Depois de dizer que pobre não obedece lei, vereador se explica

Durante discussão de projeto, Lizeu Wisotscki diz que "pobre não obedece lei" | Foto Divulgação

Por: Elissandro Sutil

04/03/2019 - 16:03 - Atualizada em: 04/03/2019 - 16:55

Durante a discussão do projeto de lei que regulamenta as ligações de água e energia elétrica em Guaramirim, na Câmara de Vereadores, um comentário causou mal estar e repercutiu negativamente no município.

Na sessão do dia 28 de fevereiro, o vereador Ernesto Friedemann (PP) havia acabado de defender a urgência na votação do projeto, para coibir as ligações ilegais, como de energia elétrica, que colocam em risco a segurança das residências.

Friedemann lembrou que o município não tem legislação que trata sobre o assunto e que pessoas má intencionadas acabam vendendo lotes a moradores mais humildes sem ter o imóvel regularizado, enganando essas pessoas.

Ao defender sua posição contrária ao projeto de lei, o vereador Lizeu Wisotscki (MDB), conhecido como Lizeu da Marmoraria, acabou fazendo um comentário que gerou grande mal estar.

“Não adianta ter lei se não tem fiscalização, não adianta ter lei, gente. Pobre não obedece lei, ele vai lá, compra, mete uma casa em cima (…), ninguém fiscaliza nada”, disse o parlamentar.

Ao OCP, o vereador disse que se expressou de forma errada. Ele alega que na verdade quis chamar a atenção para o fato de que, sem fiscalização, não adiantaria ter a lei porque sem a cobrança dificilmente alguém a respeitaria.

“Tira a Polícia Militar da rua, ou a fiscalização da polícia das ruas, quem vai andar com cinto de segurança? Quem vai andar com capacete? Ninguém. Tem que ter fiscalização para que a coisa aconteça”, defende.

Ele afirma que cometeu um erro na maneira de se expressar e que já na sessão seguinte pediu desculpas à população pelo comentário. “Quando a gente erra, a gente tem que pedir desculpas”, diz.

O parlamentar acrescenta que o projeto de lei busca proibir as ligações ilegais de água e luz, o que acabaria prejudicando os mais pobres.

“Ninguém consegue comprar um terreno em área com asfalto, com rede de esgoto, luz, e se não tiver alvará de licença, não querem deixar construir, e foi nessa questão que eu bati contra, só me pronunciei de uma forma incorreta”, reitera.

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