O primeiro e talvez único debate entre Joseph Biden e Donald Trump, pré-candidatos democrata e republicano das eleições presidenciais americanas, foi realizado na noite da quinta-feira (27).
Os analistas políticos dos Estados Unidos avaliam que Trump foi o vencedor do encontro. Mais articulado e contundente, ele enfrentou bem um presidente hesitante.
As informações são da revista Forbes.
As pesquisas mostram uma leve vantagem de Trump, apesar de o quadro poder mudar significativamente. A idade avançada de Biden, que tem 81 anos, e seu desempenho ruim no debate podem levar o partido democrata a trocar de candidato, zerando o placar e recomeçando o jogo.
A revista avaliou outro fator: Qual presidente seria melhor para a economia brasileira?
A Forbes falou com vários especialistas para responder essa pergunta.
Relações diplomáticas
Joseph Biden e Luiz Inácio Lula da Silva têm vários pontos em comum. São ligados ao sindicalismo. Lula fez sua carreira política no sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo, e Biden, assim como várias lideranças democratas, têm ligações com sindicatos. Isso vem facilitando as coisas na tramitação diplomática.
Isso já vem garantindo algumas vantagens ao Brasil. O país é o maior comprador de diesel russo. Foram US$ 4,5 bilhões (R$ 27,5 bilhões) em 2023. Também é o terceiro maior importador de hidrocarbonetos, como petróleo bruto e derivados.
Uma vitória de Trump também teria reflexos eleitorais por aqui.
Protecionismo
Tradicionalmente os presidentes republicanos eram menos protecionistas e mais abertos nas relações econômicas com a América Latina, considerada uma região estratégica. Já os democratas tendem a ser mais firmes na defesa do mercado americano, o maior do mundo.
A relação se inverteu no governo de Trump, que foi apoiado no conceito de “America First” ou “Estados Unidos em primeiro lugar”, com uma elevação das tarifas de modo a preservar os empregos americanos, especialmente os menos qualificados.
Tanto Trump quanto um Biden reeleito serão pressionados pelos eleitores para endurecer as relações comerciais com a China. Ou seja, as barreiras protecionistas seriam elevadas para todos, mas as mudanças mais severas atingiriam o país asiático.
Comércio com o Brasil
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial brasileiro. Em 2022, o comércio bilateral entre os dois países bateu US$ 121 bilhões. As principais importações do Brasil são combustíveis refinados.
O item de exportação mais importante é petróleo bruto. A falta de capacidade de refino no Brasil obriga o País a exportar petróleo e a importar gasolina. Além disso, outras importações relevantes são minério de ferro, café e aviões, graças à Embraer.