Jaraguá do Sul ganhou uma aldeia indígena. A notícia inusitada foi apurada pelo vereador Rodrigo Livramento (NOVO). Em entrevista ao OCP, ele contou que buscou informações sobre a área indígena instalada na localidade do Manso, no bairro Santa Luzia, após ficar sabendo de um boato de um morador da região. Apesar de não haver um número exato de índios a serem instalados no local, a aldeia pode abrigar até 1.000 pessoas.
Livramento conta que ficou surpreso ao confirmar a informação com muita dificuldade. Segundo ele, não havia registros oficiais da criação da tribo em Jaraguá do Sul. Porém, o cacique Ronaldo Costa, da aldeia Tiaraju, procurou a Prefeitura e comunicou a instalação da aldeia no município.
“Nós buscamos informações e não encontramos absolutamente nada. Então, ouvimos falar que o cacique foi até a Prefeitura e, para a nossa surpresa, eles já instalaram a aldeia indígena em Jaraguá do Sul, algo que não era visto desde a época dos colonizadores”, frisa Livramento.
Até 1.000 índios
O vereador afirma que ainda é necessário buscar mais informações para resolver esse verdadeiro quebra-cabeça. Ele foi até a aldeia localizada às margens da BR-280, pois a nova área seria uma compensação do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) pela obra de duplicação da rodovia.
“O que é surpreendente é o DNIT cumprir uma promessa. E parece que eles cumpriram mesmo. Eles foram lá e compraram o terreno para esses indígenas. Há décadas eles prometem a finalização das obras da duplicação da rodovia e falam do projeto do contorno ferroviário”, pondera.
Livramento destaca que, ao conversar com o cacique, foi informado de que a aldeia poderia receber indígenas da etnia guarani até da Argentina. O número de índios que podem ocupar a nova área pode chegar a 1.000.
“Conversamos com a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] e os representantes nos disseram que não tem planos de quantos indígenas podem ser instalados no local. Porém, eles não podem mandar na terra que foi dada para os indígenas e esse número pode variar bastante. Em uma conversa gravada com o cacique, o número de indígenas pode chegar a 1.000”, destaca.
Agora, os indígenas buscam a infraestrutura necessária para se instalarem na área, mas não há infraestrutura. Desde os anos 70, eles estão em Araquari recebendo promessas de saneamento, energia e escola. Porém, nem a demarcação das terras conseguiram.
“Hoje, eles dependem principalmente de programas sociais, como o Bolsa Família. Eles não têm infraestrutura ou capacidade para fugir dos problemas sociais que já vivem em Araquari. Ao que tudo indica, isso vai se transformar em um problema social de Jaraguá do Sul e que vai afetar toda a comunidade jaraguaense. O Governo Federal, que fez essa instalação, está lavando as mãos e dizendo que não é responsabilidade deles”, finaliza, ao ressaltar que fez pedidos de informação para o DNIT quanto, para a Funai e o Ministério Público Federal.
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