Confira a entrevista com a Diretora de Comunicação da Alesc para a ADI e Adjori

Por: Áurea Arendartchuk

21/08/2019 - 06:08

A Associação de Diários do Interior de Santa Catarina (ADI-SC) e a Associação dos Jornais do Interior de Santa Catarina (Adjori) entrevistaram a diretora de comunicação da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) Lúcia Helena Vieira, que fala sobre os desafios de fazer levar as informações da Casa para a população.

Confira a entrevista:

ADI-SC/Adjori-SC – Como define a política de comunicação da Assembleia Legislativa de Santa Catarina?

Lúcia Helena Vieira – A orientação do presidente Julio (Garcia) é sempre na linha da transparência total e da agilidade, claro que com a racionalização de recursos que o momento exige. O nosso desafio é mostrar para as pessoas como os deputados de Santa Catarina trabalham. E que tudo o que eles fazem, cada projeto de lei que apresentam, cada ideia que colocam em debate, vai afetar ou a sociedade como um todo ou algum segmento. Por que trato como desafio e não como missão? Porque enfrentamos obstáculos cada vez mais numerosos e difíceis – preconceitos contra a classe política, desgaste da imagem do parlamentar brasileiro. Mesmo que não haja nenhum problema em Santa Catarina, sofremos as consequências do que ocorre em outras casas legislativas. É preciso vencer isso. Aqui não tem deputado que falta ou que não trabalha. Ao contrário, trabalham muito. Prova disso é que nossas equipes de jornalistas e técnicos não param, estão sempre cobrindo alguma pauta.

ADI/Adjori – Até porque a Assembleia Legislativa conquista cada vez mais protagonismo.

Lúcia Helena – Este poder é a caixa de ressonância da sociedade. Os deputados são os olhos e os ouvidos da população. Exemplo disso é o debate em torno dos incentivos fiscais que acontece na Casa desde o começo do ano legislativo. É a Assembleia que está ouvindo os diversos segmentos da sociedade para tentar encontrar a melhor saída e não onerar a população com mais impostos; para viabilizar a economia, para que as empresas possam trabalhar. Porque as empresas e as pessoas estão muito penalizadas com impostos, com taxas, a economia travada há muito tempo. Então, é um esforço grande, conjunto e suprapartidário para ouvir os setores, definir as peculiaridades, entender as dificuldades, e tentar superar tudo isso negociando com o governo. É um ano muito produtivo, em que a Assembleia está assumindo um protagonismo maior em suas ações. Foi assim também na Reforma Administrativa que o governo protocolou. Sem isso, a reforma não teria sido aprovada da maneira que foi, com muita tranquilidade, atendendo aos interesses do novo governo. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) foi votada antes do prazo, também com o entendimento dos poderes de que o duodécimo não pode ser reduzido, porque foi uma conquista histórica.

ADI/Adjori – E tudo isso precisa chegar lá fora, para a sociedade.

Lúcia Helena – O nosso desafio é esse. Informar por meio dos nossos veículos e ainda abastecer os veículos de comunicação do estado inteiro, com clareza, com profundidade e com precisão. Para isso essa estrutura toda da comunicação, as áreas todas, da TV, rádio, as redes sociais e agência têm que falar a mesma língua. Tanto existe a produção própria, em cima da pauta que os deputados definem, dos projetos que estão em debate, das ideias, e do que o governo e outros poderes encaminham, como a resposta às demandas que os jornalistas nos trazem. Os veículos não têm mais a estrutura que tinham antigamente, com grandes equipes. Isso vale para o estado inteiro. O que eles precisam de conteúdo, de esclarecimento, de informação, temos que estar preparados para fornecer. Por isso uma equipe tão numerosa, talvez a maior redação de Santa Catarina.

ADI/Adjori – Qual o tamanho da Diretoria?

Lúcia Vieira – São 102 pessoas, sendo perto de 40 jornalistas, além de técnicos, fotógrafos e cinegrafistas. Também formamos uma rede com os assessores de imprensa dos deputados e das bancadas. Apresentamos a estrutura, colocamos os serviços à disposição e atuamos juntos quando necessário. Damos cobertura para todas as atividades parlamentares nas comissões sessões, audiências, reuniões.

ADI/Adjori – Como a Diretoria de Comunicação da Assembleia faz para que as notícias da Assembleia cheguem ao interior catarinense?

