Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Alesc homenageia pessoas e entidades que agem contra a fome

Solenidade foi realizada no Plenário Osni Régis | Foto: Bruno Collaço / Agência AL

Por: Elisângela Pezzutti

28/03/2023 - 14:03 - Atualizada em: 28/03/2023 - 14:45

A Assembleia Legislativa, a propósito da Campanha da Fraternidade 2023, novamente voltada contra a fome, homenageou, em sessão solene realizada na noite de segunda-feira (27), pessoas e entidades que agem para mitigar a fome dos catarinenses.

“A existência de famílias, tribos e comunidades passando fome é um escândalo, uma tragédia e ao mesmo tempo um projeto, porque a fome não acontece por acaso, é fruto da ganância de alguns, da irresponsabilidade de outros e da omissão de muitos”, afirmou Padre Pedro Baldissera (PT), autor do pedido de sessão solene.

O deputado elogiou a conexão “profunda” entre o Conselho Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e os brasileiros com o retorno, pela terceira vez, de uma campanha contra a fome: “Fraternidade e fome”, inspirada no versículo bíblico “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Marcos 6:37).

“A Igreja chamou o mundo todo a agir em comunhão contra o escândalo da fome. O mundo ouviu, mandando suporte para o atendimento dos ianomâmis, que estavam morrendo de fome a poucos quilômetros do local onde o ouro de suas terras enriquecia alguns poucos”, lamentou Padre Pedro.

Padre Vilson Groh, que falou em nome dos homenageados, sustentou que a fome decorre da desigualdade social.

“A mãe chega em casa e sabe que o filho precisa comer, e sabe que quando não há comida na mesa, não há paz. A fome tem nome, lugar, rosto, sexo, etnia, cor, a fome não é acidental, é fruto de uma estrutura histórica deste país, precisamos entender de que forma a fome é produzida”, argumentou.

O reconhecido ativista social questionou a pertinência de homenagear cristãos que lutam contra a fome. “Por que fazer homenagem para quem luta contra a fome, se é uma função inerente ao cristão? Não pode ser uma homenagem, mas uma reflexão, tem que ser uma noite na qual saio daqui perguntando: como será minha atitude perante a fome?”, propôs Groh.

O diácono Luiz Paulo de Campos, responsável pela Ação Social Arquidiocesana (ASA), concordou com Vilson Groh. “A fome é um dos resultados mais cruéis da desigualdade e da falta de partilha. Temos de trabalhar para minimizar a fome”, avaliou Luiz Paulo, acrescentando que a ASA atua em 30 municípios da Grande Florianópolis e atende 17 mil famílias, sendo 11 mil crianças, 362 idosos, 53 pessoas com necessidades especiais e 379 pessoas em situação de rua.

Os deputados Marquito (PSol) e Napoleão Bernardes (PSD) prestigiaram a sessão solene e também avaliaram as causas e os desafios do combate à fome.

“Como que depois de 2023 anos de Jesus Cristo ainda temos uma civilização que aceita e normaliza que outros passem fome? E não é por falta de comida, não é por falta de dinheiro, é por causa do sistema capitalista, que concentra dinheiro nas mãos de poucos. Há necessidade de estruturar uma política onde a comida é um direito, não uma mercadoria”, sustentou Marquito, que elogiou as ações das igrejas e da sociedade civil no combate à fome.

“A fome impede, proíbe a materialização de todo direito humano e a humanidade vive um paradoxo de um momento de tanta evolução e revoluções, tantos avanços tecnológicos, mas ainda há o retrocesso da fome”, lamentou Napoleão, lembrando em seguida que cerca de três bilhões de pessoas não possuem dinheiro para uma refeição adequada, 700 milhões passam fome no mundo e 33 milhões, no Brasil.

Galerias lotadas

Agentes das pastorais da Igreja Católica, lideranças de movimentos religiosos, seminaristas, padres, diáconos e fiéis lotaram as galerias do Plenário Osni Régis para prestigiar a sessão solene e aplaudir as pessoas e instituições que trabalham para combater a fome. O encontro contou com a presença do arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck.

Homenageados

  • Padre Vilson Groh, presidente de honra do Instituto Vilson Groh
  • Daniel Paz dos Santos, fundador da Casa dos Amigos de Antônio Carlos
  • Edson “EdSoul” Amaral, jornalista da NSC e ativista social
  • Neila Maria Viçosa Machado, ativista social
  • Maria Cecília Corrêa Maciel, fundadora da Cozinha Comunitária do Ribeirão da Ilha, de Florianópolis
  • Solange Bueno, representante do Conselho Nacional de Assistência Social
  • Terezinha Meurer Guesser, ativista social

Programas e entidades homenageados

  • Ação da Cidadania, representado por Jaqueline Mancheim
  • Associação Mães do Frei Damião, representado por Edna de Souza e Lara Scherer
  • Cáritas Diocesana de Caçador, representada pelo padre Eleandro Hüning
  • Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro), representado por Gisa Garcia
  • Centro Vianei de Educação Popular, representado por Natal João Magnanti
  • Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), representado por Irene Kazue Shimomura
  • Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), representado por Vilson Santin
  • Projeto Alimentar, representado por Sarah Lemonie
  • Rede com a Rua, representado por Angela Olinda Dalri
  • Restaurante Popular de Florianópolis, representado por Edenice Fraga da Cruz
  • Restaurante Popular de Joinville, representado por Fabiana Cardozo
  • Programa Mesa Brasil (Sesc/SC), representado por Jéssica da Luz Pereira Pucci

Fonte: Agência AL

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.