Seis catarinenses, incluindo o governador Raimundo Colombo (PSD) e a ex-senadora e ex-ministra Ideli Salvatti (PT) figuram com mais quatro políticos na lista de 98 políticos citados em 74 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) nas delações de executivos da Odebrecht e que o relator da Operação Lava-Jato no STF, ministro Edson Fachin, determinou que sejam analisados por outras instâncias da Justiça.
Uma petição que cita o governador Colombo foi remetida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde são analisadas as ações que envolvem governadores. Segundo a denúncia, ele teria recebido R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), de forma não contabilizada para a campanha de 2010. Em contrapartida, teria se comprometido no caso de eleição em favorecer o Grupo Odebrecht em obras de saneamento em Santa Catarina. Por meio de nota, o governo catarinense informa que a empresa Odebrecht não tem nenhum contrato, obra ou projeto no Estado, não tendo sequer participado de licitações desde o início da atual administração em janeiro de 2011.
Assim como Colombo e Ideli, foram citados pelos delatores da Odebrecht o ex-vereador e ex-prefeito de Blumenau e atual deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD), que segundo os delatores teria recebido R$ 65,6 mil em 2004, quando era vereador em Blumenau, para facilitar o recebimento de faturas de serviços prestados e não pagos, e mais R$ 50 mil em caixa 2 quando foi candidato a prefeito de Blumenau em 2012. O caso envolvendo o nome do deputado estadual foi remetido ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, com sede em Porto Alegre.
Os casos envolvendo Ideli e o ex-prefeito de Joinville Carlito Merss (PT), reunidos em uma das petições – Carlito teria pedido R$ 300 mil, não declarados, para a campanha de Ideli ao governo estadual em 2010 – e os ex-prefeitos Jaison Cardoso de Souza (PSDB), de Imbituba, e Roberto Carlos de Souza (PSDB), de Navegantes, devem ser analisados em primeira instância na Justiça Federal em Santa Catarina, já que eles não gozam mais de foro privilegiado. Carlito, Jaison e Roberto Carlos eram citados nas planilhas de supostas doações da Odebrecht para mais de 200 políticos que vazou em março de 2016, assim como Colombo. Os nomes do então prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Junior (PSD), e do atual prefeito de Lages, Antonio Ceron (PSD) também apareceram na ocasião, mas eles não foram citados até o momento pelo Supremo.
Além de Kuhlmann, de Blumenau ainda são citados em inquéritos do STF na Lava Jato o atual senador Dalírio Beber (PSDB), o deputado federal Décio Lima (PT) e sua mulher, a deputada estadual Ana Paula Lima (PT). Dalirio e Napoleão serão investigados pelos crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro. O casal Lima, por falsidade ideológica eleitoral.
