Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

“Homem-bomba” de Brasília usava “pipe bombs”, diz PF – entenda

Reprodução/Polícia Federal

Por: Pedro Leal

17/11/2024 - 09:11 - Atualizada em: 17/11/2024 - 09:37

Pelo menos dez bombas caseiras foram apreendidas pela Polícia Federal em meio às investigações a respeito de Francisco Wanderley Luiz, o homem que se explodiu diante do Supremo Tribunal Federal na última quarta-feira (13).

As bombas foram encontradas no corpo de Francisco, na casa, e no trailer que ele alugou na capital federal, informou a PF.

As bombas eram o chamado “pipe bomb”, feito com canos de PVC recheados com pólvora, parafusos e porcas – o chamado “artefato completo”, no linguajar da perícia – contando com material explosivo, o detonador e mecanismos de acionamento que podem ser tanto remotos como manuais.

As informações são jornal O Globo.

Na sexta-feira, a PF colheu o depoimento do dono da loja que vendeu fogos de artifício a Wanderley Luiz por R$ 1.500. As compras foram feitas nos dias 5 e 6 de novembro.

A suspeita é que Francisco tenha adaptado os rojões para torná-los mais potentes e serem acionados de forma mais rápida.

Além de chaveiro, ele foi dono de bar e trabalhou como promotor de festas em Rio do Sul (SC).

Após ataque, Senadores defendem pacificação e regulamentação das redes sociais

Nesta quinta-feira, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que um dos focos da investigação é o “processo produtivo” dos artefatos explosivos. Segundo ele, as bombas artesanais tinham “grau de lesividade muito grande” e simulavam granadas. De acordo com a PF, a chuva forte no dia limitou o potencial dos explosivos.

Wanderley Luiz ainda carregava consigo um extintor de incêndio cheio de combustível – segundo a PF, isso poderia ser usado como um lancha-chamas.

Ele ainda deixou uma armadilha na gaveta de um armário da sua casa, com explosivos que foram detonados quando um robô tocou o móvel.

A Polícia Federal quer saber se o homem contou com a ajuda de uma terceira pessoa no seu suposto plano de atacar o Supremo. Um morador de rua, que costumava dormir perto do Congresso Nacional e mantinha contato com o Wanderley Luiz, foi ouvido pela PF nesta sexta.

Nos últimos dias, os policiais também ouviram a ex-mulher do homem-bomba, a dona da casa alugada por ele e alguns vizinhos. Em um vídeo sob avaliação da PF, a mulher diz que o plano do homem era matar o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Uma das linhas de investigação é que ele tramava invadir o Supremo, não conseguiu e se matou em seguida.

Imagens de câmeras da Praça dos Três Poderes mostram Wanderley Luiz lançando as bombas caseiras em direção ao prédio da Corte. Depois, ele se ajoelha e se deita em cima de um artefato, que dilacera parte da sua cabeça e da sua mão.

 

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).