Comissões vistoriam Case, interditado por problemas na estrutura em Joinville

Foto Nilson Bastian/Câmara de Vereadores de Joinville

Por: Gabriel Junior

16/10/2018 - 11:10 - Atualizada em: 16/10/2018 - 12:56

As comissões de Cidadania e Direitos Humanos e de Segurança Pública vistoriaram na manhã desta segunda (15) o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), no Vila Nova em Joinville. Problemas estruturais levaram à interdição do lugar, que está impedido de aceitar novos internos. A disputa entre facções criminosas obrigaram a administração a separar jovens e alternar horários das atividades para evitar confrontos. Um interno foi vítima de tentativa de homicídio.

O Case fica na Estrada Dedo Grosso, a 21 km do centro de Joinville. Os ônibus passam apenas nos finais de semana. O complexo de casas abriga jovens em conflito com a lei de até 21 anos de idade. Apenas 41 das 70 vagas estão ocupadas. A Justiça impediu a entrada de internos até a reforma do lugar, construído há apenas 4 anos, pelo governo estadual.

O complexo já passou por reformas, mas paredes e o chão ainda estão cedendo. Quando chove, a quadra de esportes alaga, assim como o terreno onde ficam as casas dos internos. A rede elétrica também é inadequada e, quando a luz acaba, o Case, sem gerador, fica no escuro. O terreno impróprio para a construção é o responsável pelos danos, diz a gerente administrativa Vera Brum Mattos.

As comissões enviarão à Secretaria de Estado de Justiça um pedido de melhorias, disse o presidente Richard Harrison (MDB).

Facções

Os internos ligados às organizações rivais PCC (Primeiro Comando da Capital) e PGC (Primeiro Grupo Catarinense) foram colocados em casas em pontos diferentes do complexo. Quando saem para atividades educativas e recreativas, nunca é no mesmo horário. Quem está fora do domínio dessas facções, ou cometeu crime em desacordo com regras delas, como estupro, fica em local separado, chamado de “seguro”. Evitar confrontos se mostrou necessário. Há cerca de um ano, um jovem sofreu tentativa de homicídio e teve de ser transferido para outra unidade. Segundo a gerente administrativa, ele não informou aos companheiros que era de uma facção diferente da deles e foi descoberto.

Doação de livros

Os jovens têm aulas regulares e a maioria está no ensino fundamental. Eles também fazem cursos para o mercado de trabalho, como de produção de cupcakes, e têm acesso à biblioteca. Os livros preferidos, segundo as pedagogas, são os romances, como os de Nicholas Sparks, autor de “Dário de Uma Paixão”.

A biblioteca do Case aceita doações de livros, principalmente romances. Também é bem-vindo um carrinho de supermercado para distribuição deles. O e-mail para contato é casejoinville@dease.sc.gov.br.

*Com informações da Câmara de Joinville