E 2018 está apenas começando

Por: Pelo Estado

20/02/2018 - 15:02 - Atualizada em: 20/02/2018 - 15:18

A semana promete ser agitada sob vários aspectos. No Executivo, com o comando do governador em exercício Eduardo Moreira, serão dias de exonerações, impostas ou voluntárias, nomeações, mudanças nas estruturas de secretarias e órgãos públicos. Na Secretaria da Fazenda, por exemplo, está marcada para o início da tarde desta terça-feira a posse do novo secretário, Paulo Eli, e de seu adjunto, Marco Dutra. No Legislativo, agora presidido pelo deputado Aldo Schneider (MDB), a pressão contra o Executivo vem de vários lados. Para citar apenas dois casos, enquanto o tucano Vicente Caropreso, ex-secretário da Saúde, cobra informações sobre os aumentos salariais na área, a petista Luciane Carminatti questiona as condições das escolas da rede pública estadual para o começo do ano letivo. A Assembleia reflete muito fortemente o jogo político preparatório para as eleições e tudo indica que isso é apenas o começo de um ano que promete ser quente. Já em nível federal, volta com toda a força o debate sobre a reforma da previdência, com reflexos, é claro, não só para Santa Catarina como para todos os estados do país.

Foco na Saúde

Conforme prometeu, o primeiro ato de Eduardo Pinho Moreira como governador em exercício ocorreu na manhã de ontem, na secretaria do Estado da Saúde. Moreira recebeu o detalhamento de serviços da pasta e até o dia 28 receberá uma planilha com todos os gastos nos hospitais próprios e, em seguida, dos filantrópicos e privados do estado. Posteriormente, na Assembleia Legislativa, Moreira e o secretário da Saúde, Acélio Casagrande, acompanharam o repasse R$ 9,1 milhões de emendas da Bancada Catarinense (deputados federais e senadores) aos mais de 60 hospitais filantrópicos instalados em todas as regiões catarinenses. Moreira cumpriria agenda em Brasília ainda ontem mesm com os demais governadores do país e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mas o compromisso foi adiado. O encontro trataria da tentativa de equacionar o déficit previdenciário brasileiro.

O que eu pedia para Deus era – não deixa eu ficar mal humorado, não deixa eu perder valores humanos e me mantenha firme na fé. Governador licenciado Raimundo Colombo, que anunciou a renúncia para abril, relatando um pouco dos sete anos que comandou o Estado em seu discurso de despedida.

Ainda a transmissão de cargo

Muitas cenas chamaram a atenção durante a transmissão de cargo do governador Raimundo Colombo para seu vice, Eduardo Moreira. Uma delas foi a formação de duas filas para os cumprimentos. Em cima do palco montado para a cerimônia, Moreira recebeu familiares, amigos, correligionários, novos nomeados. Já fora do palco, Colombo foi cercado por um número semelhante de pessoas, muitos controlando a emoção da despedida e outros tantos com agradecimentos. Dois momentos bem diferentes entre dois administradores bem diferentes.

Mobilização

Quem acompanhou o evento de sexta-feira (16) e já viveu outros momentos da política catarinense teve que, mais uma vez, tirar o chapéu para a capacidade de mobilização do MDB-SC. Foi tanta gente vindo de outros municípios para a festa emedebista em que se transformou a posse de Moreira, mesmo que ainda na interinidade, que chegou a se formar um enorme congestionamento. O trânsito de Florianópolis, conhecido pela falta de mobilidade, ficou mais travado que o normal.

Resistência

A dificuldade para chegar ao Centro Sul obrigou muitas pessoas a largarem o carro onde fosse possível e caminhar até o local. Colombo, que por várias vezes interrompeu seu discurso para beber água e retomar o fôlego, disse que teve que caminhar três quilômetros. “No último evento vou chegar atrasado? Fiquei sete anos tentando cumprir os horários!”, brincou.

Bolsa de apostas

Nas diferentes rodas de conversa que se formaram antes, durante e depois do evento de transmissão de cargo, era praticamente unânime o sentimento de que a convenção do MDB-SC para definir seu candidato ao governo pode trazer surpresas. Na bolsa de apostas o nome favorito era o do próprio Eduardo Moreira. Por que não? Agora ele tem a caneta, o poder e a condição privilegiada de não ter que deixar o cargo de governador para se candidatar, neste caso, à reeleição. Quem visita a página de Moreira (facebook.com/eduardopmoreiraoficial) não pode negar que o clima é de campanha.

Se isso se confirmar, alguns interpretarão como golpe contra o deputado federal Mauro Mariani, presidente da sigla no estado e pré-candidato com apoio declarado pelo próprio Moreira; outros defenderão que tudo será/foi feito na base do consenso; e outros ainda dirão apenas que não se pode perder uma boa oportunidade.