Passados três anos à frente da prefeitura da maior cidade do Estado e com uma eleição municipal batendo à porta, o OCP realizou uma entrevista exclusiva com o prefeito de Joinville Adriano Silva. Atualmente, Silva é um administradores municipais em maior evidência em Santa Catarina e no Brasil.
Já em 2020, foi a surpresa das urnas em Joinville: Adriano, por sua vez, um novato na política, se elegeu pelo partido Novo, um partido contemporâneo e pequeno. Foi o único prefeito eleito pela sigla em todo o País.
Agora, com seu jeito “novo” de gerenciar a prefeitura da maior cidade de Santa Catarina, Adriano continua em evidência. Embora apenas com 45 anos, trouxe todo seu conhecimento da área empresarial, onde atuou grande parte de sua vida, para dentro do setor público.
Nesta entrevista, o prefeito fala de quando assumiu a prefeitura com as dificuldades durante o auge da pandemia, as obras que realizou, as áreas que são prioridade, o planejamento a curto e longo prazos.
Questionamos também Adriano Silva sobre a relação estreita e direta com outro destaque nacional do Novo, o governador de Minas Gerais Romeu Zema. E como não poderia faltar, falamos ainda sobre seus planos para concorrer à reeleição em 2024 e até se pensa, em um futuro não muito distante, de se arriscar ao governo do Estado em 2026.
Confira a entrevista:
O senhor tem ganho destaque não só em SC, como no Brasil, por ser o único prefeito eleito pelo partido Novo no País. Assim como Romeu Zema em MG, o seu governo vem chamando a atenção, inclusive de outros partidos. É a forma de governar do Novo? Qual é o principal diferencial, na sua opinião, dos demais partidos?
Adriano Silva – Em primeiro lugar, foi uma grande satisfação estar com o governador Zema na visita dele a Santa Catarina [em maio], principalmente em acompanhá-lo nas cidades da região Norte, onde fomos muito bem recebidos. É importante dizer que o Novo é um partido formado por pessoas que comumente não participavam da política, mas que perceberam no partido como uma plataforma onde podem acreditar em projetos e valores em comum e se lançar para fazer uma política diferenciada.
Tanto que eu e o governador Zema batemos nossas histórias. Elas são bastante similares no formato como tudo aconteceu. Os dois participaram de campanhas em que, matematicamente, parecia impossível vencê-las. Estávamos concorrendo em momentos diferentes, com grandes políticos de carreira, e nós completamente desconhecidos no mundo político. Isso foi muito comum entre nós.
Também somos dois empresários que saíram de uma indignação em relação ao Brasil, em relação a política que vinha e vem sendo conduzida no País. O Brasil tem um potencial gigantesco, é um país com um povo maravilhoso e por causa da politicagem, porque eu gosto de falar dessa forma, a gente sofre consequências de crises econômicas recorrentes que prejudicam os negócios, a geração de emprego e as oportunidades. E isso me gerou muita indignação.
Foi em 2015, com a crise Dilma, que me deu uma baque e que eu disse:”não aguento mais viver crises econômicas causadas pela política brasileira. De novo, vou ter que fazer uma demissão em massa na empresa, uma redução de quadro, não por incompetência minha, do meu time ou mercadológica, mas por uma questão política nacional.” E enquanto isso, todo resto do mundo crescia.
Por incrível que pareça, em 2015, o Zema também sofreu as consequências daquela crise e também, por indignação, começou a abrir o olho. Uma das frases que eu gosto de usar é: “A gente até pode ignorar a política, mas as consequências dela, a gente não ignora”. É muito comum os empresários brasileiros falarem que a política “não é comigo e vou tocar meu negócio, não quero me envolver na política”, mas ela os envolve sem participar ou não. Inclusive o Zema usou um exemplo:”quanto vale hoje uma empresa na Venezuela?”.
Quando a gente passa a entender isso, que as lideranças – eu digo de todas as esferas, não só empresariais – começam a perceber a política como um ato normal e natural do ser humano e que se faz prioritária dentro de um sociedade, é que começa um movimento de mudança. Essa é uma trajetória que a gente participou e que conseguimos vencer. O Zema foi o primeiro governador e eu o primeiro prefeito eleito pelo partido Novo.