Lúcia Vieira – Encaminhamos o material produzido por nós para todos os veículos de Santa Catarina. E nos apoiamos muito nas associações ADI, na Adjori e na Acaert. Não estamos restritos a elas. Quem não está filiado também recebe. Mas as associações nos ajudam muito, porque têm seus próprios canais. Isso é uma garantia de que a mensagem da Assembleia está chegando ao interior. Tem jornal maior que reclama. Mas não somos uma empresa. Somos um Poder do Estado. Nosso cliente é o cidadão. Queremos que nossa mensagem chegue lá no Extremo Oeste, no Extremo Sul, no Norte, no Meio-Oeste. Todos os veículos, independentemente do tamanho, são importantes. Alcançam a população que os deputados representam.

ADI/Adjori – Há a preocupação de ajustar a linguagem, de forma que todas as camadas da população compreendam o que se passa por aqui?

Lúcia Helena – Sempre há essa preocupação. Ao informar bem, que é nosso esforço diário, aproximamos a população do trabalho feito aqui pelos parlamentares. Ao serem informadas, as pessoas despertam para o gosto pela política, para a participação cidadã, para a necessidade e para a importância de acompanharem mais de perto os atos legislativos. Somos o canal que procura viabilizar essa aproximação. O conteúdo que direcionamos aos veículos de comunicação está na linha do formador de opinião. Procuramos atender a essas demandas e fornecer a eles o conteúdo em um bom nível, de forma que tenham interesse que seja notícia e que eles possam repassar à população. A preocupação é a mesma com as redes sociais, que alcançam diretamente a população, sem intermediários. Todo o material que a Diretoria de Comunicação produz é disponibilizado gratuitamente para todos os veículos que quiserem usar.

ADI/Adjori – A meta é alcançar o maior número de pessoas com o máximo de informação e de fácil entendimento.

Lúcia Helena – Isso. E a TV AL tem um papel importante nesse contexto. A TV é um canal aberto na Grande Florianópolis por parabólica e em canal fechado em diversos pontos do estado. Aumentamos muito a abrangência em 2019 e chegamos até o Extremo Oeste de Santa Catarina. A rádio, além de estar na internet, tem conteúdo disponibilizado em várias emissoras de rádio de todas as regiões. É um veículo muito ágil que a gente sabe que chega à população. Então, pelo canal de TV, é conteúdo produzido diretamente aqui e entregue para a população. Existe, sim, preocupação de transmitir informação de qualidade, mas de fácil entendimento. Nosso objetivo é chegar a todos os cantos do estado e ao maior número possível de pessoas.

ADI/Adjori – Tudo para que a sociedade perceba a importância do que acontece na Assembleia.

Lúcia Vieira – Exatamente. Ao informar bem, que é nosso esforço diário, a gente acaba aproximando os dois lados. Ao serem informadas, as pessoas despertam para o gosto pela política, para a participação cidadã, para a necessidade e para a importância de acompanharem mais de perto os atos legislativos. Somos o canal que procura viabilizar essa aproximação. Em um período anterior, fazíamos pesquisas para saber quais eram as demandas. Uma constatação da pesquisa, que inclusive pautou nossas ações em comunicação, foi que quem conhecia mais a Assembleia avaliava melhor. Ou seja, quem conhece mais, quem entende melhor o que acontece aqui, sabe que a Assembleia funciona sem parar, que os deputados estão trabalhando, que o tema de interesse de alguma pessoa está sendo debatido aqui ou em algum lugar, por algum meio. É na linha do “conhecer para valorizar”.

ADI/Adjori – O conhecimento quebrou o preconceito?

Lúcia Vieira – Isso ficou claro nas pesquisas que fizemos. Quem conhece mais avalia melhor a Assembleia. Em função disso, fizemos alguns programas, como o Brasil em Debate, em que trouxemos para dentro da Assembleia pessoas diferentes, que não são ligadas a partidos políticos, nem a movimentos sociais organizados. Muitas pessoas não podiam comparecer e acompanhavam pelo site da Assembleia e com isso tinham acesso às notícias, ao dia a dia, aos deputados de suas regiões. Conheceram e avaliaram melhor.

ADI/Adjori – A TVAL é um capítulo importante da sua história na Alesc.

