Moro pede demissão e não é mais o ministro da justiça

Foto Antonio Cruz/ Agência Brasil

Por: Áurea Arendartchuk

24/04/2020 - 11:04 - Atualizada em: 24/04/2020 - 12:13

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, pediu demissão do governo no fim da manhã desta sexta-feira (24).

A demissão comunicada em coletiva de imprensa foi motivada pela troca no comando da Polícia Federal. O agora ex-ministro afirmou que entende as críticas que recebeu e que seu objetivo principal era o “combate à corrupção” e que pretende descansar e pensar depois que rumo vai tomar em sua carreira.

Moro comentou na coletiva que havia dito ao presidente que não havia problema em trocar o comando da PF. Mas que precisaria de um motivo concreto.

“Não é a questão do nome. Há outros bons nomes. O problema da troca era uma violação da promessa de que eu teria carta branca. Em segundo lugar não havia causa para a troca. E haveria interferência política na Polícia Federal. Falei ao presidente quer seria uma interferência política. Ele disse ‘seria mesmo” ”, destacou Moro.

Ainda de acordo com o ministro, ele teria buscado uma solução alternativa para tentar evitar uma crise política durante a pandemia. “Mas entendi que não podia deixar de lado meu compromisso com o estado de direito. A exoneração é um sinal de que o presidente não me quer no cargo”, afirmou.

 

Cargo de ministro

Segundo Sérgio Moro, ele aceitou o cargo de ministro em 2019 oferecido pelo presidente Bolsonaro depois que ele concordou com as condições impostas por ele. Na coletiva, Moro ressaltou também o desempenho do Ministério da Justiça no combate ao tráfico de drogas e à corrupção. Ele citou dados como a queda de 19% em assassinatos em 2019.

“Minha avaliação é que a aceitação foi bem acolhida pela sociedade. Me via como também um garantidor, pelo meu passado de juiz e meu compromisso com o estado de direito, que eu poderia ser um garantidor da lei e da imparcialidade e autonomia dessas instituições”, comentou.

 

A troca na Polícia Federal

O presidente Bolsonaro informou na quinta-feira (23) a Sérgio Moro sobre a troca na Polícia Federal, que foi oficializada nesta sexta-feira (24) no Diário Oficial da União. Maurício Valeixo, que deixou o cargo na PF, tinha total confiança do ministro. Desde o ano passado, Bolsonaro falava em trocar o comando.

Na Polícia Federal, a expectativa é de que Bolsonaro nomeie o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, como chefe da PF.

 

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