Apesar da promessa de Lula de que “Alckmin não seria ministro”, o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin deve assumir o ministério de Indústria e Comércio. As informações são do Estado de São Paulo e do Jornal O Globo.
O convite a Alckmin veio depois de duas recusas de empresários da indústria — Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra.
Filho do vice-presidente José Alencar, morto em 2011, Josué é alvo de críticas de um grupo de empresários que quer destituí-lo da Fiesp. Ele disse a Lula que sobreviverá à crise, mas não poderia assumir o ministério como um “derrotado”, pois pareceria “refugiado” dentro do governo.
Pedro Wongtschowski, que apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) ao Palácio do Planalto, foi na mesma linha e, segundo apurou o Estadão, alegou não poder abandonar suas atividades.
Durante a campanha e a transição, Lula reiterou que Alckmin “não seria ministro” – Em 11 de novembro, Lula deu uma entrevista coletiva e garantiu que Alckmin não seria ministro:
“Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador (da transição) para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa vaga de ministro porque é o vice-presidente”, afirmou.
Poucos dias antes do segundo turno, num evento de campanha no teatro Tuca, em São Paulo, Lula traçou o perfil do seu ministro da Indústria e Comércio. Disse à plateia. “Eu quero um Ministério da Indústria e Comércio com um cara entendido em Comércio e saiba vender os produtos do Brasil lá fora. Quero um mascate” – o perfil não exatamente bate com o de Alckmin, com mais histórico na área orçamentária do que com comércio própriamente dito.
Desde que saiu do PSDB e aceitou ser vice de Lula, filiando-se ao PSB, Alckmin tem feito reuniões com empresários e especialistas em orçamento. Munido de um caderno universitário, o ex-tucano sempre anota as respostas às suas indagações sobre os problemas do País.
Alckmin também era cotado para Fazenda e Defesa – As pastas, porém, já têm titulares anunciados – Fernando Haddad e José Múcio Monteiro, respectivamente.
Em janeiro deste ano, o presidente do PT paulista, Luiz Marinho, mostrou desconforto com a aliança entre Lula e Alckmin. À época, Marinho disse ao Estadão que o ex-governador precisaria se mostrar “engolível” se quisesse ser vice na chapa do PT.