Lúcia Vieira – Sim. Neste ano, 2019, a TVAL está fazendo 20 anos. Quem criou a TVAL foi o deputado Gilmar Knaesel, então presidente da Assembleia. O que acompanhei de perto, e que foi muito marcante, foi a discussão e depois a adoção da tecnologia digital. Participei de toda essa discussão. O governo federal da época instituiu um grupo de acadêmicos da área que estudou as tecnologias americana, europeia e japonesa, para definir qual seria a adotada no Brasil. Escolheram a japonesa, com adaptações. Hoje, nossa tecnologia é nipo-brasileira, que possibilita a transmissão em HD, em alta definição, ou em SD, que é uma definição muito superior ao analógico. As emissoras comerciais brasileiras optaram pelo HD e as públicas, pelo SD. Senado, Câmara Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais juntaram recursos e esforços para compartilhar o mesmo canal, e cada um fica com um sub canal. A tecnologia digital permitiu isso.

ADI/Adjori – Tudo isso era um universo novo, mais tecnológico. Não a assustou?

Lúcia Vieira – Um pouco (risos). Lembro quando os acadêmicos falavam em convergência de mídias durante as reuniões. Diziam que teríamos tudo na palma da mão. Eu entendia perfeitamente, mas não imaginava como seria e que aconteceria tão rapidamente. E também lembro o dia em que o Lula, então presidente, assinou o decreto adotando a tecnologia japonesa. Tivemos discussões enormes sobre como iríamos operacionalizar esses canais. Esse canal aberto que temos da TVAL é da rede legislativa de televisão. É um canal consignado pela Câmara Federal.

ADI/Adjori – Portanto, esse não é seu primeiro período como diretora de Comunicação da Assembleia. Voltou agora, num novo momento, com a TV consolidada, a rádio mais forte, o impresso extinto e as redes sociais bombando. Foi uma mudança muito radical, para você que está no jornalismo há tanto tempo?

Lúcia Helena – Fui diretora entre 2005 e 2011, também com o deputado Julio Garcia, por quatro anos, e depois com os presidentes Jorginho Mello e Gelson Merisio. Volto agora depois de quase nove anos. Naquela época já existiam redes sociais, mas não adotamos logo porque precisávamos nos capacitar. Hoje é rotina, mas naquela época era uma novidade incrível.

ADI/Adjori – Uma mudança muito radical, para você que atua há tanto tempo no Jornalismo?

Lúcia Vieira – Foi excelente! A Diretoria de Comunicação da Assembleia não parou de evoluir. Qualificou muito seu quadro profissional, realizou concurso público. Temos uma equipe de muita qualidade. O trabalho flui, as pessoas têm inteligência, capacidade, informação, discernimento. Foi uma evolução contínua no aspecto humano e também tecnológico. Fui vivendo essa evolução. E cada aspecto é fundamental para efetivar nossa política de trabalhar a imagem e propagar a mensagem da Assembleia como instituição, acima das divergências partidárias. A participação dos partidos é importantíssima, cada um com seu perfil. A pluralidade é fundamental para a Assembleia. Divulgamos as individualidades, mas sempre com um olhar institucional, mostrando a importância do Poder Legislativo, um dos garantidores da democracia, do exercício da cidadania. É aqui que as ideias são debatidas.

ADI/Adjori – É difícil mostrar essa importância do Poder?

Lúcia Helena – Muitas vezes é difícil para as pessoas que não estão próximas darem o devido valor. Está na moda essa história de cortar duodécimo – “pega o dinheiro da Assembleia e coloca na saúde”. Mas só que Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e UDESC, que recebem o duodécimo, são entes do Estado, que é um só. Cada um tem as suas obrigações e os seus serviços para prestar. O Executivo, que é quem deve cuidar da saúde, da educação, da segurança, tem a maior fatia do orçamento para isso. Cabe à Assembleia garantir que os cidadãos estejam representados, que não haja nenhum governo totalitário tentando decidir tudo sozinho, sem ouvir ninguém, e fiscalizar o Executivo. O Ministério Público atua na defesa da sociedade como um todo, no combate à corrupção. Para isso, precisa de instrumentos, de dinheiro, de recursos humanos. No caso do Judiciário, as pessoas querem poder entrar com uma ação e ter uma solução para suas demandas. Não querem que um juiz leve anos para decidir um processo. Para isso, precisa ter juiz, funcionário, varas, estrutura.