Também uma diferença, talvez de outros partidos – inclusive, eu desconheço que outros façam isso – é esse compromisso da gente trazer pessoas técnicas para fazerem parte da composição do processo de liderança da prefeitura. Como eu não tinha um time já pré-formado com a eleição sendo postergada por causa da pandemia, eu tive só o mês de dezembro de 2020 para fazer o governo de transição.
Imagine a loucura, você assumir um negócio dessa magnitude que é prefeitura de Joinville com mais de 13.500 servidores e tendo menos de 20 dias para se preparar um time e, em 1º de janeiro, assumir a prefeitura.
Nós montamos um processo seletivo e via esse processo tivemos acesso a muitas pessoas que eu desconhecia, foi fantástico. Via processo, tivemos acesso a currículos, a experiências e montamos assim o primeiro escalão do governo. E eles, por consequência, depois, também por análise de currículo – tivemos mais de 23 mil inscritos – nos deram a capacidade de montar um time.
Não se faz um governo sem um grande time e essa equipe vem fomentando cada vez mais o trabalho do bom servidor. Porque hoje, 65% das lideranças que eu tenho dentro da prefeitura são servidores de carreira. A gente está valorizando o servidor de carreira quando o promove a um cargo de liderança pela sua competência: não por uma questão ideológica partidária, mas por competência profissional.
Sempre acreditei que o resultado de um bom trabalho é o resultado de um bom time. Tanto eu quanto o governador Zema temos orgulho dos times que montamos à frente dos nossos governos.
Nesse tempo em que está na Prefeitura de Joinville, indo para o quarto ano, o que conseguiu executar dentro do que se propôs em seu plano de governo?
Adriano Silva – O que eu mais vejo de transformador foi o resgate do orgulho do joinvilense pela sua cidade. E isso se dá por vários motivos. Não é uma obra que resgata o orgulho. O sentimento de pertencimento da população faz com que a cidade corresponda em vários pontos aos joinvilenses, na saúde, educação, infraestrutura.
Um dos pontos que é fundamental e que foi destaque na pesquisa de satisfação do nosso governo foi a zeladoria, deixar a cidade bonita novamente. Inclusive, logo no início [do governo] fui criticado por algumas pessoas que comentavam, me chamavam o “Prefeito da flor”. Mas a gente estava resgatando um dos principais valores da nossa região. Nossa região e os catarinenses têm orgulho de suas cidades serem organizadas, limpas e seguras. O ambiente bem cuidado é um ambiente seguro. Uma praça bem cuidada vai atrair famílias e crianças e isso é das coisas que eu tenho mais orgulho.
Além disso, tenho orgulho dos resultados alcançados na educação. Joinville já tinha uma educação muito boa e digo que sempre foi uma joia e que o processo que estamos é de lapidação, trazendo as melhores metodologias de aprendizagem e de valorização dos servidores e profissionais.
Isso faz com que a gente possa ter um salto ainda maior. Temos um desejo de não só mais sermos referência nacional, mas sermos referência internacional de um país em desenvolvimento. Mostrar que temos, sim, qualidade de ensino num país que ainda tem suas dificuldades como o Brasil.
O senhor falou sobre a educação e a forma como está sendo conduzida em Joinville. Como a cidade se tornou referência no Estado nesta área?
Adriano Silva – Do ranking da 10 escolas com maior nota no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] de Santa Catarina divulgado ano passado, seis são joinvilenses. Inclusive, o primeiro lugar do ranking [Escola Municipal Adolpho Bartsch] e o segundo são escolas de Joinville [Escola Municipal Pastor Hans Muller]. Isso para uma cidade grande realmente é um fato muito importante, porque temos mais de 160 unidades escolas, milhares de professores e mais de 77 mil alunos.
Manter a qualidade de aprendizagem sistêmica em toda rede é fundamental e importante. Esse trabalho que a gente vem desenvolvendo busca justamente criar uma educação que transforma.
Para isso, nós criamos programas em várias frentes. Primeiro, foi a requalificação dos professores. Voltamos a ter programas contínuos para que os educadores tenham acesso ao que há de melhor em termos de aprendizagem, de tecnologia e de didática. Temos tempo recorde de professor em sala de aula e professores dando aula para professores, porque temos muitas referências internas que podem estar repassando seus conhecimentos.
