As propostas, as indagações e os embates; confira como foi o debate dos candidatos à Prefeitura de Criciúma

Por: OCP News Criciúma

24/10/2020 - 14:10 - Atualizada em: 24/10/2020 - 14:28

Ocorreu na manhã deste sábado, sob o comando das rádios, Jovem Pan News Criciúma e Hulha Negra, e do Portal OCP News Criciúma, o debate entre os candidatos à Prefeitura de Criciúma. Todos os sete postulantes ao cargo de chefe do Executivo criciumense estiveram presentes na Associação Empresarial de Criciúma (Acic).

Em quase duas horas, eles apresentaram suas propostas, indagaram adversários e fizeram suas considerações.

De forma pioneira neste pleito 2020 na cidade, os cidadãos criciumenses puderam participar encaminhando suas perguntas, que foram sorteadas e destinadas, de forma aleatória, aos candidatos.

Empreendedorismo

No primeiro bloco, o candidato do PT, Chico Balthazar, perguntou ao candidato pelo PDT, Rodrigo Minotto, sobre o futuro da cidade.

Minotto respondeu que quer uma cidade inovadora com emprego e renda e que tem capacidade para isso. Que irá fornecer incentivo às empresas e fazer mais por Criciúma.

Na réplica, Chico informou que o governo anterior (PT) sabe como retomar a geração de empregos e citou os dez mil empregos criados no governo de Décio Góes. Disse que sabe como fazer isso e que Criciúma irá liderar na AMREC na geração de empregos e desenvolver a região como um todo.

Na tréplica, Minotto reforçou que quer uma política voltada na geração de emprego equiparada na mão de obra de qualidades e citou a educação para tal, citou ainda a desburocratização do governo.

Saúde

Em seguida, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB), candidato à reeleição, perguntou sabre a área de saúde ao candidato, que é médico, Dr. Anibal Dário (MDB).

Anibal citou um projeto do MDB, da época de Eduardo Moreira, que trouxe uma recolocação na saúde, mas que de lá para cá não viu algo que tenha dado um resultado como tal e que ele quer fazer esse resgate.

Na réplica, Salvaro reforçou que, as cirurgias agendadas, o município faz o seu dever; que reconhece que o prefeito é titular dos problemas de toda cidade, e que o Executivo luta, junto ao Governo do Estado, pois as pessoas aguardam dois, três anos na fila e que é obrigação do Estado, o que é “lamentável”. Citou a saúde pública com responsabilidade e falou da UPA do Rio Maina, que será entregue.

Na tréplica, o candidato do MDB informou que 15 mil pessoas aguardam nas filas, o que é “injusto” e que depende-se também do Estado, mas que o município deve fazer sua parte.

Em seguida, o candidato pelo Podemos, Coronel Manique Barreto, iniciou a pergunta a Salvaro, falando da região da Próspera, mas teve seu tempo esgotado. Posteriormente, teve seu tempo para conclusão (confira mais abaixo).

Salvaro citou que cerca de três mil pessoas aguardam na fila, o que é muito, e que não vai fechar as unidades de saúde, como não fechou igreja, nem escolas, nem unidades básicas de saúde. “Nós aprimoramos”, defendeu.

Na réplica, Barreto falou sobre a inteligência na distribuição das unidades de saúde para poder atender a população.

Na tréplica, Salvaro respondeu que tem que melhorar, que não está 100% e que “só quem faz muito pode errar, que a cidade é um organismo, que a gente erra e a gente acerta e que não está faltando remédios”.

Mobilidade urbana

Já no segundo bloco, o candidato sob judice, Professor Ederson (PSTU) indagou sobre a mobilidade urbana. Opinou que o sistema é um caos, mas “que o prefeito não vê, porque anda de carro com motorista particular, pago com dinheiro público”.

Sobre o tema, o candidato do PT se comprometeu a baixar o preço da passagem, “mais cara que um litro de gasolina”, e que, em parcerias, inclusive com a Unesc, fará um trânsito mais interligado, com a implantação de uma central semafórica.

Na réplica, o Professor Ederson repetiu que o “prefeito está fora da realidade” e que defende uma empresa pública para o transporte público; citou que houve demissão no setor, mas a prefeitura não poder intervir.

Chico, na tréplica, falou da criação do CriciúmaTrans, na era do PT em Criciúma, e voltou a argumentar que o preço da gasolina não bate com o da passagem.

Cidade inteligente

Em seguida, Dr. Anibal debateu com Barreto sobre a cidade inteligente.

