As pautas e desafios de Carlos Chiodini (MDB) na Câmara Federal

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

18/12/2018 - 05:12

Nesta terça-feira (18), em Florianópolis, a Justiça Eleitoral realiza a cerimônia de diplomação dos eleitos em Santa Catarina. Entre eles, os três parlamentares eleitos de Jaraguá do Sul e região: Carlos Chiodini (MDB) e Fabio Schiochet (PSL), para a Câmara dos Deputados, e Vicente Caropreso (PSDB), para a Assembleia Legislativa.

Aos 36 anos, Carlos Chiodini assumirá pela primeira vez a um cargo na Câmara Federal. Desde sua filiação ao MDB, aos 17 anos, o jaraguaense acumula dois mandatos consecutivos na Alesc e três anos à frente da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável.

A experiência, acredita o parlamentar, lhe confere o conhecimento sobre os principais gargalos e demandas de Santa Catarina e da região – que dificultam o seu pleno desenvolvimento – e para os quais pretende buscar soluções como deputado federal.

Em entrevista ao OCP, além das prioridades e principais trabalhos realizados, Chiodini também fala sobre a atuação político partidária em relação ao governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL) e ainda faz uma avaliação do governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL).

O que acha ou como avalia o governador eleito Carlos Moisés da Silva (PSL)?

Desejo sorte ao governador eleito Carlos Moisés, que terá pela frente grandes desafios: trazer os resultados pela expectativa gerada com sua votação, fazendo um governo enxuto e criando harmonia com a Assembleia Legislativa e demais poderes.

 

Acredito que teremos uma retomada econômica mais significativa em 2019, o que deve trazer mais investimentos para o Estado, mais empregos e desenvolvimento. Torço para que tenhamos um bom ano e que ele faça um bom governo.

Como avalia as primeiras medidas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL)?

A bancada do MDB foi a primeira do Brasil a se reunir com o presidente eleito e este foi o primeiro contato que tive com ele. Foi uma conversa amistosa, de um governo que parece não estar sendo pautado pelo viés partidário, e sim, pelas prioridades.

 

Ao contrário do nosso governador, Bolsonaro tem pleno conhecimento de como funciona o processo dentro da Câmara dos Deputados e sabe que o apoio da maioria é fundamental para aprovarmos as reformas que o país tanto precisa.

 

Nós iremos apoiar e votar de forma independente, com o compromisso de aprovar as matérias que o país precisa para retomar o crescimento.

Qual será a prioridade ou ação logo que o senhor assumir?

A primeira ação já está sendo tomada, conseguimos R$ 1 milhão para Saúde, sendo que mais da metade deste valor ficará em Jaraguá do Sul. Nossa prioridade é a duplicação da BR-280, trabalharemos por mais recursos para dar celeridade à obra.

 

Nossa região tem grande desenvolvimento econômico, alavancado principalmente pela indústria, com destaque nos setores têxtil e metalomecânico. Precisamos investir em infraestrutura para escoamento da produção, para facilitar os acessos de novos mercados.

 

Outra medida importante é fortalecer as micro e pequenas empresas, que correspondem a 90% dos negócios em Santa Catarina.

Depois de dois mandatos na Alesc, como está a expectativa para assumir a cadeira na Câmara Federal?

Estou entusiasmado e confiante com o novo desafio. Nossas ações sempre foram e continuarão sendo pautadas pela ética, transparência e muito trabalho, de segunda a segunda.

 

Já iniciamos o processo de transição para vencer as dificuldades iniciais e buscaremos recursos para as áreas prioritárias, que impactam diretamente na vida dos catarinenses, aliando o empreendedorismo e a inovação como diferenciais para manter nossa economia cada vez mais competitiva.

 

Continuaremos ouvindo a população para propor e votar em projetos de interesse coletivo.

Como o deputado e a bancada do MDB deve atuar na Casa, em relação ao próximo governo?

O anseio pela mudança ficou claro no pleito de outubro. Fazemos parte desta mudança, pois assumirei pela primeira vez um cargo federal. Vou respeitar as decisões do partido e também do presidente eleito, Jair Bolsonaro, mas não será preponderante na minha forma de atuar ou votar em Brasília.

 

Vou seguir com o trabalho que venho desenvolvendo, com humildade e respeito, para fazer o melhor que puder. Continuarei coerente com os ideais daqueles que represento e que me elegeram.

 

Quero honrar não apenas os 97.613 votos que recebi, e sim, os sete milhões de catarinenses.

Em sua avaliação, quais foram as maiores contribuições do seu trabalho como deputado estadual para a população catarinense e também para a região de Jaraguá do Sul?

Eu fui suplente por dois anos e deputado estadual por oito anos. Ainda, neste período, assumi a missão de estar à frente da Secretaria de Estado Desenvolvimento Econômico Sustentável.

 

Entre os projetos neste período, destaco a conclusão de dois Centros de Inovação, um deles em Jaraguá do Sul; desburocratizamos a Junta Comercial do Estado; criamos a Lei do Bem Mais Simples.

 

Conquistamos R$ 30 milhões em emendas para os hospitais de Jaraguá do Sul; R$ 50 milhões em financiamento para pavimentações de dezenas de ruas no município; destinamos mais de R$ 5 milhões para contenção de cheias; lançamos os planos de Recursos Hídricos e de Resíduos Sólidos;

 

Trouxemos a Udesc e o Instituto do Meio Ambiente (IMA, ex-Fatma) para Jaraguá do Sul.

Qual será o maior desafio do mandato federal?

Aqui nosso ritmo de trabalho chega a 16 horas por dia, muitas vezes até mais e, mesmo com os deslocamentos, queremos continuar mantendo a conexão com a nossa base, Jaraguá do Sul e região, além de percorrer todo o Estado. Este será um grande desafio.

 

Também queremos trabalhar para que nosso Estado receba mais recursos, afinal, hoje o retorno é inferior a um terço do que enviamos para o Governo Federal, o que é injusto.

 

Vamos trabalhar para termos uma divisão de recursos mais justa, compatível com o que os catarinenses merecem.

 

Quer receber as notícias no WhatsApp?