Outro ponto foi o investimento em infraestrutura. Aqui estamos falando de tecnologia, Wi-Fi em todas as escolas, que antes não se tinha acesso em todas. O que adiantava falar de robótica se não tinha acesso ao mundo [virtual]. Então a gente criou essa infraestrutura básica. Hoje temos salas de robótica em praticamente todas as escolas. Compramos mais de 20 mil Chromebooks para os alunos terem acesso a um equipamento feito para os estudantes.
Mas acima de tudo, foi a formação de mais de 80 professores com tecnologia. Porque um erro grave que se cometia antes é que se comprava a tecnologia e não se capacitava os professores para utilizá-la. O profissional precisava de preparo para todas essas mudanças. Hoje temos esse olhar, porque a aprendizagem se dá com um bom profissional, um bom professor.
O concurso público que acabamos de fazer foi um concurso dificílimo. Inclusive, recebi críticas de pessoas que participaram das provas e que reclamaram da dificuldade. Mas para termos professores altamente capacitados e bons profissionais, começa pela seleção. Existe um estudo mundial que mostra que o ambiente escolar é importante, mas mais importante é o professor preparado para conduzir a educação dos alunos. É isso que faz a grande diferença.
Também com a ajuda da Câmara de Vereadores fizemos uma reestruturação, quase que uma reengenharia no modelo de valorização dos profissionais. Criamos uma premiação extra, composta pelo alcance de metas dentro da rede escolar, e que valoriza todos os profissionais da educação, de acordo com os índices buscados. Para isso, fazemos uma análise trimestral do resultado dos nossos alunos. Porque não adiantar analisar igual ao Ideb, a cada dois anos. Uma criança em dois anos passa por muitas mudanças, é muito tempo.
Se eu percebo que o aluno não acompanhou a aprendizagem, em dois anos ele já perdeu muito tempo, e é tempo que não volta mais. Mas, em três meses, podemos perceber se a criança não está acompanhando sua turma e já fazemos uma aula de reforço. Ela volta com a autoestima elevada, porque ela vai acompanhar essa turma. Se tem uma dificuldade com algum professor, a gente consegue identificar pela sala de aula.
Temos esse programa implementado desde 2021. A cada três meses aplicamos essa prova comum a todos os alunos, conforme suas idades e turmas, para que a gente possa alinhar as expectativas do que se espera de um aluno em decorrência de sua fase. Isso está trazendo excelentes resultados para nossas escolas. Esse nosso programa faz com que também possamos diminuir a evasão escolar, pois o programa de reforço ajudou a restabelecer mais de 50% dos alunos para o seu período escolar adequado. Foi transformador para estes alunos.
Também temos estudantes que participaram de campeonatos de robótica ganhando prêmios estaduais e que eram de extrema vulnerabilidade social. Com isso, estamos criando uma caixinha de oportunidades. Temos aqui um lema de que toda criança tem o seu talento e cabe a nós detectarmos e criarmos as oportunidades para elas. Temos ainda o programa trilhas da educação, em que oferecemos atividades no contra turno escolar. Fizemos convênios com entidades que tenham capacidade do ensino extracurricular como cultura, esporte e outras áreas.
Com 2024 batendo à porta, como estão seus planos para as eleições municipais? O senhor é candidato natural à reeleição à Prefeitura de Joinville? Há possibilidades de alianças com outros partidos, já que em 2020 o Novo foi de chapa pura?
Adriano Silva – Nas primeiras eleições que participamos, que também foi comum ao Zema em Minas, sendo um partido pequeno e muitas vezes não acreditado de que iria chegar a ganhar, montamos uma chapa única, pura. Eu e a Rejane Gambim [vice-prefeita] realmente fazemos uma grande dupla. Ela encarou esse desafio sendo uma vice-prefeita extremamente ativa. Acompanha todos os pontos e temas da cidade, me substitui em várias situações.
