De lixeiras a parques: Jaraguá do Sul é alvo de casos de vandalismo

Jaraguá do Sul, uma das cidades mais seguras do Brasil, vem sofrendo nos últimos meses com os atos de vandalismo, que destroem o patrimônio público do município e geram um custo a mais para a Prefeitura e consequentemente quem paga a conta é o cidadão.

O último caso de vandalismo registrado contra o patrimônio público aconteceu no fim de semana, quando cerca de 20 pés de ipês foram derrubados no Parque Linear Via Verde. O ato ocorreu na madrugada de domingo (13), e, no mesmo dia, a equipe de Prefeitura já trabalhou no replantio de algumas mudas.

De acordo com o secretário Municipal de Obras Onésimo José Sell, o prejuízo com o replantio das árvores foi de R$ 3,2 mil. Por duas vezes, outra futura área de lazer do município também foi alvo de vandalismo.

Nos últimos dois meses, o Parque da Inovação, ainda em construção no bairro Três Rios do Sul, teve danificado o caminho das flores, a churrasqueira, parte dos quiosques, a mureta do jardim sensorial e também o encanamento. Sell diz que o prejuízo com esses danos foi de aproximadamente R$ 7 mil.

“No local, também houve o furto de um gerador pertencente à empresa executora da obra”, acrescenta o secretário.

Entulhos do jardim sensorial, que precisou ser refeito | Foto Gustavo Luzzani/OCP News

Para conter os recorrentes casos de vandalismo efetuados no espaço, os setores de Administração, Tecnologia de Informação e Telecomunicações da Prefeitura montaram uma estrutura de vigilância por câmeras no local.

Segundo o gerente de telecomunicação da Prefeitura Joaquim Alberto Domingos, esse tipo de tecnologia já existe em outros pontos da cidade, como o Parque Linear Via Verde e o Centro Histórico e agora foi implantado no Parque de Inovação para que sejam identificados possíveis vândalos e também como forma de preservar o espaço.

Autoridades repudiam atos

Para o prefeito Antídio Lunelli (MDB) é lamentável que este tipo de crime ocorra em Jaraguá do Sul, uma cidade exemplo de educação e cidadania.

“Destoa muito, formamos uma comunidade que participa, atua voluntariamente, temos orgulho dos nossos índices e qualidade de vida. Por isso, não podemos tratar de casos assim, como sendo naturais. É crime, precisa ser investigado e punido”, diz Lunelli.

O presidente da Fujama Normando Zita, frisou que não é a Prefeitura a grande prejudicada com atos de depredação, mas sim a comunidade como um todo, já que é dinheiro público que está sendo investido em um local para os jaraguaenses usufruírem.

“Cada vez que precisamos consertar algo que foi deliberadamente quebrado temos que aplicar recursos e mão de obra que poderiam ser direcionados para outras áreas”, explica Zita.

Lixeiras são alvos constantes

Somente este ano, 50 lixeiras recentemente instaladas nos bairros e área central de Jaraguá do Sul foram depredadas. O custo de cada lixeira é de R$ 254, sendo R$ 200 o valor do equipamento e R$ 54, da instalação. Com isso, o Município já teve um prejuízo de R$ 12,7 mil.

Cerca de 50 lixeiras foram depredas este ano em Jaraguá do Sul | Foto Divulgação/PMJS

O secretário de Planejamento e Urbanismo Eduardo Bertoldi, relata que fica triste por ver o trabalho de diversos profissionais da Prefeitura virar entulho por atos de vandalismo.

“A gente deixa a cidade mais bonita, mais organizada e limpa. No entanto, há pessoas que não levam isso em consideração”, lamenta.

O diretor de Trânsito e Transportes de Jaraguá do Sul, Gildo Andrade Filho, conta que abrigos de passageiros e placas de sinalização de trânsito também são danificadas na cidade, sendo mais um prejuízo para os cofres públicos.

Medidas

O subcomandante do 14º Batalhão de Polícia Militar, major Aires Volnei Pilonetto, disse que está em contato com setores da Prefeitura, que são responsáveis por esses locais vandalizados, no sentido de coletar informações para apoiar as diligências na identificação dos culpados.

“Na parte preventiva, estamos dando atenção especial para esses locais, especialmente em horários de maior movimentação de pessoas”, explica.

Pilonetto destaca que esses atos deveriam envergonhar as pessoas que os praticam, principalmente pelo fato de viverem com segurança em Jaraguá do Sul. “Eles usufruem de uma cidade segura e, mesmo assim, praticam esse tipo de vandalismo que não tem nenhum sentido”, finaliza.

O que diz a lei sobre a depredação do patrimônio público

De acordo com o artigo 163, do Código Penal brasileiro, vandalismo é crime e o autor do delito fica sujeito a prisão e multa, por danos ao patrimônio público. A pena varia de seis meses a três anos de detenção, além do pagamento de multa.

 

 

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