
“É por isso que o mandado de prisão e a acusação formal são ilegais; ele nunca foi notificado”, disse. “Eles deveriam nos mostrar que os auxiliares do Ministério Público chegaram na casa dele, isso não existe”.
O caso foi revelado no ano passado pelo atual ministro da Justiça da Bolívia, César Siles.
O ex-presidente é investigado pelos crimes de tráfico de pessoas e estupro de vulnerável; segundo o Ministério Público boliviando, o ex-presidente teve uma filha com uma adolescente em 2016, que foi registrada dois anos depois em um cartório de registro civil na cidade de Yacuiba, na fronteira com a Argentina, e cuja certidão de nascimento constituiria prova do crime. A vítima tinha 15 anos e ele 57 quando a suposta gravidez ocorreu.
Os pais da suposta vítima também estão envolvidos neste julgamento e são acusados de terem agido com cumplicidade e obtido favores políticos por meio dos laços da filha com o então presidente.
O pai da jovem está preso preventivamente e sua mãe foi declarada em rebelião após não comparecer à audiência para a qual foi convocada na terça-feira.