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Bolsonaro era visto como “Trump tropical” pela USaid, diz ex-secretário de Trump

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

05/02/2025 - 16:02 - Atualizada em: 05/02/2025 - 16:40

Michael Benz, ex-chefe da divisão de informática do Departamento de Estado dos Estados Unidos durante o 1º governo de Donald Trump (Republicano) afirmou, em entrevista ao influenciador digital Steve Bannon que a USaid (United States Agency for International Development) via Bolsonaro como “Trump tropical”.

A declaração ocorreu no programa The War Room, na 2ª feira (4), afirmando ainda que a agência teve um “papel crucial” nas eleições de 2022; ele não apresentou, no entanto, provas da afirmação.

As informações são do Poder360

O filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também vinha compartilhando posts sobre as declarações de Benz a USaid. Sugeriu que apoiadores acompanhem o caso. Após a afirmação sobre a suposta influência nas eleições passadas, o congressista afirmou que “podiam botar Jesus para concorrer em 2022 que não teria ganho”.

Eduardo também publicou uma nota sobre o caso no X. Segundo o congressista e secretário de Relações Institucionais e Internacionais do PL, “é fundamental que o Congresso Nacional e demais instituições competentes investiguem o financiamento e a atuação dessas organizações em território brasileiro”.

Também pediu que o Itamaraty “e os órgãos de inteligência avaliem os riscos dessa interferência para a segurança institucional e política do Brasil”.

O deputado afirmou que a “influência da USaid” se deu por meio do “financiamento de ONGs e veículos de mídia alinhados a uma agenda específica”.

Eduardo declarou que Sleeping Giants Brasil e Alma Preta teriam recebido recursos e promoveram “campanhas de censura”. Citou também a Agência Lupa, que teria sido, segundo ele, “financiada para sustentar a narrativa oficial sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023”, e o Instituto Vero, do influenciador Felipe Neto, “que recebeu US$ 30 mil diretamente da Embaixada dos EUA”.

Em Nota, a Lupa afirma que nunca recebeu recursos da USaid nem teve qualquer relação direta com a entidade.

Leia a íntegra da nota da Agência Lupa:

“Sobre a matéria em que o Eduardo Bolsonaro acusa algumas organizações de mídia de receberem dinheiro do USAID para defender agendas, gostaria de ressaltar que a Lupa jamais recebeu recursos financeiros diretamente do USAID e que não temos nem nunca tivemos qualquer relação direta com a entidade. Recebemos recursos do ICFJ para projetos relacionados aos eventos do 8 de janeiro de 2023. Não temos ingerência sobre as estratégias de financiamento do ICFJ, que, caso tenha, de fato, recebido recursos do USAID, é quem deve ser questionado. A Lupa não defende agendas que não sejam a da qualificação do debate público, da integridade da informação, da luta por um ambiente digital mais seguro para todos e da promoção da educação midiática e do pensamento crítico.”

Na 2ª feira (3), o bilionário Elon Musk, líder do Doge (Departamento de Eficiência Governamental) do governo Trump, afirmou que quer fechar a USaid. O órgão público é responsável por cerca de 40% da ajuda humanitária do mundo.

No mesmo dia, Musk começou a compartilhar as declarações de Michael Benz afirmando que a USaid foi usada para influenciar a mídia internacional.

Segundo Benz, a USaid teria “investido em operações e financiamento de legislação contra a desinformação dentro do TSE” e fez uma analogia com a Operação Mockingbird, uma iniciativa da CIA para influenciar a mídia internacional nas décadas de 1950 e 1960; embora um comitê do Senado tenha revelado, em 1975, que a CIA mantinha relações clandestinas com ao menos 50 jornalistas, a agência sempre negou a existência da operação.

No vídeo compartilhado no X, o ex-secretário escreveu: “Se a USaid não existisse, Bolsonaro ainda seria presidente do Brasil”.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).