Em Paris, Lula evita comentar sobre rebelião de mercenários na Rússia

Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou novas crises nos últimos dias | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

24/06/2023 - 14:06 - Atualizada em: 24/06/2023 - 14:48

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, evitou comentar neste sábado (24) sobre a rebelião de membros do Grupo Wagner na guerra da Ucrânia.

O grupo Wagner era aliado do presidente Russo, Vladimir Putin, e contribuiu para a conquistas de territórios da Ucrânia. Na noite desta sexta-feira, o líder do grupo de mercenários, Yevgeny Prigozhin, afirmou que pretende depor o comando militar da Rússia e tomar o controle de instalações militares de duas cidades russas.

Putin enxergou a ação como uma ‘facada nas costas’.

Questionado sobre o tema em uma coletiva de imprensa neste sábado (24), em Paris, na França, Lula afirmou não ter as informações necessárias para comentar a rebelião e que “talvez” tratasse do tema quando retornasse ao Brasil.

“Não, eu não posso falar. Lamentavelmente eu não posso falar porque eu não tenho as informações necessárias para te falar. Eu, quando chegar ao Brasil, que eu me informar de tudo o que aconteceu ontem, que tiver várias informações, aí eu posso te falar, mas agora seria chutar, sabe, de forma precipitada uma informação que eu não tenho. Eu ouvi dizer, mas não tenho informação e eu pretendo não falar de uma coisa tão sensível sem ter as informações necessárias”, afirmou.

Ele destacou ainda que não sabia “o tamanho da rebelião” e que iria conversar com “muita gente” a respeito do tema. “Eu não sei o tamanho da rebelião. Eu só estou te pedindo o seguinte: quem sabe quando eu voltar para o Brasil, no dia seguinte eu já tenha todas as informações possíveis porque eu vou conversar com muita gente a respeito ‘dessa chamada rebelião'”, afirmou.

Ele também foi questionado sobre suas declarações quanto à guerra na Ucrânia – Em abril, Lula afirmou que a Europa e os Estados Unidos prolongavam o conflito.Somente após críticas do governo americano e ucraniano que ele passou a condenar a ‘violação da integridade territorial’ da Ucrânia.

A declaração vem junto de tentativas de Lula de se posicionar como um “mediador” entre os dois países.

“O meu pensamento é simples: eu sou contra a guerra. Eu quero paz. É isso. Nós condenamos a invasão da Rússia ao território da Ucrânia. Isso já está declarado e votado na ONU. Mas isso não implica que eu vou ficar fomentando a guerra. Eu quero criar condições para que os dois países se sentem. Por enquanto, eles não querem se sentar porque cada um está achando que vai ganhar, mas em algum algum momento eles vão sentar. E vão precisar de interlocutores com muita responsabilidade para tentar negociar. E o Brasil está participando”, afirmou o presidente.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).