Em comissão do congresso, Ex-militar diz que EUA ocultam restos mortais “não-humanos”

Imagem captada pela marinha estadunidense em 2020. Foto: History Chanel

Por: Pedro Leal

27/07/2023 - 09:07 - Atualizada em: 27/07/2023 - 09:09

Membros do subcomitê de Segurança Interna, Fronteiras e Relações Exteriores do Comitê de Supervisão da Câmara ouviram relatos de três testemunhas (“corajosas”, eles as chamaram) sobre suas experiências com objetos não identificados: David Grusch, ex-oficial de inteligência da Força Aérea, que afirma que o Pentágono tem em sua posse restos de espaçonaves alienígenas; David Fravor, Comandante da Marinha aposentado; e Ryan Graves, um ex-piloto da Marinha.

As informações são do jornal El País.

A ideia da audiência, a primeira de uma série dentro do subcomitê do congresso – equivalente do parlamento americano para as CPIs brasileiras – era obrigar o Pentágono a divulgar as informações sigilosas de que dispõe para, segundo o congressista republicano Tim Burchett, do Tennessee, um dos mais atuantes no tema, “levantar a tampa da panela”.

“Não podemos confiar em um governo que não confia em seus cidadãos” disse o parlamentar.

Durante a audiência o ex-agente de Inteligência David Grusch afirmou que materiais biológicos não-humanos foram retirados de UAPs (fenômenos aéreos não identificados, em tradução livre).

“Não humano, e essa foi a avaliação de pessoas com conhecimento direto sobre o programa com quem conversei” afirmou Grusch – o notório “delator” da ocultação de naves por parte do governo, no entanto, não apresentou documentos nem nomeou suas fontes. Em Junho, o Departamento de Defesa e a Administração Aeroespacial Nacional (Nasa) negaram as afirmações de Grusch; Segundo Joshua Semeter, da Nasa, sem evidências materiais ou dados sólidos, é difícil avaliar a veracidade das afirmações de Grusch. .

Nas palavras de seus colegas Glenn Grothman, de Kentucky, presidente do subcomitê, a aspiração é acabar com “a especulação desenfreada sobre a natureza dos óvnis, que não beneficia ninguém, com base em fatos”.

Após a apresentação dos congressistas, as testemunhas tomaram a palavra para narrar seus encontros com os óvnis, embora nesta era de renovado interesse por esses artefatos inexplicáveis, uma mudança de nome também seja imposta para combater tabus: o governo e os legisladores dos EUA preferem ser chamados de “fenômenos aéreos não identificados”.

“Enquanto falamos, nosso céu está cheio de óvnis, cuja existência é subnotificada. Os avistamentos não são raros, nem isolados. Eles são a rotina. O estigma de óvnis é real e representa um poderoso desafio para a segurança nacional” afirmou Ryan Graves no início de sua declaração por escrito.

Graves disse que, para ele, tudo começou em 2014, quando era piloto de F-18 e viu, durante um voo que partiu da costa leste, perto de Virginia Beach.

“Um cubo cinza escuro ou preto dentro de uma esfera transparente que se aproximava de 15 metros do avião. Estimamos que tinha uns três metros de diâmetro” disse, adicionando que “Esses encontros se tornaram tão frequentes que discutimos o risco de encontrar um óvni como parte da preparação do voo”

Grusch, por sua vez, disse que foram os ideais de “verdade e transparência”. Sua motivação surgiu depois de ouvir relatos de preocupações de vários colegas e de “respeitados e credenciados militares ativos ou aposentados” de que o Governo atua nessa matéria em segredo, sem a supervisão do Congresso. Essa decisão o levou a sentir que havia “colocado sua vida em perigo”.

Robert Garcia, da Califórnia, que convocou o comitê para abordar o assunto com uma “mente aberta”, perguntou a Grusch se ele achava que o governo tinha quaisquer óvnis em sua posse.

“Absolutamente, sim, 40 testemunhas confirmaram isso para mim ao longo de quatro anos” respondeu ele, afirmando saber onde os óvnis estariam, mas sem compartilhar essa informação. Grusch diz que informou a informação às “autoridades competentes”.

Por sua vez, Fravor relembrou o dia em 2004, quando participou de exercícios de treinamento como piloto de caça de ataque na costa de San Diego.

A certa altura, um controlador disse a ele que a missão deveria ser suspensa, porque eles estavam encontrando artefatos há algumas semanas que desceram como um raio de 80.000 para 20.000 pés e permaneceram nessa altitude por horas. Então, disse Fravor, um objeto branco apareceu “se movendo muito abruptamente na água, como uma bola de pingue-pongue”.

Esta quarta-feira foi a terceira audiência sobre o tema no Congresso, depois de meio século mantendo o assunto sob o tapete. Na realizada em abril na Câmara Alta, Sean Kirkpatrick, diretor do escritório encarregado de avistamentos, explicou que o governo estava examinando atualmente mais de 650 casos de potencial óvnis.

A Nasa criou um grupo de trabalho multidisciplinar independente de 16 pessoas para estudar esses fenômenos em profundidade, o que concluiu que a falta de dados de qualidade os impede de ir mais fundo na maioria dos casos.

 

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).