Entrevista especial: “Nossas metas são pavimentação e a Saúde, principalmente o hospital”, disse Tassi

Foto Eduardo Montecino/OCP

Por: Elissandro Sutil

23/12/2017 - 06:12 - Atualizada em: 23/12/2017 - 22:01

O governo do prefeito de Massaranduba, Armindo Sésar Tassi (PMDB), começou após um período de incerteza sobre sua posse, mesmo após o resultado das eleições de 2016, que lhe concedeu uma vitória com 6,5 mil votos. Tassi batalhava na Justiça pela reversão das decisões em primeira e segunda instância que impediram o registro do peemedebista como candidato, diante da condenação por abuso de poder econômico em 2012, juntamente com o ex-prefeito Mário Fernando Reinke.

Com o resultado favorável no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em meados de dezembro do ano passado, o prefeito eleito pode efetivamente iniciar a transição de governo, diferente dos demais mandatários que começaram seus planejamentos em outubro do ano passado. Apesar da incerteza, o empresário avalia que a demora não atrapalhou o início da gestão, até mesmo por já ter feito parte do governo anterior.

Mesmo em um ano difícil economicamente, para toda a região, o peemedebista se diz satisfeito pelas obras concluídas e em andamento, além do equilíbrio nas contas, apesar da queda de R$ 670 mil na arrecadação do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) em novembro.

Para 2018, o prefeito aguarda a entrada de recursos como do Fundam 2 (Fundo de Apoio aos Municípios) e do Avançar Cidades, que permitirão novas pavimentações de vias, incluindo a construção de um binário no município. Na Saúde, outra área prioritária para o próximo ano, a meta é abrir a licitação para contratação de uma entidade para a administração do Hospital Municipal João Schreiber, ação prevista para este ano, mas que deverá ficar para o início de 2018.

Agradecendo ainda a boa relação com a Câmara e a colaboração e dedicação dos secretários e servidores, o prefeito ainda falou ao OCP sobre mudanças no secretariado, reforma administrativa e trabalho para aumentar a receita municipal.

Mesmo com o resultado das eleições, ainda existia incerteza quanto ao seu mandato pela questão judicial que tramitava no TSE. Isso atrapalhou o início da sua gestão?

Eu acredito que não, porque a gente tinha sempre essa esperança desse trabalho, o próprio resultado das urnas, que nos deu praticamente 68%, 70% dos votos válidos, a gente sempre acreditava que a justiça seria feita e lá no dia 13 de dezembro fomos absolvidos. Incomodou bastante nesses três meses, não só a mim, mas todos os amigos, eleitores, a comunidade em geral, essa insegurança, mas no fim deu tudo certo.

Nesse ano, o senhor acha que conseguiu manter o planejamento ou alguma coisa saiu fora do esperado?

A gente tem que agradecer a Deus pela saúde e por não ter dado nenhuma enchente, vendaval. Mas assim, tudo o que a gente planejou não conseguimos fazer, mas a gente está trabalhando muito equilibrando as contas. A gente iniciou nosso governo com mais de 53% da folha, a gente tem também o grande problema do hospital municipal, que fez a folha subir, mas hoje estamos tranquilos, já chegamos em 52%, agora fim de dezembro vai estar em 53%, por causa das rescisões todas, mas a gente tem muito para fazer ainda, temos muitas viagens a Brasília, muitos convênios a ser realizado, e o trabalho continua.

O que não foi possível fazer?

A gente tem preocupação muito com a Saúde, por causa do hospital, que você sabe a dificuldade que é manter um hospital, imagina um municipal como o nosso, que os recursos saem quase 100% do nosso caixa. A gente conseguiu agora R$ 70 mil do governo federal, por mês, mas antes era tudo 100% nosso caixa. Nós fizemos mais de mil cirurgias por ano, tudo custeado pelo município, então é um sonho meu oferecer mais, de usar mais nosso hospital, fazer muito mais para nossa comunidade e estamos bem próximos de passar para uma OS (Organização Social), uma instituição que realmente cuide do nosso hospital e dê mais oportunidade para nossa comunidade e toda a região. Estamos bem adiantados, vamos ter mais uma reunião essa semana, com a equipe que está bastante interessada (em administrar). Claro, isso passa por processo de licitação, mas a gente está fazendo tudo dentro da legalidade e ainda acho que no início do ano que vem vamos ter grandes novidades no nosso hospital, com lançamento da licitação.

Quanto à reforma administrativa, foi sendo elaborada ao longo do ano, acabou indo para a Câmara no fim do ano, mas precisou voltar para a Prefeitura.

A reforma administrativa é um sonho de todo prefeito, mesmo que a gente veio da continuidade do governo. Eu juntamente com meu vice Valdir (Zapellini) temos lutado muito para fazer uma reforma e não para aumentar os cargos, mas para legalizar. Queremos diminuir a folha de pagamento, é meu compromisso, quero chegar em 50% da nossa folha. A lei já estava na Câmara, mas agora recolhemos tudo de volta porque subiu acima de 51,20%, então ela fica ilegal. A gente não conseguiu fazer a reforma esse ano, mas não porque não queríamos, é que realmente a arrecadação não subiu, você sabe que em todos os municípios ela está bem estabilizada, até chega a cair, aumentar um pouco e nós não contratamos praticamente ninguém, reduzimos nosso quadro do ano passado para esse ano, e vamos reduzir muito mais ano que vem, contratando só para o que realmente a comunidade precisa.