O candidato pelo Podemos disse que até “já roubaram meu projeto de marcação de consultas via aplicativo (app)”; falou sobre a ideia de uma pré incubadora para trabalhar em conjunto de ideias e não jogar responsabilidades como: “ah isso é coisa do Estado”, e ainda melhorar o sinal de celular e ter sinal digital gratuito para a população.

Isolamento social

Em seguida, a candidata Júlia Zanatta (PL) sabatinou o candidato Professor Ederson sobre as medidas de isolamento no combate à transmissão do coronavírus e perguntou o “que ele está fazendo no debate?”, pois a esquerda defende o “fique em casa”.

O candidato respondeu que “está fora de casa porque representa uma parcela da sociedade, que enquanto estava morrendo gente em condomínio de luxo o discurso era o “fique em casa”, mas quando começou a morrer gente da favela, liberou tudo”.

Argumentou que ele precisava trabalhar e que o isolamento não foi uma política adotava por nenhum governante, seja na esfera municipal, estadual e federal. Disse que estava ali para debater e colocar suas propostas.

Na réplica, Júlia disse que “o senhor está enganado, que o que falou foi ao contrário de Bolsonaro, foi muita hipocrisia; que a esquerda tá fazendo tabelinha e que deveria estar em casa”, e perguntou sobre as ações da Prefeitura na pandemia.

Na tréplica, ele disse que a política adotada por Bolsonaro “foi um grande desastre, que o número só cresce, e que a senhora está totalmente enganada com o seu presidente, que disse ser uma gripezinha e que até parou de falar, pois só falava besteiras“, tecendo outras críticas as falas de Bolsonaro acerca da pandemia.

Agricultura

Em seguida, Minotto indagou Júlia sobre a agricultura na cidade.

A candidata iniciou apontando que Minotto é um candidato de esquerda e “assim funciona a sua pauta”. Falou então sobre incentivos à agricultura da cidade e que irá fazer um mercado público para, além dos produtores rurais poderem expor seus produtos, para que também vire um ponto turístico. “Que hoje não temos essa valorização da questão do cultura e turismo”.

Minotto retrucou a candidata.

“A gente sabe quando a pessoa não tem conhecimento e a senhora tem pouco conhecimento”. Minotto citou o resgate à patrulha mecanizada, assistência técnica aos trabalhadores, resgate das feiras expandido-as para os bairros, atendimento ao produtores, recuperação das coletas e produtos orgânicos.

Júlia rebateu: “muito feio para a sua cara. Defender as piores pautas de esquerda e está querendo desqualificar uma mulher”, alegou.

Logo em seguida, o candidato Coronel Manique Barreto teve o tempo resgatado na sua pergunta anterior sobre a saúde.

“O programa de app no mundo digital para marcar todas as consultar sem precisar ir de madrugada no posto. Se a gente já vê Uber, comida por aplicativo, porque não criar, dentro da administração, um mecanismo de consulta, sem precisar sair de casa”, ressaltou.

Empregos

No terceiro bloco, ainda na sistemática de pergunta com tema livre, de candidato à candidato, Minotto perguntou para Salvaro quantas empresas, em três anos e meio, com empregos de 300 pessoas, instalarem-se em Criciúma, e o atual saldo de empregos na cidade.

Salvaro respondeu que Criciúma é destaque nas principais cidades de Santa Catarina. “Ficamos na segunda posição por conta dos incentivos que a gente fornece, com quase quatro mil empregos e 7,5 mil novas empresas, por conta da Casa do Empreendedor, com tempo médio de três dias para retirar o alvará de funcionamento”.

Minotto voltou a falar que deste número não tem três empresas que geraram 300 empregos diretos. Citou a questão da proposta do conselho de desenvolvimento para avaliar, em conjunto com as entidades e forças empreendedoras, para Criciúma voltar a protagonizar o empreendedorismo em Santa Catarina.

Na tréplica, Salvaro disse que “para ser prefeito dessa cidade é preciso conhecê-la, e bem. Quando começamos, o saldo era negativo e agora é positivo. Algumas empresas ampliaram. Não é só trazer, tem que valorizar também as empresas já existentes”.

Embate

Em seguida, indagando Salvaro que disse que este seria seu último debate, Júlia perguntou o porquê. “Porque o Gaeco vai na Prefeitura e te levar preso?”. E indagou ainda o que ele acha do ex-presidente Lula, que diz que “nunca fez nada, que não sabe de nada”, e se tem como acreditar.