As pessoas às vezes não enxergam essas necessidades porque a saúde, em vários casos, é muito mal prestada. E a saúde nos traz o senso de urgência. A saúde é fundamental, mas a democracia também é fundamental. Esse é o desafio, tentar mostrar para as pessoas a importância da democracia, da liberdade de ir e vir, da livre manifestação, responsabilidade de todos esses entes. Além da imprensa externa, que expõe tudo e precisa ser respeitada, mas também a Assembleia. Quando fazemos matéria sobre um projeto de lei, estamos mostrando isso. Mesmo quando vários projetos vêm do Executivo, ainda assim a Assembleia opina. Isso é a atuação do Poder Legislativo, discutindo, trazendo especialistas, dando suporte para ações em todas as regiões do estado. Às vezes não se percebe em Florianópolis, porque aqui é habitual a presença dos deputados, de eventos, de grandes debates. Mas no interior percebemos, nas audiências públicas e sessões especiais, o quanto é importante o trabalho da Assembleia. Seminários para discutir a violência contra a mulher ou o desaparecimento de municípios juntaram milhares de pessoas. É o trabalho sendo reconhecido. E isso tem um custo.

Hoje somos a Assembleia com o maior número de (seguidores/curtidas?, ficou de ver a informação) no Brasil.

 

Relatório do alcance redes sociais ALESC

1º semestre 2019

FACEBOOK
As postagens na página do Facebook da Assembleia Legislativa somaram 7.469.779 visualizações. Destas, 6.482.770 foram de alcance orgânico e 1.130.510 de alcance pago (mês de janeiro). São 121.579 seguidores.

– INSTAGRAM
As postagens no Feed do Instagram da Assembleia Legislativa somaram 724.276 visualizações, sendo todas orgânicas. São 21.104 seguidores.

– TWITTER
As postagens no Twitter da Assembleia Legislativa somaram 565.200 visualizações. São 14 mil seguidores.

– WHATSAPP
Diariamente são enviadas informações da Assembleia Legislativa pelo WhatsApp.

Ranking das redes sociais das assembleias legislativas:

 

Facebook (curtidas)

1º Santa Catarina – 121.105

2° Distrito Federal – 84.420

3ª Rio Grande do Sul – 49.504

4ª São Paulo – 45.697

5ª Rio de Janeiro – 41.623

Instagram (seguidores)
1º Bahia – 33.500

2º Rio Grande do Norte – 32.900

3º Santa Catarina – 21.100

4º São Paulo – 17.100

5º Ceará – 14.600

Twitter (seguidores)

1º Rio de Janeiro – 113.010

2º Rio Grande do Sul – 40.702

3º Minas Gerais – 27.734

4º Rio Grande do Norte – 16.676

5º Santa Catarina – 14.054

Whatsapp

As assembleias legislativas de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Ceará e Rio Grande do Norte têm o envio de informações via WhatsApp.
A Alesc foi pioneira neste canal de informações.

Comemoração pelos 20 anos da TVAL

Uma das ações comemorativas pelos 20 anos de entrada em operação da TVAL foi o lançamento do Concurso TVAL de Audiovisuais Catarinenses. O edital com a iniciativa inédita no Legislativo estadual foi lançado no dia 10 de maio com o objetivo de diversificar a programação da emissora e valorizar a produção audiovisual catarinense.

Por isso mesmo, um dos requisitos é que as obras, produzidas no gênero documentário, tenham argumentos e narrativas que abordem temas ligados à realidade histórica e cultural do estado.

A diretora de Comunicação da Assembleia Legislativa, Lúcia Helena Vieira, explicou que a intenção não é financiar a produção dos filmes, mas premiar produtos prontos e projetos em andamento. Além da premiação em dinheiro, as obras audiovisuais catarinenses serão exibidas na TVAL, em canal aberto e fechado, e na internet.

O concurso prevê dois lotes a serem premiados. Para o primeiro serão escolhidos cinco séries e dez filmes já finalizados, com licença de uso de 24 meses. As séries deverão ter, no mínimo, quatro episódios com duração entre 30 e 59 minutos. Os filmes devem ter entre 50 e 120 minutos de duração. Para o segundo lote também serão escolhidos cinco séries e dez filmes. A diferença é que estes deverão ser produzidos entre a data da assinatura do contrato com a Assembleia e dezembro de 2020, também com licença de uso de 24 meses e com os mesmos tempos previstos no lote anterior.

As séries receberão R$ 25 mil cada, enquanto os filmes serão premiados com R$ 8 mil cada. Ao todo, a Assembleia vai investir R$ 410 mil no fomento do audiovisual catarinense.

A fase atual é a de julgamento por uma banca formada por profissionais ligados às áreas de Cinema e de Jornalismo. A data da premiação ainda não foi definida, mas a ideia é que seja em outubro, mês de criação da TVAL. “O interesse foi muito grande e recebemos trabalhos de todas as regiões”, comemora Lúcia Helena.

 

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