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Três empresários com características marcantes se entregam a um projeto audacioso

Os fundadores: Werner Voigt, Eggon da Silva e Geraldo Werninghaus

Por: OCP News Jaraguá do Sul

16/09/2021 - 14:09 - Atualizada em: 23/05/2024 - 15:24

Inovação e tecnologia são palavras comuns na linguagem industrial atual. Mas, há 60 anos, elas já faziam parte do cotidiano de um homem focado na evolução de sua jovem empresa.

Werner Ricardo Voigt, o idealizador do protótipo de um motor que se tornou o produto originário da WEG, era apaixonado por eletricidade e, até os últimos dias de sua vida, caminhou pelos corredores das fábricas que ajudou a fundar – talvez maravilhado com o tanto que realizou ao longo de seus 85 anos.

Werner Ricardo Voigt – Foto Arquivo OCP News

O “W” da WEG faleceu de causas naturais em 2016, depois de imprimir seu nome em diversos projetos. Da oficina em que atuava na manutenção de cerca de duas dezenas de veículos motorizados que então circulavam em Jaraguá e região na década de 1950, ao projeto audacioso de fundar uma das maiores empresas do mundo, Werner mostrou que o espírito empreendedor e líder também carregava humildade suficiente para conhecer e ouvir seus colaboradores.

“Conviveu com engenheiros recém-formados ou já experientes com o mesmo prazer de sempre. Perguntando, olhando, ouvindo, descobrindo e conversando, Werner dividiu toda sua experiência de forma efetiva na produção e na solução de problemas.”

As linhas eternizadas na história da empresa que fundou não deixam dúvidas de que o empresário que estava à frente da tecnologia utilizada pela WEG também era o líder disposto a ensinar e aprender.

Sagacidade e entusiasmo para unir forças e criar uma das empresas mais promissoras do mundo

“E” de elo. A sagacidade e o entusiasmo de Eggon João da Silva foram essenciais na união dos visionários fundadores da WEG. Sua esposa, Laura, 85 anos, recorda com emoção de trechos marcantes do início da amizade e da sociedade que tornaram palpável a empresa dos sonhos.

Eggon João da Silva | Foto Divulgação

“Tenho um sentimento de orgulho muito grande. Afinal, quando eles começaram, em 61, não tinham nada para começar a WEG. Os três sempre pensaram em crescer”, comenta, indicando que o sonho de montar a empresa já nasceu grande.

Quando conheceu o futuro marido, ele atuava como caixa no Banco INCO, o principal do Estado, onde continuou após o casamento. Dona Laura conta que, quando Eggon decidiu deixar o banco, o gerente não aceitou, pois o esposo era extremamente dedicado e comprometido.

Laura Augusta da Silva

“Até então, ele [o marido] não sabia o que ia fazer. Foi quando procurou o Sr. Werner, que tinha uma oficina de consertos. O Seu Geraldo ele conheceu em Joinville e gostou muito dele. Depois, Eggon teve a ideia da empresa, e ele era muito empolgado”, recorda.

Logo após deixar o banco, Eggon tornou-se sócio da João Wiest & Cia. Ltda., uma firma especializada na produção de canos de escape para veículos. Só quatro anos depois é que o empreendimento idealizado por ele, Werner e Geraldo se tornou realidade.

“Na primeira vez que entramos na WEG 1, o Eggon falava para mim que um dia a rua seria fechada, pois tudo ali ia ser WEG, dos dois lados da rua. Eu pensava: coitado, sonha alto”, comenta a esposa.

“Mas, por outro lado, eu o admirava muito. Ele sempre falava: ‘eu me cerco de pessoas melhores do eu, mais inteligentes’. Eu não falava nada, mas pensava: onde ele vai encontrar pessoas mais inteligentes do que ele? Para mim, ele era o maior visionário de Jaraguá”, completa.

