O episódio da festa de aniversário de Florianópolis patrocinada pela Ambev em 23 de março do ano passado segue rendendo polêmica na Câmara de Vereadores de Florianópolis. Na sessão desta segunda-feira, repercutiu a informação de que o presidente da Casa, Guilherme Pereira (MDB), foi convidado a prestar depoimento na Polícia Civil sobre o caso. Quer receber as notícias no WhatsApp? Clique aqui Uma investigação tenta descobrir desde o ano passado quem teria sido o autor do dossiê apócrifo contra o empresário Doreni Caramori Junior, que resultou até mesmo em abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Legislativo, mas acabou arquivada. "Eu, como outras pessoas, fui prestar esclarecimentos sobre os tramites da Casa quando chega algum documento. Não teve nada demais", defendeu o presidente Guilherme Pereira. Em resposta ao vereador Afrânio Boppré (PSOL), o presidente disse ainda que não foi intimado como suspeito, mas como testemunha para prestar esclarecimentos, e completou que providenciará a instalação de câmeras no prédio do Legislativo para evitar que novo documento seja entregue em anonimato. Não satisfeito com a explicação dada pelo presidente no início da sessão, o vereador Afrânio retomou a discussão no seu tempo de tribuna. Ele criticou o fato de a CPI ter sido arquivada sem esclarecimentos sobre a polêmica. "Eu quero saber qual é o rolo que está naquele contrato. Mas, também quero saber quem fez aquele envelope (carta apócrifa que foi entregue na Câmara). Ali tem informações detalhadas de gente que tem poder e conhecimento", argumentou Afrânio. Em meio à fala do vereador, outros parlamentares solicitaram a reabertura da CPI para investigar as informações trazidas à tona pelo dossiê anônimo e para esclarecer os novos depoimentos prestados à polícia. Mais uma vez, o presidente tentou encerrar a discussão pedindo para "não polemizar o fato". Os vereadores Miltinho Barcelos (DEM) e Renato Geske (PR) saíram em defesa do empresário que também é ex-secretário-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Capital, Doreni Caramori Junior. "Doreni não foi tirado do cargo, ele pediu para sair. Foi uma perda para a cidade", defendeu o vereador Miltinho que é do mesmo partido que o ex-secretário. Um inquérito civil também está em curso no Ministério Público com a finalidade de apurar "eventuais irregularidades relacionadas ao evento de comemoração do aniversário de Florianópolis".