Áreas de risco reduzem em 45% em Jaraguá do Sul

Bairro Águas Claras, na região do Morro Boa Vista, foi uma das localidades estudadas e que tem abertura para regularização de imóveis | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Elissandro Sutil

30/05/2019 - 05:05

Em comparação com 2011, Jaraguá do Sul teve uma redução de 45% no percentual de áreas consideradas de alto risco para ocupação e um aumento nas áreas classificadas como de baixo e médio risco.

É o que revelou o estudo contratado pela Prefeitura de Jaraguá do Sul, no ano passado, para a atualização do Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). O resultado desse trabalho foi apresentado à população em audiência pública na noite desta quarta-feira (29).

Desde agosto de 2018, técnicos especializados em geografia e geologia levantaram diversos dados sobre as características do solo da cidade, do relevo, da quantidade de chuva e umidade, entre outras informações técnicas sobre as condições geológicas do município.

Os dados foram detalhados então para analisar as áreas do município com maior taxa de ocupação. O processo contou com visita em campo às localidades e loteamentos da cidade com áreas de risco, para reavaliar a realidade local das áreas estudadas.

Foi a partir desse trabalho que os técnicos chegaram à conclusão do estudo. Do total de 502 hectares analisados, 32% são considerados de muito alto risco (R4) hoje, enquanto que em 2011 o percentual era de 78%, uma redução de 45%, aproximadamente.

As áreas de baixo ou nenhum risco (R1) e as de médio risco (R2) também aumentaram, cerca de 24% em comparação com 2011. No entanto, as áreas classificadas como de alto risco (R3) também cresceram na comparação, em pouco mais de 30%.

Resultado vai permitir regularizar imóveis

O diretor de Habitação da Prefeitura Luís Fernando Almeida, explica que a contratação do estudo partiu da necessidade de rever as áreas ocupadas de forma irregular classificadas com algum grau de risco.

A partir do resultado do estudo, a diretoria poderá começar os processos para a regularização fundiária de lotes imóveis irregulares que antes estavam em áreas consideradas de alto e muito alto risco e que agora foram reclassificadas para níveis mais baixos.

Diretor de Habitação Luís Fernando Almeida, ao lado dos técnicos responsáveis pelo estudo | Foto Eduardo Montecino/OCP News

Segundo Almeida, existem hoje mais de 500 lotes para serem regularizados. “Se depois desse estudo 50 famílias poderão ter a escritura do seu imóvel, já está atendido meu objetivo, vou poder fazer a diferença pra 50 famílias que antes não estavam com esperança alguma”, declara o diretor.

No bairro Águas Claras, na região do Morro Boa vista, por exemplo, o estudo de 2011 não apontava nenhuma área de médio risco, apenas alto e muito alto.

Hoje, a realidade mostra que 30% da área analisada apresenta médio risco, o que possibilita a regularização. Por outro lado, aumentou o percentual de área considerada de alto risco.

Já no Loteamento Pakucheski, no bairro Tifa Martins, não havia nenhuma área no nível de baixo ou sem risco algum no estudo de 2011. Hoje, 46% do total de 14 hectares analisados passaram a esta classificação.

Estudo orienta medidas de segurança

Os técnicos Romelito Regginato, geógrafo e geólogo, e Evandro Gottardo, geólogo, que fizeram o estudo, explicam que os terrenos das áreas de risco e alto risco, principalmente, têm características que aumentam a probabilidade de desastres como deslizamentos de terra e outros problemas que podem trazer risco à segurança de quem mora no local ou próximo.

Por isso, o estudo oferece dados importantes para que a Prefeitura possa fazer o planejamento de intervenções e o monitoramento desses locais. Ações como drenagem, por exemplo, são algumas das medidas que podem minimizar alguns riscos.

O geógrafo Gottardo destaca que o estudo está disponível aos técnicos da Prefeitura em uma base de dados que permite a consulta e atualização das informações, medida recomendada pelo técnico ao Município.

Para realizar o estudo, a Prefeitura investiu R$ 187,2 mil, do Fundo Municipal de Habitação. A empresa vencedora da concorrência e responsável pelo trabalho é a Agrosig Engenharia e Meio Ambiente, de Porto Alegre (RS).

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