A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) piorou ao longo do último mês de acordo com a nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (2). O levantamento mostra uma aprovação em queda livre, refletindo a dificuldade de se reverter a perda de popularidade do petista mesmo com anúncios de medidas mais populares.
Segundo a Quaest, a desaprovação cresceu 7 pontos percentuais na comparação com a avaliação do mês passado e chega a 56%. Já a aprovação caiu 6 pontos percentuais e soma 41%.
A avaliação mostra que a perda de popularidade de Lula ocorreu em meio ao anúncio de programas mais populares que pretendiam reverter a desaprovação, entre eles o projeto de isenção do Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil, o reforço do programa Pé-de-Meia e a ampliação do Farmácia Popular.
Segundo a pesquisa, a desaprovação a Lula cresceu em todas as regiões do país, principalmente no Nordeste. Na região que é a base eleitoral do petista, a avaliação negativa (46%) já se aproxima da positiva (52%). A maior desaprovação ainda é na região Sul, com 64%, seguida pelo Sudeste (60%) e no Centro-Oeste e Norte (52%).
Lula também tem perdido aprovação entre seus principais eleitores, as pessoas que ganham até dois salários mínimos. Segundo a Quaest, a desaprovação chegou a 45%, numa escalada de 19 pontos percentuais desde o menor nível em julho do ano passado, quando era desaprovado por apenas 26%.
Já os que ganham mais de dois salários mínimos, a desaprovação passa de 61%.
Com isso, a avaliação negativa do governo segue escalando, enquanto que a positiva ainda cai.
- Negativa: 41%;
- Regular: 29%;
- Positiva: 27%;
- Não sabe: 3%
A avaliação da população é de que este terceiro mandato de Lula está “pior que os anteriores” para 53% dos entrevistados, 20% melhor e 23% igual. A diferença entre pior e melhor vem aumentando desde dezembro, quando era de apenas 9 pontos – agora são 33 pontos.
Para os entrevistados pelas pesquisas, Lula não tem conseguido cumprir as promessas de campanha (71%), mas deve fazer um governo diferente daqui para frente (81%). No entanto, 56% deles acreditam que o país está indo na direção errada.
“Parte da explicação para a alta desaprovação do governo está na quebra de confiança do eleitorado com o presidente Lula. Além de não conseguir cumprir as promessas de campanha, cada vez menos gente vê o presidente como bem intencionado”, disse Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Segundo a pesquisa, as maiores preocupações dos brasileiros são a violência (29%), as questões sociais (23%) e a economia (19%), que tem sido o maior desafio do governo em conseguir reverter a queda da popularidade. Principalmente os preços dos alimentos e das contas do dia a dia – a conta de luz, inclusive, que está na mira do governo.
- Percepção de aumento nos preços dos alimentos: 88%;
- Da conta de água e luz: 65%;
- Da gasolina: 71%.
- Conseguir um emprego: 53%;
- Menor poder de compra: 81%;
- Piora da economia em 12 meses: 56%.
“A incapacidade de reverter o quadro de desaprovação também é fruto da piora na percepção sobre a economia. Boa parte dessa percepção negativa está relacionada ao alto patamar do preço dos alimentos nos supermercados, ao aumento na percepção de que os combustíveis estão mais caros nos postos de gasolina, o que produz uma percepção generalizada de que o poder de compra dos brasileiros hoje é menor do que era a um ano atrás”, completou Nunes.
A Quaest ouviu 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março em 120 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
* Com informações da Gazeta do Povo.