Pela primeira vez, o governo de Donald Trump se manifestou oficialmente sobre o ministro Alexandre de Moraes (STF).
O Bureau de Assuntos para o Hemisfério Ocidental, vinculado ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, classificou como “censura” as decisões do magistrado brasileiro de multar plataformas digitais por não cumprirem ordens de bloqueio de perfis em redes sociais.
“O respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil”, diz a nota. “Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, afirma o órgão americano.
As informações são do portal Metrópoles.
A declaração ocorre depois que a Trump Media & Technology Group Corp, grupo empresarial de Donald Trump, entrou com uma ação contra Moraes em um tribunal americano.
Aberto na semana passada, o processo foi movido no distrito da Flórida, divisão de Tampa, em conjunto com a empresa Rumble.
No processo, a Trump Media e a Rumble argumentam que ordens de Moraes no âmbito extraterritorial causam “dano irreparável” e violam a liberdade de expressão, um dos princípios dos Estados Unidos.
No mesmo dia, o ministro determinou uma multa de R$ 8,1 milhões à rede social X, de Elon Musk, por descumprimento de decisão judicial que obrigava a plataforma a fornecer dados cadastrais do blogueiro Allan dos Santos.
Em julho do ano passado, Moraes determinou que a plataforma digital apresentasse os dados cadastrais do perfil vinculado ao jornalista, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A rede social de Elon Musk respondeu que “as operadoras do X não coletam dados cadastrais”.