Ex-diretor da PRF nega interferência no 2º turno das eleições

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agencia Brasil

Por: Luan Tamanini

20/06/2023 - 13:06 - Atualizada em: 20/06/2023 - 13:24

Investigado por supostamente tentar interferir na votação do 2º turno das eleições presidenciais de 2022, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi ouvido nesta terça-feira (20) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro. Em depoimento, o ex-policial, que chefiava a PRF durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), negou as acusações.

Segundo ele, a “Operação Eleições” – que fez uma série de blitze pelo país no dia dia 30 de outubro, quando os eleitores foram às urnas para o 2º turno das eleições – teve como objetivo evitar possíveis crimes eleitorais.

Ao todo, foram registrados centenas de bloqueios para inspecionar vans e ônibus – contrariando decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia proibido operações que afetassem o transporte de eleitores, gratuito naquele dia em várias cidades. Com isso, vários eleitores se atrasaram, e o horário de votação precisou ser estendido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Dados da PRF encaminhados à Controladoria-Geral da União (CGU) mostraram que 2.185 ônibus foram fiscalizados no Nordeste entre os dias 28 e 30 de outubro, região onde o presidente Lula venceu no primeiro turno e tinha favoritismo para o segundo. O número foi superior aos registrados nas demais regiões: 893 no Centro-Oeste, 632 no Sul, 571 no Sudeste e 310 Norte – o que chamou a atenção e gerou suspeitas de uma possível interferência da PRF nas eleições.

O que disse o ex-diretor

Durante depoimento, Silvinei afirmou ser impossível que a operação interferrise no resultado das eleições. “Temos 13 mil policiais, grande parte dos nossos policiais também eram eleitores do presidente Lula”, disse. “Além disso, é um crime impossível, que não ocorreu, não tem como. Como falaríamos com 13 mil policiais explicando essa forma criminosa sem ter uma conversa de WhatsApp, Telegram, sem uma reunião, sem nenhum email enviado?”.

O ex-diretor afirmou ainda não seria possível articular a ação sem vazamentos. “Número grande desses policiais é de ideologia progressista, de esquerda. Será que, desse grande efetivo, nenhum participou ou viu no corredor alguma coisa? Não tem como fazer uma situação dessa, envolver policiais no Acre, Amapá, Rio Grande do Sul sem ter uma simples conversa de corredor”.

Vasques foi demitido em dezembro de 2022. Atualmente, é réu por improbidade administrativa devido à operação realizada no dia do 2º turno.

 

 

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