A Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que Domingos e Chiquinho Brazão mandaram matar Marielle Franco (PSOL), em fevereiro de 2018, para impedir que ela continuasse a prejudicar os interesses dos irmãos e para intimidar a atuação do PSOL, partido da vereadora.
As informações são do portal G1.
Segundo o órgão, a decisão foi tomada em razão de ações da legenda, que teriam prejudicado os interesses dos irmãos Brazão – interesses que iam desde nomeações para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) até a regularização de loteamentos irregulares em áreas dominadas por milícias na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Segundo o órgão, depois que o PSOL questionou a eleição de Domingos Brazão para o cargo de Tribunal de Contas do Estado (TCE), ele e o irmão determinaram que o miliciano Laerte Silva Lima se infiltrasse no PSOL para obter informações políticas sobre os integrantes do partido.
Mais tarde, em 2017, a legenda conseguiria impedir, na Justiça, a posse de um correligionário de Domingos Brazão para outra vaga de conselheiro no TCE.
De acordo com a PGR, os Brazão, entretanto, ainda não haviam decidido reagir de forma violenta ao PSOL por dois motivos:
- Primeiro, porque até então a legenda não havia atuado contra as políticas de regularização fundiária;
- Segundo, porque a principal liderança do partido na cidade, o hoje presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, tinha uma grande projeção política, o que poderia causar uma reação eficiente da polícia.
Laerte contou aos irmãos que Marielle havia convocado reuniões comunitárias na região de Jacarepaguá, onde os Brazão, segundo a PGR, tinham ligação com milicianos e desenvolviam atividades de grilagem.
A vereadora também recebeu denúncias de moradores de Rio das Pedra. Foi aí que, segundo o órgão, eles decidiram matar a vereadora, como forma de desencorajar qualquer oposição aos interesses econômicos da dupla, atender às necessidades de milícias das quais eram aliados, e intimidar o PSOL.
O que dizem os irmãos Brazão
Domingos Brazão
A defesa de Domingos Brazão foi informada, pela imprensa, sobre o oferecimento de denúncia relacionada ao homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes. A defesa constituída ainda não teve acesso à acusação e tampouco às colaborações, porém, ao julgar pelas notícias, a narrativa acusatória é uma hipótese inverossímil, que se ampara somente na narrativa do assassino confesso, sem apresentar provas que sustentem a versão do homicida.
Chiquinho Brazão
A defesa do Deputado Federal Chiquinho Brazão esclarece que ainda não teve acesso à Denúncia formulada pela PGR, como também ainda não conhece os termos das delações citadas no relatório da PF. Assim, ainda não é possível fazer um juízo de valor sobre as acusações.