Em Joinville, crianças cada vez mais novas apresentam ideais suicidas. Segundo a equipe do Hospital Infantil de Joinville, já existem registros de casos com crianças de 6 anos. Em 2018, foram registradas 137 internações por ideação de suicídio em Joinville. Desse total, 48,1% eram crianças e adolescentes.
Os dados foram apresentados pela coordenadora da equipe multidisciplinar do Hospital, Daniela Scaini, em reunião na Câmara de Joinville na última quarta-feira (11).
Segundo a terapeuta ocupacional da unidade, Larissa Sants, 90% das crianças dizem não querer morrer, apenas cessar o sofrimento e acabam buscando a automutilação como solução.
Apoio da escola
Na reunião, a assistente social do Hospital, Mari Sattes, relatou que um dos problemas percebidos pela unidade de saúde é o suporte que os pacientes recebem depois da internação. Segundo ela, existe um despreparo da escola, que não sabe como tratar a criança no contexto educacional.
Por outro lado, representantes das secretarias de Educação e de Assistência Social afirmaram que a rede municipal tem programas para auxiliar crianças e profissionais da educação, para que estes possam fazer o diagnóstico adequado e o encaminhamento devido com crianças que necessitem.
Programa de acompanhamento psicológico
Os dados foram apresentados à Comissão de Saúde da Câmara de Joinville, porque tramita na comissão um projeto de lei que prevê a criação de um programa de acompanhamento psicológico e de assistência social na rede municipal de ensino de Joinville.
O projeto 433/2017, de autoria do vereador Rodrigo Fachini (MDB), determina que o programa deve assegurar atendimento por profissionais da assistência social e da psicologia aos estudantes, professores e funcionários das escolas públicas de educação básica.
A proposta também define quais seriam as diretrizes do programa. Na justificativa do projeto, o vereador Rodrigo Fachini apresenta dados sobre suicídio infantil no Brasil e em Santa Catarina, e argumenta que identificar problemas psicológicos pode amenizar problemas individuais e a convivência em sociedade.
“Considerando que a formação social do ser humano se constitui na infância e adolescência, identificar possíveis problemas sociais e psicológicos nesse período, encaminhando para acompanhamento de especialistas pode amenizar os problemas individuais e atos sociais a serem desenvolvidos que prejudique a vivência em sociedade”, escreve o parlamentar na justificativa.
A proposta segue em tramitação na Câmara de Joinville. Na Comissão de Saúde, o relator da proposta é o vereador Adilson Girardi (SD).
Com informações do Jornalismo CVJ.
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