Em outra oportunidade, durante a escolha do terreno para construção da WEG II, os sócios foram visitar o local num sábado, junto às esposas. Ela conta que uma delas chegou a comentar “vai ser uma fábrica ou uma cidade?”, pois achavam a área grande demais.

No entanto, a WEG cresceu tanto que ultrapassou as fronteiras da cidade e, hoje, dona Laura enxerga essa trajetória com admiração e carinho. “Tudo na história da WEG me marcou”, ressalta, emocionada.

Eggon João da Silva faleceu aos 85 anos, em 2015, de causas naturais, em Jaraguá do Sul. Seu legado também está impresso nas páginas da história de outras grandes empresas: Oxford, Tigre, Marisol e Perdigão.

WEG e Jaraguá do Sul caminham juntas, como sonharam seus fundadores

“Quando o Geraldo, o Eggon e o Werner resolveram instalar uma fábrica de motores elétricos em Jaraguá do Sul, eles sabiam dos desafios que teriam pela frente.” A afirmação é de dona Lilian Werninghaus, esposa de Geraldo, falecido em 1999, em um acidente de trânsito.

Naquela época, ela recorda, não havia mão de obra especializada, nem infraestrutura adequada para atender as necessidades de uma fábrica, mas tinha algo que eles consideravam muito mais importante: a vocação para o empreendedorismo, a disciplina e a vontade de trabalhar do povo de Jaraguá do Sul.

“Eles sempre sonharam grande porque eles sabiam que era possível”, afirma.

Dona Lilian comenta que os fundadores tinham habilidades diferentes: um eletricista, um administrador e um mecânico, mas todos eram muito parecidos na ousadia, no entusiasmo e no comprometimento. E isso, revela, foi fundamental para que a sociedade desse certo desde o início.

Geraldo Werninghaus

Começaram produzindo motores elétricos, em 1961 numa pequena fábrica, onde é hoje o Museu WEG de Ciência e Tecnologia. Depois, ampliaram com a produção de componentes eletroeletrônicos, produtos para automação industrial, transformadores e tintas.

Para ela, o sentimento de todos, familiares, amigos e comunidade é o mesmo em relação ao empreendimento: muito orgulho.

“A WEG é a realização de um sonho, não só dos três fundadores, mas de todos que sonharam junto com eles. Quando eu e o Geraldo viemos para Jaraguá do Sul para iniciar a sociedade com o Eggon e o Werner, a gente trocou o ‘certo’ pelo sonho. Foi muito difícil no início. Eles trabalhavam dia e noite, nos fins de semana, viajavam muito…”, relembra.

Lilian Werninghaus – @hermannimage

“Ver todo esse esforço materializado é muito gratificante. Esse é o momento que a gente olha pra trás e vê que tudo valeu a pena”, completa.

Sobre as principais características do marido, dona Lilian ressalta que Geraldo era um verdadeiro líder, muito focado nas metas de produção e nas equipes de trabalho.

“Ele estava sempre lá, junto, envolvido no dia a dia das fábricas, motivando os colaboradores e comemorando com eles as vitórias. Lembro que quando eles batiam as metas ele não deixava ninguém de fora das comemorações. Sabia reconhecer o esforço da equipe. Era um líder presente”, pontua.

Se no começo, ela acreditava ser uma ousadia da parte deles querer vender motores elétricos na região, com o tempo, percebeu que a força de vontade dos três fundadores não tinha limites.

“Ficava pensando: ‘pra quem vão vender tantos motores aqui, numa região agrícola?’”, destaca.

Logo, a resposta para esse questionamento foi surgindo, através do esforço e determinação.

“Eles trabalhavam muito, viajavam para oferecer os motores pelo Brasil todo e voltavam sempre com novos pedidos. O sonho deles foi se tornando realidade e a nossa região foi se tornando uma referência no segmento. Com isso muitas oportunidades surgiram… Jaraguá do Sul abraçou esse sonho deles e a cidade cresceu junto com a WEG”, conclui.

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OCP News Jaraguá do Sul

Publicação da Rede OCP de Comunicação