Isso também é uma maneira de fazer uma política diferenciada, porque o vice pode e deve ter uma responsabilidade pelo qual ele foi eleito e ter uma participação ativa. A Rejane tem feito isso com muita maestria. Muita gente pergunta se a gente nunca brigou, ou discutiu, e eu respondo que não. Nós trabalhamos desde 2019, quando passamos pelo processo seletivo [interno do Novo], para sermos candidatos e desenhamos juntos o plano de governo, com mais 60 voluntários. Hoje já estamos chegando a quase quatro anos de trabalho conjunto. Isso, porque, o alinhamento do propósito do trabalho é o mesmo. Estou muito contente com a equipe que formamos.
A reeleição se faz necessária por conta do Brasil ser um país muito burocrático e acaba que quatro anos é pouco tempo para se fazer as realizações. Mas entendemos também que a política não se faz sozinha. Temos uma Câmara de Vereadores extremamente ativa em relação a posições da cidade. Temos a maioria dos vereadores conosco nas votações, mas não por troca de favores ou cargos, mas porque discutimos os projetos em comum e temos um propósito alinhado.
Obviamente, a partir do momento em que a gente pensa em formar um grupo de reeleição, não posso deixar de fora pessoas que fazem parte do time do governo e que são de outros partidos. Não é porque são de outros partidos que não estão alinhados e ajudando a promover uma Joinville melhor.
É essa composição que a gente vai fazer, criar um grande time, trazer pessoas próximas e partidos próximos que tenham alinhamento ideológico comuns que continuam sendo os mesmos: melhorar nossa cidade.
Quais seriam os partidos que estariam mais alinhados com o Novo para as próximas eleições?
Adriano Silva – Neste momento, temos uma análise muita específica em lideranças pessoais. Alguns até são alinhados a partidos e outros estão pensando em mudança e ainda tem partidos que estão em processo de união e configuração nova para o ano que vem, aí fica muito difícil da gente falar em termos de siglas.
Mas uma coisa eu deixo muito claro: serão partidos de direita e centro direita. Jamais um partido de esquerda estará alinhado conosco, porque um partido de esquerda não tem qualquer alinhamento de propósito em relação as nossos ideais liberais, de liberdade econômica, diminuição do Estado. Então, obviamente que a gente tem que buscar lideranças e partidos que tenham alinhamentos com nossos princípios e valores.
E falando sobre planejamento, sabe-se que o setor público é mais burocrático e que um prefeito quando assume uma prefeitura leva um ano para arrumar a casa. Depois, corre os outros três para colocar em prática suas ações. Como estão seus planos para o município para este ano e o próximo ano e, quem sabe, depois de uma futura reeleição? O que tem no seu radar para realizar em Joinville?
Adriano Silva – Logo que assumimos a prefeitura de Joinville foi um ano de formar nosso time, de conhecer os processos. Mas não esquecendo que 2021 estávamos na maior crise de saúde do mundo na história recente da humanidade, que foi a pandemia da Covid. Não só tivemos a dificuldade de criar um time no meio de todo esse caos, como também administrar isso e fazer com que a prefeitura andasse.
Uma das grandes dificuldades que encontramos foi de que haviam pouquíssimos projetos executivos para serem executados de obras de infraestrutura. Quando você retoma e faz esses projetos executivos do zero, leva-se de um ano e meio a dois para começar a licitar e executar projetos que foram idealizados por esse time atual.
Uma de novas metas é criar um banco de projetos. Estamos fazendo muitos projetos executivos de dezenas de obras para que a gente possa deixar isso para futuros governos. Para que possamos deixar como um legado, para que não se perca tanto tempo na montagem de projeto e sim já se possa licitar e executar. Temos dezenas de ruas sendo projetadas para pavimentação e esse é um ganho da nossa administração.
Joinville tem uma dificuldade com asfalto nos bairros. Temos bairros em que ainda 90% das ruas ainda são de barro, temos quase 600 quilômetros de ruas urbanas em barro na cidade, esse é um déficit difícil de se alcançar em curto prazo de atendimento e é uma dor do joinvilense. Pretendemos avançar bastante com esses projetos e é por meio de financiamento que a gente vem buscando isso.
