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Eleições 2024 Jaraguá do Sul: Quais são as propostas do candidato a prefeito Mario Felippi (Novo)

Foto: OCP News

Por: Áurea Arendartchuk

01/10/2024 - 06:10 - Atualizada em: 30/09/2024 - 20:53

Faltando poucos dias para as Eleições Municipais 2024, que ocorrem em 6 de outubro, a Rede OCP de Comunicação realizou uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Jaraguá do Sul.

Cada entrevista conta com uma apresentação do candidato ou candidata e mais três perguntas. O tempo máximo dado aos candidatos para responder às perguntas foi de 10 minutos.

As entrevistas seguem a ordem alfabética do nome dos candidatos na urna de votação e estão disponíveis em todas as plataformas da Rede OCP: youtube, portal online, redes sociais e jornal impresso.

Confira agora a entrevista com o candidato do Novo, Mario Felippi:

1- Informe seu nome completo, idade e ramo de atuação

Me chamo Mário César Felipe Filho, tenho 40 anos, sou pai do Mário Neto e da Maria Luíza. Minha formação é na área jurídica. Sou atualmente professor universitário junto ao Centro Universitário Católica de Santa Catarina.

 

2 – O que te levou a se candidatar a prefeito de Jaraguá do Sul?

Então, isso é uma pergunta bastante interessante que eu recebo constantemente. Eu nunca quis ser político. Isso eu gosto de deixar bem claro. Eu já recebi convites de outros partidos em outros pleitos eleitorais, mas eu nunca quis me envolver na política por ter essa noção da sujeira que ocorre no nosso país, escândalos de corrupção em vários setores. Então eu nunca quis me envolver.

Acontece que no início do ano eu acabei sendo acometido por uma doença grave e precisei utilizar o nosso sistema de saúde Jaraguá do Sul, que até então eu tinha como referência. Em um determinado momento acabei sendo internado no hospital São José aqui da nossa região, por conta de não haver outro tipo de unidade de pronto atendimento e eu acabei tendo que aguardar várias horas para ser atendido. Praticamente eu virei a noite e fui atendido somente no outro dia e ainda tive que aguardar leitos de hospital que não tinham naquele momento. Então eu passei por uma jornada muito penosa nesse momento.

E quando eu adentrei no hospital, algo que me vem à mente, era justamente a cena de guerra que eu vi. Passado o período de triagem, toda aquela demora, eu ainda me deparei com o corredor do nosso hospital abarrotado de gente. Tinham duas ou três macas, tinham pessoas acamadas, todas as cadeiras sendo ocupadas e eu tive que aguardar mais ou menos uns dez minutos em pé porque não tinha sequer um banco para eu sentar para ver o nível da dificuldade que a gente estava passando.

Eu via o cansaço dos profissionais da saúde naquele momento, tentando atuar e tentando contornar essa situação. Pois bem, eu passei então por todo um desafio ali de identificar a doença e graças a Deus eu consegui me recuperar. A doença eu tive era realmente grave, era uma doença não típica da região, por isso a demora de diagnóstico. Cheguei ao ponto, inclusive de receber a unção dos enfermos diante da gravidade. E assim que eu me restabeleci e o tratamento começou a surtir efeito, eu comecei a questionar um pouco sobre a minha vida. E aí nesse momento eu decidi iria entrar na política. Eu questionei o seguinte: o que eu fiz? Porque teve um dia que eu quase vim a óbito por falência dos órgãos e toda situação grave que eu passei. E aí no dia seguinte eu comecei a questionar se eu tivesse morrido na noite anterior, o que eu deixei? O que eu fiz de diferente para a nossa sociedade? Eu seria apenas um quadro na parede da minha empresa. Meus filhos iam sentir mais, a faculdade provavelmente contrataria outro professor para me substituir e vida que segue. Mas o que realmente eu fiz para a sociedade?

Então esse é meu motor impulsionador, aquilo que está me fazendo entrar na política para realmente corrigir alguns problemas da sociedade. A partir daí, então, eu comecei a estudar sobre a gestão municipal, comecei a analisar quem era o secretário da Saúde e acabei me decepcionando. Então estou aqui dando meu nome para fazer a diferença para nosso município.

 

3- Destaque alguns pontos do seu plano de governo

O nosso plano de governo aqui em Jaraguá do Sul é pautado em três grandes áreas: saúde, educação e segurança. Com relação à saúde, é exatamente aquilo que eu passei. Quem precisa de saúde tem pressa. A população não pode ficar aguardando em filas de esperas intermináveis para ser atendida, para fazer uma cirurgia, para receber algum tipo de atendimento especializado. Isso é uma das maiores dores que a gente recebe da população. E como solucionar essa questão? Já passou do tempo de Jaraguá do Sul ter uma unidade de Pronto atendimento, uma UPA, inclusive, a gente tem terrenos da prefeitura. Tem um terreno, no bairro Água Verde, que foi destinado para isso, que inclusive está sendo invadido. Foi invadido por terceiros e até agora o projeto da UPA não foi colocado em prática.

