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França planeja criar prisão de segurança máxima para terroristas e traficantes na Amazônia – entenda

Foto: Pixabay

Por: Pedro Leal

20/05/2025 - 21:05 - Atualizada em: 20/05/2025 - 21:27

O governo francês planeja construir uma prisão para traficantes de drogas e radicais islâmicos próxima a uma antiga colônia penal em seu território ultramarino da Guiana Francesa, segundo informações da emissora alemã Deutsche Welle.

O centro de detenção de segurança máxima fará parte de uma prisão de 450 milhões de dólares (R$ 2,5 bilhões), com capacidade para 500 detentos. A construção do presídio está prevista desde 2017, mas a instalação não tinha objetivo de receber prisioneiros de segurança máxima da França continental.

A unidade será inaugurada em 2028, em meio à selva amazônica, no município de Saint-Laurent-du-Maroni, disse o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, em declarações publicadas neste domingo pelo periódico Journal du Dimanche.

“Sessenta vagas, um regime prisional extremamente rigoroso e um objetivo — retirar de circulação os perfis mais perigosos envolvidos no tráfico de drogas”, declarou Darmanin.

Segundo o Ministério da Justiça, das 60 vagas, 15 serão reservadas a condenados por radicalismo islâmico.

Segundo o ministro, a localização isolada da prisão na selva amazônica “servirá para isolar permanentemente os chefes das redes de tráfico de drogas” de suas redes criminosas.

A Guiana Francesa é o território francês com o maior índice de criminalidade proporcional à população, com um recorde de 20,6 homicídios por 100 mil habitantes em 2023 — quase 14 vezes a média nacional.

O município de Saint-Laurent-du-Maroni, por sua vez, é tido um ponto estratégico devido à proximidade com Suriname e o Brasil – segundo o governo francês, muitos passageiros tentam embarcar voos para o aeroporto de Orly, em Paris, transportando cocaína — seja na bagagem, seja dentro do corpo.

O município também foi o local do notório Campo Penal de Saint-Laurent-du-Maroni, uma colônia penal que operou do meio do século 19 até meados do século 20

. A região abrigou prisioneiros políticos franceses emblemáticos, muitos levados para a Ilha do Diabo. A prisão funcionou por um século e foi retratada no best-seller francês Papillon, posteriormente adaptado para dois filmes.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).