Também tem obras de infraestrutura de pontes importantes. Temos o projeto de uma ponte gigantesca, a Ponte Joinville que cria um eixo Leste e Norte-Sul [do bairro Adhemar Garcia, conectando com o bairro Boa Vista]. Joinville tem um fluxo diário em que muitas pessoas moram na região Sul e trabalham na região Norte, porque boa parte das indústrias estão naquela região. Temos esse fluxo igualitário de horários.
Criamos um plano de mobilidade para o eixo Leste e Norte/Sul e estamos desenvolvendo áreas industriais nas regiões Sul e Sudeste, criando também ambientes de trabalho nestas regiões hoje em que as pessoas dependem do emprego do outro lado da cidade. Com isso, pretendemos buscar de fato o que a gente chama de cidade inteligente, “a cidade de 15 minutos”, onde se pode morar , estudar e trabalhar no mesmo bairro. Joinville ainda não tem esse modelo, mas estamos trabalhando para isso.
Sendo prefeito da maior cidade de SC, vizinha de outros municípios com economia também muito forte como Jaraguá do Sul e Blumenau, na sua opinião, esses municípios têm a atenção que merecem dos governos estadual e federal?
Adriano Silva – Joinville é maior cidade de Santa Catarina. Crescemos em plena pandemia. Mas não por isso que é uma cidade que tem uma prefeitura rica. Hoje temos um hospital municipal e 30% dos atendimentos desse hospital [São José] são de pessoas de fora de Joinville. E a tabela SUS não é reajustada desde 2008. Então, obviamente que todo o equilíbrio econômico desse hospital é feito pela fonte de recursos municipais. Enquanto a média nacional de investimento dos municípios gira em torno de 22%, Joinville está batendo os 40%.
Com isso, acaba faltando recurso para outras áreas, como expliquei antes para o asfalto na cidade. Então esse é um apelo que a gente fez já ao governo estadual anterior, do governador Moisés que sempre me dei muito bem, e que também foi um apelo que fizemos a todos os candidatos ao governo do Estado em 2022.
O governador Jorginho deu a palavra que iria ajudar a cidade de Joinville justamente para custear o hospital. Ele está cumprindo, estamos em trâmite de assinar o convênio com Estado que vai repassar o equivalente a 20% para custear a folha de pagamento do hospital. Temos uma boa proximidade com o governo e inclusive com a vice-governadora [Marilisa Boehm], que é joinvilense. Será uma grande ajuda para o maior município do Estado.
Somos o que mais contribui para o rateio do ICMS e hoje não somos o que mais ganha. Então hoje precisamos ter esse equilíbrio. Se a tabela SUS tivesse sido reajustada durante todos esses anos, a gente não estava aqui discutindo essas dificuldades para o custeio da saúde no município. O custo do Hospital São José hoje é uma injustiça para o município manter sozinho.
Para finalizar, avançando um pouco mais no tempo, para além da eleição de 2024. Seu nome também é citado nas rodas políticas como forte candidato ao governo estadual em 2026. Como o senhor encara essa possibilidade?
Adriano Silva – Esse é um questionamento bem recorrente do nosso dia a dia. Eu fico lisonjeado, primeiro pelas pessoas reconhecerem o trabalho que vem sendo feito. Mas eu entrei na política por uma dor muito comum, que era o sentimento de ver a minha cidade da forma como eu não queria. Eu entrei para ser prefeito.
Não tomei a decisão se pretendo seguir uma carreira política. Qualquer posição que eu venha a tomar para um outro cargo, isto já seria criar uma carreira política e isso sai totalmente hoje daquilo que planejei inicialmente. Por hora, estou totalmente focado na prefeitura de Joinville.
Existem vários convites para o futuro. Mas como eu falei, é uma decisão diferente daquele propósito de quando eu entrei na política, que era o empresário que estava indignado com a situação da cidade e resolveu mudar. Qualquer outro cargo que eu venha assumir, que não seja o de prefeito, seria seguir uma carreira política.
Isso, de fato, não tenho certeza de que eu desejo. Inclusive, tem a questão pessoal, se consigo encaixar isso com a minha vida pessoal. Minha família é algo muito precioso para mim – minha esposa, assim como meus dois filhos – pois me faço muito presente, e então, isso também é muito importante considerar.