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Entenda o que é craniotomia para drenagem de hematoma

Presidente Lula está internado no Hospital Sírio-Libanês | Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom

Por: Ewaldo Willerding Neto

10/12/2024 - 09:12 - Atualizada em: 10/12/2024 - 09:51

O presidente Lula foi submetido às pressas, durante a madrugada desta terça-feira (10), a uma craniotomia para drenagem de hematoma. Ao longo da segunda-feira (9), ele reclamou com assessores e ministros sobre dores de cabeça intensa. À noite, foi encaminhado para a na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês.

Segundo boletim médico, o exame indicou uma hemorragia intracraniana devido à queda que o presidente sofreu em outubro. Lula foi então transferido para São Paulo. A cirurgia transcorreu bem e o chefe do Executivo é monitorado em leito de UTI.

O que é um hematoma cerebral?

O hematoma é resultado de um sangramento que pode acontecer na parte interna ou externa do crânio.

  • Epidural, quando acontece entre o crânio e a dura mater, que é uma das membranas protetoras do sistema nervoso.
  • Subdural, quando acontece abaixo da dura mater.
  • Subaracnoide, quando o sangramento é abaixo da membrana aracnoide.
  • Intraparenquimal, quando ocorre nas próprias estruturas do cérebro.

Boletim médico

O boletim de Lula não indica qual o tipo de hemorragia ele teve, mas alertam que é possível, como no caso dele, que o sangramento seja percebido um longo tempo depois da queda. Ainda segundo o último boletim, Lula encontra-se bem, sob monitorização em leito de UTI.

O que é a craniotomia?

  • A craniotomia é necessária quando a hemorragia ocorre na parte interna do crânio, já atingindo o cérebro.
  • Na cirurgia, é retirada uma parte do crânio para acessar a área atingida pela hemorragia e drenar o sangue.
  • No procedimento, se retira o pedaço do osso do crânio para a realizar a drenagem. Depois da retirada, são introduzidos materiais cirúrgicos que, lentamente, drenam esse hematoma. É um procedimento considerado delicado.
  • Depois de retirado o hematoma, a parte do crânio retirada pode ser recolocada.

Como é a recuperação?

  • Apesar de delicado, é possível uma recuperação plena em pouco tempo após esse tipo de cirurgia.
  • A recuperação nesse tipo de cirurgia depende do volume do sangramento, se houve deslocamento de alguma estrutura cerebral por causa de um hematoma ou não.

Qual a diferença entre AVC e um hematoma cerebral?

Segundo o neurologista Felipe Barros, hematoma é o sangue “contido”. “Em geral, é um diagnóstico que vem com um ‘sobrenome’: os mais comuns, após traumas na cabeça, são o hematoma subdural e o hematoma extradural”, diz.

Ele explica que é como se o cérebro fosse embrulhado para presente, em uma embalagem chamada meninge. Se o sangramento acontecer embaixo do “embrulho”, vai ser subdural; se for em cima, extradural.

Já os acidentes vasculares cerebrais (AVC) são relacionados aos vasos sanguíneos de dentro do cérebro. Há dois tipos:

  • Isquêmico: um vaso entope, impedindo o fluxo de sangue.
  • Hemorrágico: um caso é rompido, como se um “cano estourasse”.

No caso do AVC hemorrágico, há também a formação de um hematoma – a diferença é que é intracerebral. Apesar de a causa mais comum ser a pressão arterial alta, o quadro também pode estar associado a quedas ou choques na cabeça.

* Com informações da CNN Brasil e do G-1.

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Ewaldo Willerding Neto

Jornalista formado pela UFSC com 30 anos de atuação.