Há outro caminho para reduzir a folha?

Aumentar a arrecadação. A gente está fazendo um grande trabalho junto com a Secretaria de Administração, aprovamos a lei dos cartórios (protesto da dívida), estamos com o Refis aprovado. Nós temos praticamente R$ 7 milhões para receber do nosso contribuinte, é muito dinheiro para um município como Massaranduba. A partir de fevereiro, março iremos começar a fazer cobrança via cartório, então é um recurso que há de entrar, eu acredito que entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões, que vai incrementar a receita no ano que vem e no próximo ano, porque não vamos fazer tudo numa tacada só. Vai fazer tudo planejado, da dívida mais velha para a mais nova. Também estamos incentivando nossas empresas, uma parceria muito boa com a associação comercial de Massaranduba, incentivando as empresas a se instalar, a gente está ajudando no que pode, dentro das condições financeiras, as nossas empresas que estão aqui instaladas para sua ampliação. Tudo isso também faz parte do desenvolvimento do nosso município, a gente tem dado apoio técnico, de maquinário, apoio de licenciamento ambiental, para que realmente as empresas fiquem e cresçam no município.

O senhor planeja alguma mudança no secretariado?

De secretário posso dizer que estou muito bem, a gente tem uma equipe muito enxuta, mas a minha única mudança acho que vai ser, a partir do ano que vem a gente vai voltar a ter secretário de Assistência Social. Hoje está na Secretaria de Saúde, mas é um trabalho muito complicado, com muita gente, são muitos planos na assistência social e muitos na saúde, são as secretarias que abrangem muito dinheiro, muitos fundos e provavelmente a partir do ano que vem a gente vai nomear alguém.

O que o senhor destaca como principais ações do governo neste ano?

Esse ano, além de continuar os investimentos que já vinham, a gente conseguiu fazer a conclusão da pavimentação da rua Benjamin Constant e a Ladislau Lewandowski, que foi um valor de R$ 1,6 milhão; fizemos a conclusão de parte da rua Thomas Radwanski, são R$ 750 mil investidos esse ano no nosso governo; a conclusão de obra e mobiliário para o Cras (Centro de Referência em Assistência Social), conclusão das obras da Escola Nicolau Jensen, foram R$ 450 mil feito nesse governo, uma parte, porque toda a escola toda vai dar R$ 1,5 milhão, vamos fazer por etapa com recursos próprios. Aquisição de veículos e maquinário; pavimentação da Leopoldo Mahnke, Luís Kreis; colocamos 1,6 a 1,8 mil tubos. Implantamos curso de robótica, que atende mais de 200 alunos, totalmente gratuito. Também várias pavimentações que ainda não foram inauguradas, mas estou muito feliz, um ano com dificuldade como se passou, a gente tem que agradecer nossos deputados, nossos representantes em geral, todos os partidos políticos colaboraram e estão colaborando.

Como o senhor comentou, foram bastante obras, mesmo numa situação econômica difícil. Como está a arrecadação, a situação econômica?

Nós vamos conseguir atingir a meta (de arrecadação), vamos até passar um pouco, mas as despesas também subiram, combustível subiu, subindo combustível sobe energia, sobe tudo. Nós vamos ter tudo, o décimo terceiro, um terço das férias, as rescisões, todas elas pagas até dia 28, tudo na conta dos funcionários, e ainda assim estamos hoje com a Prefeitura, claro muitos recursos são destinados a Saúde, Educação (vinculados), mas vamos ter praticamente de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões em caixa na virada do ano. Também estamos chamando os fornecedores, pedindo que tragam as notas, queremos pagar todos e fazer a virada sem dever para nenhum, é um compromisso meu, vamos tentar fazer isso, assim como queria tentar dar um abono para os funcionários, mas não sei se vou conseguir, ainda faltam 13 dias para fechar o ano, tem arrecadação entrando ainda. A gente vai trabalhar aqui de plantão, no aguardo do telefonema, tem emendas para serem liberadas.

E qual era a meta de arrecadação?

A meta é de R$ 44 milhões, e chegamos a R$ 44,4 milhões, então superamos, e até fechar as contas deve superar de 1% a 2% a mais, então já é uma grande conquista.

A respeito da relação com a Câmara, como o senhor a avalia? Conseguiu aprovar todos os projetos?

A relação com a Câmara é incrível, não tenho conhecimento de todas as outras Câmaras, mas os nove vereadores aqui toda reunião que faço os nove sentam aqui comigo e discutem os projetos antes de ir para Câmara, eles não têm essas dúvidas de discutir lá na Câmara, então tenho que agradecer aos vereadores que independente do partido político me apoiam mesmo. Fui por três mandatos vereador, a gente sabe como é, o vereador também gosta de ser ouvido, a gente ouve muito os vereadores, as portas estão abertas para todos eles, é uma coisa inédita no nosso município que no meu tempo não era assim. Só tenho a agradecer, também à equipe da Câmara, os funcionários que estão sempre nos ajudando, tirando as dúvidas também antes do projeto estar lá. (Os vereadores) não rejeitaram nenhum projeto, as votações foram todas praticamente unânimes, só um projeto que deu voto contrário. A gente também está tentando respeitar e atender as indicações deles, dentro da possibilidade, porque é aquilo que a comunidade necessita, então a gente tenta colaborar com os vereadores nas indicações e requerimentos que eles fazem.

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