Se na época que eu fui internado a gente tivesse essa unidade de pronto atendimento, com certeza iria pelo menos dividir em metade o número de pacientes para serem atendidos. Pela população de Jaraguá do Sul, que já chega próximo dos 200 mil habitantes, já seria necessário a gente ter uma segunda UPA, a exemplo de Joinville, que tem três, quatro, mais os hospitais. Então a gente precisa de unidades de pronto atendimento para esse atendimento secundário. Atendimento primário ocorre nas UBS, a gente tem bastantes, mas tem uma série de dificuldades que a população vem enfrentando. A extensão de horário, por exemplo, não está em todas as unidades.

A outra questão que eu conversei com uma senhora da comunidade é que ela pegou o horário de almoço para vacinar a filha e chegou meio-dia no posto de saúde e não tinha ninguém para oferecer vacina. Então são coisas simples, pontuais, que é fácil de resolver, mas que o poder público até o momento não fez.

Com relação à educação, por exemplo, eu como professor universitário, sei como é difícil, como é cansativa a jornada de um professor 40 horas e um professor do município. Hoje em dia ele não é mais valorizado. Na gestão atual, que deu sequência à gestão anterior, foi cortada a verba de auxílio alimentação. Isso desmotiva os professores. Se a gente tiver professores desmotivados e desvalorizados, o que vai ser das nossas crianças? Que vai ser dessa geração que está por vir? Então a gente precisa motivar os professores, precisa capacitá-los numa formação continuada. A gente precisa dar plenas condições do exercício da docência em sala de aula. Muitos professores estão cansados, esgotados e desmotivados, além das turmas serem muito grandes.

Além disso, ainda não foi implementado Jaraguá do Sul o segundo professor em sala de aula para auxiliar as crianças com algum tipo de deficiência. Isso é lei federal. A rede estadual já tem. Na rede municipal, a gente só tem algum auxiliar, mas não é o mesmo que professor. E o que é mais complicado, sobre a forma de trabalho é a quantidade de crianças que tem em sala de aula e um só professor para dar conta daquilo ali.

E por fim, o terceiro elemento aqui do nosso plano de governo é pautado na segurança pública. Embora seja dever do Estado, o cidadão jaraguaense sofre com isso. Nós somos considerados uma das cidades mais seguras do país, levando em consideração o índice de homicídios, que é muito baixo. Mas qual é o problema que a gente enfrenta hoje?

Um exemplo é a Polícia Militar de Jaraguá do Sul, o 14º batalhão, tem um efetivo menor do que tínhamos há dez anos atrás. O problema é que há dez anos, a gente tinha metade da população. Praticamente dobrou a população da nossa cidade e o efetivo é reduzido. Então existe um grande déficit na Polícia Militar com relação a isso. Cabe ao nosso governador aumentar esse efetivo. Infelizmente, a gente não está tendo força política até o momento para isso. Então, uma das soluções, que está na pauta do nosso governo para tentar solucionar isso, é implementar a Guarda Municipal para melhorar ainda mais a segurança das pessoas que estão na rua, nos bairros, nas praças.

A exemplo do que deu certo em Joinville, há um certo custo sim, mas no final quem sai ganhando sempre é a população. O prefeito de Joinville, Adriano Silva, implementou lá. Hoje ele já tem quase 120 guardas municipais atuando. Isso gerou um benefício muito grande para a população. Então a Polícia Militar poderá focar no combate ao crime e dividir competências. Por exemplo, na questão do trânsito, de vigilância de áreas públicas, a Guarda Municipal pode auxiliar a Polícia Militar e deixar ela realizar o seu efetivo papel.

 

4 – Resumidamente fale por que o senhor merece o voto do eleitor jaraguaense

Estou aqui com o objetivo de resolver os problemas da nossa cidade. Cheguei num ponto de que cansei de ficar na indignação e parti para a ação. Eu sei de todas as dificuldades que existem no meio político, mas o nosso projeto de gestão pelo Partido Novo é um projeto diferenciado. Nossas indicações são eminentemente técnicas, a gente não deve cargo para ninguém. Estamos indo de chapa pura, sem qualquer tipo de coligação. Então queremos oferecer o melhor para a cidade. É fácil de fazer, é fácil de resolver esses pequenos problemas que afligem tanto a população, as pessoas nos bairros. Estamos indo em todos os bairros e a grande reclamação são as mesmas: ‘Nosso bairro é muito afastado do Centro. Aqui falta atenção para o posto de saúde, o atendimento é precário. A gente não tem acesso ao transporte público para levar as crianças por conta do zoneamento.’

São pequenos detalhes que, trabalhando com profissionais técnicos, a gente consegue resolver. Então esse é o grande diferencial do Novo. Há um processo seletivo para candidatos dentro do próprio partido. Depois na gestão do Novo, os cargos de primeiro e segundo escalão também passam por seleção técnica, através disso temos pessoas mais capacitadas para realmente entregar um resultado efetivo.

 

Confira a entrevista em vídeo no Youtube do OCP:

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Áurea Arendartchuk

Jornalista com mais de 20 anos de experiência, atuei como repórter, colunista, editora e assessora de imprensa.