O Ministério da Igualdade Racial exonerou Marcelle Decothé da Silva do cargo de chefe da assessoria especial da pasta, após ela insultar a “torcida branca” do São Paulo Futebol Clube, durante a final da Copa do Brasil, no Estádio Morumbi, em São Paulo.
As informações são do portal Metropoles.
Marcelle Decothé viajou para a capital paulista ao lado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que assinou um protocolo de intenções com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o combate ao racismo no futebol.
A final da Copa do Brasil foi disputada entre São Paulo e Flamengo, neste domingo (24/9). O jogo terminou empatado em 1 x 1, placar que deu o campeonato ao tricolor paulista, comandado por Dorival Júnior.
Flamenguista, Marcelle Decothé postou uma foto no Instagram na arquibancada do Morumbi e chamou os são-paulinos de “torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior de tudo pauliste (sic)”.
O gentílico Paulista, destaque-se, não faz flexão de gênero.
No cargo que ocupava, de chefe da assessoria especial do Ministério da Igualdade Racial, ela recebia um salário de R$ 17,1 mil por mês. Ela entrou no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 7 de fevereiro deste ano.
A pasta argumentou que a publicação da agora ex-assessora “está em evidente desacordo com as políticas e os objetivos do MIR [Ministério da Igualdade Racial]”.
Notícia-crime
A exoneração pode não ser o fim das repercussões da conduta da assessora: A oposição protocolou uma notícia-crime nesta terça-feira (26), junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e a Polícia Civil de São Paulo (PCSP).
A representação foi feita pelo deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP).
A representação ao MPSP e a PCSP afirma que houve “configuração de crime de discriminação racial”, e cobra o afastamento imediato da assessora.
“A assessora praticou discriminação por cor e procedência nacional, uma vez que afirmou que a torcida branca é descendente de europeu safado (cor e procedência nacional) e fez ainda uma relação entre eles e o fato de serem paulistas (procedência nacional)”, afirma o documento.
O documento ainda questiona o comportamento da assessora com correlação ao cargo.
“O que causa ainda mais perplexidade é o fato dela ser Assessora Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Igualdade Racial, pasta do Poder Executivo Federal competente para planejar, coordenar e executar políticas públicas de promoção da igualdade racial e combate ao racismo em caráter nacional”, conclui o documento.