Com aumento suntuoso para o judiciário, PEC do Quinquênio teria impacto de mais de R$ 80 bilhões até 2026

Foto: Freepik

Por: Pedro Leal

23/04/2024 - 20:04 - Atualizada em: 23/04/2024 - 20:55

Um relatório produzido pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal estima que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/23, conhecida como PEC do Quinquênio, gere um impacto de quase R$ 82 bilhões nos cofres da União e dos estados entre 2024 e 2026.

As informações são do portal Metrópoles.

A PEC, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso Nacional, prevê pagamento de uma parcela mensal de valorização por tempo de exercício de magistrados e membros do Ministério Público. O benefício havia sido extinto em 2006. O texto foi aprovado na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

No texto, a previsão era de um adicional de 5% do salário a cada cinco anos para os membros do Judiciário e do Ministério Público; o relator da proposta, Eduardo Gomes (PL-TO) ampliou o benefício para ministros e conselheiros das Cortes de Contas, advogados públicos, integrantes das carreiras jurídicas, defensores públicos e delegados da Polícia Federal.

O relatório atende a um pedido da liderança do governo na Casa, em meio aos esforços do governo para evitar perda de arrecadação e equilibrar as contas públicas.

O estudo aponta para um impacto de R$ 25,8 bilhões em 2024; R$ 27,2 bilhões em 2025; e R$ 28,6 bilhões em 2026, somando um total de R$ 81,6 bilhões. Os valores são referentes ao texto alterado pelo senador Eduardo Gomes.

A proposta inicial, apresentada por Pacheco, traria impactos consideravelmente menores: R$ 10,3 bilhões em 2024; R$ 10,9 bilhões em 2025; e R$ 11,4 bilhões em 2026.

De acordo com o estudo, os efeitos macroeconômicos da PEC alterada por Gomes nas finanças públicas são “inegavelmente severos em termos de suas consequências sobre o aumento de gastos”.

Por se tratar de uma PEC, a matéria precisa passar por cinco sessões de discussão antes de ter o primeiro turno votado no plenário do Senado. A primeira sessão está prevista para a tarde desta terça-feira.

Após as cinco sessões, os parlamentares devem votar o primeiro turno da proposta. Para que o texto seja aprovado, são necessários votos de 3/5 dos senadores (49 votos favoráveis). Em seguida, a Casa realiza mais três sessões de discussão e a votação do segundo turno.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).