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Acusada de fraude, brasileira Patrícia Lélis se torna foragida nos EUA

Reprodução/Instagram

Por: Pedro Leal

16/01/2024 - 08:01 - Atualizada em: 16/01/2024 - 08:10

A brasileira Patrícia Lelis se encontra foragida da Justiça dos EUA, segundo um comunicado do FBI emitido nesta sexta-feira (12). Ela é acusada de fraude e falsidade ideológica, após ter se passado por uma advogada especializada em imigração e ter se apropriado de US$ 700 mil (aproximadamente R$ 3,4 milhões) de imigrantes.

As informações são do portal G1 e do jornal O Globo

Lelis vive na cidade de Arlington, no estado da Virginia. Ela confirou na rede social X – antigo twitter – que é procurada pelas autoridades, mas alega que ser vítima de uma “conspiração”.

A brasileira é notória por escandalos: em 2016, ela acusou o deputado Marco Feliciano (PL-SP) de estupro – o caso foi encerrado depois que a polícia concluiu que não havia elementos que corroboravam com a acusação, e ela acabou virando ré em uma acusação de tentativa de extorsão de um assessor do deputado após o vazamento de vídeos.

À ocasião, a Justiça de São Paulo aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público (MP), que acusou Patrícia de denunciação caluniosa e extorsão contra Bauer.

Para a 1ª Promotoria Criminal, Patrícia mentiu à Polícia Civil em agosto de 2016 ao dizer que foi sequestrada e mantida em cárcere privado pelo assessor num hotel na capital paulista. Por conta dessa acusação, Bauer chegou a ser preso, mas depois foi solto.

 

Reprodução

Em outra denúncia, Lélis também acusou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de ameaçá-la após troca de ofensas públicas em 2017. Na ocasião, ela afirma que ele a teria chamado de “otária” e ameaçado “acabar com a sua vida” caso a discussão continuasse.

No entanto, relatório da Polícia Civil do Distrito Federal de 2021 aponta que havia indícios de crime de denunciação caluniosa de Lélis contra o “zero três”. Na época da acusação, ela trabalhava no PSC, então sigla de Eduardo Bolsonaro, seu namorado no período. A procuradora-geral da República à época Raquel Dodge apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar, e depois foi remetido à primeira instância.

Em 2018, ela concorreu ao cargo de deputada federal pelo Pros, mas não foi eleita. Se mudou então para os EUA, onde chegou a ser presa em 2019 por falsa comunicação de crime.

Brasileira chegou a ser presa em 2019 por falsa comunicação de crime. Reprodução

Depois disso, se filiou ao PT, do qual foi expulsa em 2021.

A decisão foi tomada após a jornalista publicar um vídeo nas redes sociais em que fala que uma mulher trans “mostrou seu pênis a outras mulheres e adolescentes” ao entrar em um banheiro em Los Angeles.

“Externamos nosso repúdio às postagens publicadas por Patrícia Lélis e informamos que vamos aplicar ao caso as normas estatutárias cabíveis, de forma a deixar claro que o PT jamais compactuará com narrativas de ódio e preconceito como é a transfobia”, disse o partido em nota publicada em 2021.

Entenda a Acusação

Segundo a acusação, em 22 de setembro de 2021, Lelis cobrou US$ 270 mil (R$ 1,32 milhão) de uma vítima para supostamente ajudar a pessoa a conseguir um visto para os parentes, dentro de um modelo de visto que permite residência para estrangeiros nos EUA que façam grandes investimentos que gerem empregos no país.

O dinheiro, que supostamente seria usado para investir na geração de empregos nos EUA e assim garantir o visto, teria sido usado por Lélis em sua própria conta bancária. Depois disso, ela usou para pagar a residência, reformar o banheiro e quitar as dívidas do cartão de crédito.

Segundo o texto do Ministério Público da Virginia, ela mostrou um documento falso para a vítima que mostrava que ela poderia exercer advocacia nos EUA.

Ela ainda é acusada de ter falsificado formulários de imigração, ter criado recibos falsos de um projeto de investimentos no estado do Texas e ter criado perfis falsos de pessoas que seriam ligados a um fundo de investimento.

De acordo com a acusação, ela pediu para que amigos delas se passassem por funcionários desse fundo de investimentos em telefonemas e chamadas de vídeo com as vítimas do esquema.

Ela teria ainda inventado o número do processo que estaria correndo na Justiça. Quando a vítima se recusou a enviar mais dinheiro, Patrícia teria ameaçado os pais dela.

Se for considerada culpada, ela pode ser condenada a uma pena de até 20 anos de prisão.

Até a sexta-feira (12) ela ainda estava em liberdade nos EUA.

Na rede social X ela afirmou que ela está sofrendo perseguição e não aceitou que a fizessem de bode expiatório e quis mostrar o lado dela da historia e garantir sua segurança. Ela ainda publicou uma frase xingando os EUA e que ela iria “curtir uma praia bem tranquila”.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).