Após polêmica com paulistas, assessora especial de Anielle Franco é exonerada

Reproduação/Instagram

Por: Pedro Leal

26/09/2023 - 18:09

O Ministério da Igualdade Racial exonerou Marcelle Decothé da Silva do cargo de chefe da assessoria especial da pasta, após ela insultar a “torcida branca” do São Paulo Futebol Clube, durante a final da Copa do Brasil, no Estádio Morumbi, em São Paulo.

As informações são do portal Metropoles.

Marcelle Decothé viajou para a capital paulista ao lado da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que assinou um protocolo de intenções com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para o combate ao racismo no futebol.

A final da Copa do Brasil foi disputada entre São Paulo e Flamengo, neste domingo (24/9). O jogo terminou empatado em 1 x 1, placar que deu o campeonato ao tricolor paulista, comandado por Dorival Júnior.

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Flamenguista, Marcelle Decothé postou uma foto no Instagram na arquibancada do Morumbi e chamou os são-paulinos de “torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior de tudo pauliste (sic)”.

O gentílico Paulista, destaque-se, não faz flexão de gênero.

No cargo que ocupava, de chefe da assessoria especial do Ministério da Igualdade Racial, ela recebia um salário de R$ 17,1 mil por mês. Ela entrou no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 7 de fevereiro deste ano.

A pasta argumentou que a publicação da agora ex-assessora “está em evidente desacordo com as políticas e os objetivos do MIR [Ministério da Igualdade Racial]”.

Notícia-crime

A exoneração pode não ser o fim das repercussões da conduta da assessora: A oposição protocolou uma notícia-crime nesta terça-feira (26), junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e a Polícia Civil de São Paulo (PCSP).

A representação foi feita pelo deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP).

A representação ao MPSP e a PCSP afirma que houve “configuração de crime de discriminação racial”, e cobra o afastamento imediato da assessora.

“A assessora praticou discriminação por cor e procedência nacional, uma vez que afirmou que a torcida branca é descendente de europeu safado (cor e procedência nacional) e fez ainda uma relação entre eles e o fato de serem paulistas (procedência nacional)”, afirma o documento.

O documento ainda questiona o comportamento da assessora com correlação ao cargo.

“O que causa ainda mais perplexidade é o fato dela ser Assessora Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Igualdade Racial, pasta do Poder Executivo Federal competente para planejar, coordenar e executar políticas públicas de promoção da igualdade racial e combate ao racismo em caráter nacional”, conclui o documento.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).