“A população quer que o vice seja uma pessoa diferenciada”

Por: OCP News Jaraguá do Sul

18/11/2016 - 07:11 - Atualizada em: 18/11/2016 - 07:40

Atualmente presidente da Câmara de Vereadores de Schroeder, o empresário Adriano Kath (PSDB), 38 anos, é o vice-prefeito eleito do município, que irá trabalhar ao lado de Osvaldo Jurck (PSDB), reeleito, pelos próximos quatro anos. O OCP continua hoje com a série de entrevistas com os vice-prefeitos eleitos da microrregião.

Natural de Schroeder, Kath tem formação em contabilidade. Trabalhou na empresa Grameyer, como assistente técnico, e encontrou ali uma oportunidade para abrir seu próprio negócio. Tendo que ir para outras cidades para fazer consertos em usinas hidrelétricas, a empresa precisava fazer a locação do transporte, geralmente de Jaraguá do Sul. “Aí vi uma oportunidade, Schroeder ainda não tinha empresa assim no município e dali que iniciei minhas atividades como empresário. Tenho uma empresa de locação de carro e de transporte executivo, e uma oficina também, em Jaraguá do Sul. Depois acabei saindo da Grameyer, mas prestando serviço a eles ainda, e assim se foi essa parte de empreendedorismo”, conta o eleito sobre sua vida profissional.

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Nos poucos momentos de folga, Kath se diverte com o cachorro da família

 

Na política, concorreu pela primeira vez em 1998, mas não se elegeu. Tentou novamente em 2012, conquistando o cargo que ocupa até o fim deste ano. Nos últimos dois anos atuou como presidente da Casa.

Kath recebeu a equipe de reportagem na Câmara de Vereadores e também em sua casa, na semana passada. Ele conta que, com as suas atividades divididas entre a política e os negócios, sua rotina é puxada, começando por volta das 6 horas. Além dos compromissos de segunda a sexta, nos sábados também comparece a eventos da comunidade e também a reuniões partidárias. “É mais no domingo que dá tempo de aproveitar em casa”, confessa, enquanto aproveita para brincar com os cachorros da família.

ENTREVISTA

O que levou o senhor a participar da política?

Como Schroeder assim é menor, em termos de estrutura populacional, o que favoreceu é porque a gente já se misturava no meio dos times, eu montei time para os jogos municipais, o município de Schroeder sempre foi muito forte na área de esportes, então levou que a gente sempre estava à frente disso. Então os amigos, muitos também são empresários, sempre a gente teve essa ideia de estar concorrendo e botar alguém da nossa turma para estar concorrendo ao pleito. Foi onde que a gente acabou decidindo, aceitando esse desafio de concorrer, e hoje a gente está já há doze anos no cenário político do município.

Como o senhor pretende trabalhar na Prefeitura, como vice-prefeito? O que espera?

A parte política ela é muito boa às vezes nas eleições porque a gente acaba tendo um aprendizado e a gente acaba conversando com a população. A gente vê que a população quer que o vice seja uma pessoa diferenciada hoje do que está acontecendo a todos os municípios. A maioria da população pensa que o vice não trabalha, que só assume quando o prefeito sai do exercício, e o meu objetivo como vice-prefeito é trabalhar as oito horas igual o prefeito trabalha, isso é um compromisso de campanha meu e do seu Osvaldo (Jurck), que eu ficaria com ele 100% na Prefeitura trabalhando juntamente com ele, até para fiscalizar mais a parte de obras, educação, saúde.

O senhor pretende assumir alguma secretaria?

Não, eu e o seu Osvaldo já temos essa ideia, como muitos municípios aí já postaram que querem fazer até lei (contrária) para nomear vereador, a gente não trabalha com essa hipótese também, a gente vai trabalhar com hipótese de que secretário é secretário, vereador é vereador, prefeito é prefeito e o vice-prefeito a gente até estava analisando de assumir uma área, mas aí eu estaria somente trabalhando nessa área, e o povo elegeu a gente para fazer um acompanhamento geral de todas as secretarias.

Então eu vou me dispor a essas oito horas por dia trabalhar dentro da Prefeitura, para a gente ter um contexto de todas as áreas e eu ser o fiscal em cima do secretariado para que o prefeito também consiga trabalhar um pouco mais aliviado em termos de população. Porque daí ele pode fazer a função dele de executivo mesmo, e eu faço uma função mais de relação entre a população e a prefeitura.

O que o senhor espera ou como imagina que vai ser o relacionamento com o prefeito, como será esse trabalho em dupla?

Hoje o seu Osvaldo é do PSDB e eu também. A gente fez chapa pura, tinha essa ideia desde o início, porque muitos da população já não querem mais essas coligações tão grande, a gente acredita que fazendo uma chapa pura a gente consiga fazer uma Prefeitura mais enxuta esses próximos anos. Temos essa ideia de continuar só com quatro secretários e não vamos aumentar secretarias. E eu e ele a gente já tem assim um papel muito bom no partido, eu sou presidente do PSDB também e ele como prefeito, então a gente já tinha essas conversas, temos um diálogo muito bom.

Para mim vai ser um aprendizado também, ele tem uma experiência de três mandatos, agora o terceiro mandato de prefeito e um de vice, e eu somente com um mandato de vereador e de presidente da câmara. Então a gente vai dialogar bastante, vai ser um aprendizado para mim muito bom. Até porque a população hoje espera um diferencial do gestor público, espera que todo mundo trabalhe, que dê resultado.

Sua experiência então como vereador e como presidente da Câmara pode auxiliar no mandato. Como?

Com certeza, a gente vem assim como munícipe para a área pública e acha que pode fazer tudo o que a população espera, até eu esperava que a gente pudesse fazer mais, mas a gente chega aqui, quando entra na área pública, a gente vê que tem lei, tem normas, ela é um pouco mais travada, que não deveria ser. Ela deveria ser igual empresa. Na minha empresa, se eu precisar de material de expediente vou lá e compro. Na área pública tu tem que antecipar tudo isso aí, para fazer licitação, e demora, tem aquele tempo (de recurso). Então a gente vem assim de uma área privada para a pública, ela tem esse diferencial.

Pensando nos próximos quatro anos, o que o senhor imagina que será o maior desafio?

O nosso maior desafio, que é o mesmo de outros municípios, é angariar recursos, porque se ficar só com a receita que o município tem hoje vai ficar na mesmice, não consegue fazer tudo aquilo que as pessoas querem. Tem que buscar recursos, estar em conversa com deputados, senadores. Hoje nossa região é bem representada, então acredito que a gente tenha bastante representação, tanto no Estado quanto no país. Então é muito importante esses pleitos e a gente sabe que o diferencial de uma gestão é ter um gestor público que saiba cuidar bem do dinheiro. Estamos levantando essa bandeira de buscar recursos e mostrar para a população que está sendo bem investido.