Salvaro respondeu que “cada vez eu me convenço que tu não sabe nada, tu anda nervosa com teu alto índice de rejeição, a 50%. O Gaeco pode bater quantos vezes quiser, que não vai encontrar praticamente nada”

Salvaro citou a condenação das salas, dizendo que irá recorrer e ganhar e perguntou a ela sobre seu sogro (vereador Júlio Colombo) “que foi condenado por conta da Câmara de Vereadores”.

Júlia rebateu dizendo a Salvaro que ele “estava levando para o lado pessoal, mentiroso e o senhor é um completo desonesto, que não há mais recurso, que a sala custa a R$ 11 mil e que até eu quero comprar essa sala”.

Salvaro rebateu dizendo que ela estava se achando “a última bolacha do pacote” e disse que o assunto das salas é tema de debate há muitas eleições.

Previdência

Em seguida, Chico Baltazar perguntou ao candidato Dr. Anibal sobre a previdência municipal, que “Criciúma tem uma bomba para ser explodida”.

Anibal respondeu que o sistema exige controle e transparência e que é de suma importância servidores mais técnicos e menos políticos, “para trazer dentro do CriciúmaPrev o perfil técnico no ponto de vista econômico e gerencial”.

Chico informou que esta é uma situação excessiva, com dívidas milionárias, que houve um fôlego, e que, já no primeiro semestre, se eleito, irá viabilizar o repasse patronal direto nos impostos e que o presidente do CriciúmaPrev não seja nomeado pelo prefeito, e sim eleito por quem ele representa.

Já no uso de sua palavra, Anibal afirmou que a cidade declina economicamente, segundo dados da própria Acic, e que, através da recuperação econômica, irá aumentar a arrecadação do município para aportar recursos para o CriciúmaPrev.

Afasc

Com seu uso da palavra, o professor Ederson perguntou sobre a Afasc ao candidato Coronel Manique Barreto, dizendo que “a Afasc é um ferida aberta na nossa cidade“.

Cosme respondeu dizendo que a Afasc é mal gerida, visto todos os problemas que vem ocorrendo, citando desvios, a CPI, mas que no passado foi uma construção muito bem gerida.

Fotos: Fabrício Júnior

Professor Ederson, em sua réplica, falou sobre o lockdown, que houve um retrocesso, pois é contra o retorno no momento na área de educação. “Quem está correndo riscos é o professor, os alunos, toda a comunidade escolar. Nós defendemos que a Afasc precisa ser municipalizada e desafio aqui que os candidatos se comprometam a receber o piso de um professor da rede estadual de Criciúma”.

Cosme em sua fala disse que quer transformar a educação, além de valorizar os professores, e citou a implantação da escola cívico-militar.

Educação

Em seguida, ainda na temática educação, o candidato Dr. Anibal coloca, ao candidato Chico Balthazar, que Criciúma está mal colocada no Ideb, ficando à frente somente de Morro da Fumaça e Balneário Rincão.

Chico disse que basta acompanhar os números para saber o decréscimo da cidade de Criciúma. “A educação está sendo feita de costas para alunos e professores e vou fazer Criciúma voltar a produzir uma educação de qualidade. Nossa intenção é de não ter aula virtual, por falta de internet para todos”.

Anibal disse que vai estabilizar os ACT’s, tornar o professor mais vocacionado, e que há a necessidade de um novo projeto.

Chico acrescentou que “não se faz educação só em sala de aula, que é preciso também levar cultura de qualidade e esporte para os bairros. Transformar a escola num centro de saber”.

Passagem de ônibus

Em seguida, o candidato à reeleição Salvaro perguntou ao Chico Balthazar sobre o preço da passagem de ônibus ser mais cara em Criciúma. “Baseado em que?”

Chico disse que nunca falou sobre ser a mais cara de Santa Catarina, mas uma das. “O teu esquema político que tu negas – governa Criciúma há 12 anos -, não conseguiu porque a Justiça não permitiu. Eu nunca disse isso, eu disse que Criciúma tem a passagem mais cara do que andar de carro, do litro de gasolina, eu não tenho essa informação”, alfinetou.

Salvaro rebateu dizendo que a passagem é cara, mas uma das mais baratas de Santa Catarina, citando Joinville (R$ 4,75), Florianópolis (R$ 4,18), e outras cidades, como exemplo.

Chico rebateu dizendo que não queria saber do preço das outras cidades, que queria saber de Criciúma e o que pode ser feito.

Encerrando o terceiro bloco, os candidatos, Coronel Manique Barreto e Anibal Dário contextualizaram as suas perguntas falando do que fizeram, na segurança e na saúde, respectivamente.

 

 

 

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