Florianópolis perdeu um dos seus maiores talentos. O artista Rodrigo de Haro morreu na manhã desta quinta-feira (1), aos 82 anos. Filho de outro gênio da pintura, Martinho de Haro, Rodrigo enfrentava problemas cardíacos e renais e era cuidado em casa.
Nascido na França, Rodrigo de Haro foi eclético. Poeta, pintor, intelectual, pensador e mosaicista, Durante anos, dividiu-se entre Florianópolis e São Paulo, o que lhe abriu espaços em galerias e entre colecionadores importantes.
Um exemplo de seu ecletismo foi o fato de ter feito os cenários do filme “Cruz e Sousa – O poeta do Desterro” (1998), do cineasta catarinense Sylvio Back.
Um de seus trabalhos mais importantes é o gigantesco mosaico presente na fachada do prédio da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Em mais de 70 metros quadrados, é possível ler a história das Américas por meio de relatos de viagens, crônicas pré-colombianas, lendas amazonenses, literatura colonial e poemas de autores contemporâneos.
O velório acontece em uma das capelas do Cemitério do Itacorubi, em cerimônia reservada à família e amigos próximos.
As principais obras
- Trinta poemas. São Paulo: Edição do autor, 1961
- Pedra elegíaca. Porto Alegre: Edições Flama, 1971
- Amigo da labareda. Poesia. São Paulo: Massao Ohno, 1991
- Mistério de Santa Catarina. Florianópolis: Athanor, 1992
- Porta. Florianópolis: Athanor, 1992
- Naufrágios. Florianópolis: Paralelo 27, 1993
- Caliban. Florianópolis: Athanor, 1995
- Livro da borboleta verde. Florianópolis: Fenasoft, 1998
- Andanças de Antônio. Florianópolis: Insular, 2005
- Ofícios secretos. Poesia hermética. Florianópolis: Insular, 2011