Akira Sato pede demissão da Delegacia Geral de SC

Foto Divulgação/Polícia Civil

Por: Ewaldo Willerding Neto

02/10/2021 - 10:10

O Delegado Geral da Polícia Civil, Akira Sato, pediu demissão do cargo na noite desta sexta-feira (1). A informação ainda não foi confirmada pelo Centro Administrativo, nem o nome do seu substituto. Sato estava há dois meses na função.

Informações extra-oficiais dão conta de que interferências para que afastasse delegados da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais) envolvidos em uma investigação de suposta fraude.

Akira Sato teria respondido que não compactuava com o pedido e o teria classificado como coação. Teria frisado, ainda, que a Polícia Civil não iria abafar um caso de corrupção.

Com o pedido de demissão de Akira, o delegado Marcos Ghizzoni Júnior teria sido convidado a assumir o cargo, mas a troca ainda não foi confirmada.

A Adepol (Associação dos Delegados de Policia de Santa Catarina) emitiu nota oficial repudiando qualquer tentativa de interferência na Policia Civil.

O fato já repercute no meio político e os deputados Kennedy Nunes (PTB) e Ivan Naatz (PL) pretendem convocar Akira Sato para esclarecer os motivos da demissão ou propor uma CPI para investigar o caso.

Confira a nota oficial da Adepol:

“A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Santa Catarina – ADEPOL/SC, vem a público repudiar qualquer tentativa de interferência nas atividades da Polícia Civil, especialmente, nas investigações criminais conduzidas por Delegados de Polícia.A Polícia Civil é órgão de Estado, que atua em obediência à Constituição Federal e às Leis, não podendo servir à vontade de governos ou de seus integrantes.Os Delegados de Polícia, na qualidade de presidentes das investigações criminais, não podem sofrer pressões para atuarem ou deixarem de atuar, no exercício de suas atribuições, em cada investigação iniciada em nosso Estado, com o objetivo de trazer regularidade e paz social aos cidadãos catarinenses.A tentativa de retirar Delegado de Polícia, ou mesmo a nomeação de Autoridades Policiais para a interferência em investigações criminais, são atos de extrema gravidade, que obstruem a justiça, o combate à corrupção e maculam o regular andamento de um Estado democrático de direito.A ADEPOL-SC reafirma seu compromisso com cada Delegado de Polícia do Estado no cumprimento de sua missão e valores éticos.”