A possibilidade de extinção do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), estudada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria causado desconforto nas Forças Armadas, segundo informações da CNN.
Segundo a Emissora, o fim da pasta criaria um desgaste desnecessário em uma relação já conturbada entre a cúpula militar e o governo petista.
A defesa é de que, em vez de acabar com a estrutura que historicamente é comandada por militares, seja colocada à frente da pasta um general legalista, perfil semelhante ao do atual comandante do Exército, general Tomás Paiva.
Segundo os militares, apenas um militar teria condições de fazer mudanças na pasta.
O fim da pasta ministerial, na avaliação de militares, pode criar um sentimento revanchista, com potencial de acirrar ainda mais os ânimos no país.
A avaliação, segundo militares da ativa, é compartilhada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que se posicionou contra a extinção do GSI durante viagem do presidente brasileiro a Portugal.
Criado em 1999, o GSI surgiu de uma fusão da Casa Militar com a Secretaria do Conselho de Segurança Nacional.
Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff retirou o status ministerial do órgão federal, que voltou a virar uma pasta em 2016.
Para extinguir ou rebaixar o GSI, o governo federal precisaria alterar a legislação por meio de uma nova medida provisória, como a que editou em janeiro mudando a configuração da Esplanada dos Ministérios.
Lula já afirmou que só tomará uma decisão sobre a pasta quando retornar ao Brasil, na próxima quarta-feira (26). A ideia é que, na quinta-feira (27), ele se reúna com os ministros da Casa Civil, Justiça e Defesa para discutir o tema.