Após derrota nas eleições para o Parlamento Europeu, Macron dissolve parlamento francês e convoca novas eleições

Avanço da Direita ameaça Macron - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Por: Pedro Leal

10/06/2024 - 14:06 - Atualizada em: 10/06/2024 - 14:51

Após uma derrota expressiva do seu partido, o REM, para o Rassemblent National (RN – Reunião Nacional, em tradução livre) de Marine Le Pen nas eleições do Parlamento Europeu, o presidente da França, Emmanuel Macron, dissolveu o parlamento francês, neste domingo (9), e convocou novas eleições.

As informações são do portal G1.

Le Pen é vista como uma política populista de extrema direita, e o RN é o “herdeiro político” da antiga Frente Nacional do pai, Jean-Marie Le Pen, grupo de extrema-direita ativo de 1972 até 2011. Marine Le Pen fez carreira com um discurso menos radical que o do pai, mas ainda fortemente anti-imigração e contra a participação da França na União Europeia, evitando discursos mais explícitos como os que marcaram a carreira do pai.

Macron disse que a ascensão de nacionalistas é um perigo para a Europa. “O resultado das eleições da União Europeia não é bom resultado para o meu governo”, afirmou o presidente, adicionando: “Decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação. Estou, portanto, dissolvendo a Assembleia Nacional.”

A nova votação acontecerá em dois turnos, em 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno).

A decisão do presidente francês acontece em meio à divulgação dos primeiros resultados das eleições parlamentares da União Europeia. Institutos de pesquisa franceses projetam o partido de extrema direita RN (Reunião Nacional) à frente dos demais.

Liderado pelo ultradireitista Jordan Bardella, o Reunião Nacional obteve cerca de 32% dos votos na eleição deste domingo, mais que o dobro dos 15% da chapa de Macron, de acordo com as primeiras pesquisas apuradas pela agência de notícias Reuters.

De acordo com a Reuters, os eleitores dos 27 países da União Europeia elegeram 720 legisladores para o Parlamento Europeu para os próximos cinco anos neste domingo. Nos quatro dias de votação em todo o bloco houve uma “clara mudança para a direita”, diz a agência.

Além de Macron, as pesquisas de boca de urna indicam resultados ruins para os partidos governistas da Alemanha e ganhos para a extrema direita, representada pela Alternativa para a Alemanha – AfD – nas eleições da UE.

Os Social-democratas de Olaf Scholz ficaram em terceiro lugar

“Estamos prontos para assumir o poder se os franceses nos derem a sua confiança nas próximas eleições nacionais”, disse Marine Le Pen durante um comício neste domingo. Le Pen também afirmou que sua vitória é um acontecimento “histórico” e que ela está pronta para as novas eleições.

A RN e a AfD tem pautas em comum com os partidos conservadores europeus, como restrições a imigração e legislação ambiental mais flexível – mas se distanciam da direita moderada na questão da Ucrânia, buscando uma aproximação maior com a Rússia, outrora inimiga da direita radical europeia.

As eleições para Parlamento Europeu ocorrem em cada um dos 27 países do bloco; cada nação elege os respectivos eurodeputados: a Alemanha é quem tem mais cadeiras, 96; Malta e Luxemburgo são os menores, com seis. Serão 720 eurodeputados no Parlamento.

È a segunda dissolução parlamentar na Europa em menos de um mês. Em 22 de maio, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, convocou eleições antecipadas no país e dissolveu o Parlamento. As novas eleições, segundo Sunak, acontecerão em 4 de julho.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).