A história de Luana Introvini com o Padre Aloísio Boeing começou em 2016, quando ela precisou fazer um curso de batismo. “Eu sou do Paraná e meu esposo é de Joinville, mas morava em Jaraguá do Sul. Procurei cursos para a data que eu precisava e acabou dando certo na Paróquia do Padre Aloísio, então conhecemos a história dele”, explica Luana.
Dois anos antes, ela e o marido, Tiago, efetuaram a compra de imóvel em que acabaram passando por um golpe financeiro e aguardavam a resolução da situação com o cumprimento de uma proposta feita pela imobiliária. Mesmo com muito tempo de espera do pagamento que seria feito pela imobiliária, a situação demorou a ser regularizada.
Foi quando o casal teve a ideia de pedir a intercessão do Padre, e na mesma semana a situação se resolveu. “Para mim e para meu esposo sempre foi uma graça do Padre”, diz. Mas foi em 2020, com a descoberta de uma gravidez de risco, que Luana se tornou devota do Servo de Deus.
Nessa época, o casal vivia em Itajaí, para onde se mudaram em 2019. Tudo começou com uma simples ida a uma dermatologista. Aos 34 anos, Luana sofria com espinhas desde a adolescência e enxergava a solução no Roacutan, um medicamento conhecido para tratamento de acnes graves.
“A médica era contra o remédio pelos efeitos adversos, e sugeriu tratar com limpeza de pele e peeling, mas eu insisti muito. Sempre me incomodei com espinhas e queria resolver logo”, relembra.
O tratamento foi feito dentro da prescrição médica. A lista de contra indicações e reações adversas do Roacutan é extensa. A maior preocupação ao usar o medicamento é não engravidar, já que ele pode causar problemas para o feto. “Fiz o exame de gravidez pois não podia estar grávida para tomar esse remédio, e deu negativo. Assinei o termo que não poderia engravidar também”, conta.
Depois de cerca de uma semana, Luana começou a se sentir mal, com muito vômito, diarréia e cólica, que não melhoraram mesmo com o passar dos dias. “Fui ao médico, a primeira coisa que ele perguntou foi se eu poderia estar grávida. Eu disse ‘não’, com muita certeza pois não tinha muito tempo que tinha feito o exame. Ele disse que eu poderia estar com endometriose, me passou remédio e fui embora.”
Os sintomas não passaram, então ela voltou ao médico e fez mais uma bateria de exames. Depois de algumas horas, a notícia: Luana estava grávida. Logo veio a culpa, afinal ela não podia engravidar tomando o medicamento e o primeiro teste havia dado negativo. “Saí, chamei meu esposo e contei chorando pra ele. Me senti muito mal por colocar um bebê em risco, engravidando naquele momento”, relembra.
“Fiz outro exame de sangue. Agora quantitativo para saber de quanto tempo estava. Depois o ultrassom confirmou: estava de seis semanas! Quando fiz o exame anterior eu já estava com três semanas e ele deu negativo. Me revoltei, mas fiquei mais tranquila por não ser culpa minha. Não fui eu que causei esse risco, não foi descuido meu”, conta.
No ultrassom estava tudo certo com o feto, mas o risco de aborto existia, Luana lembra que passou dia após dia esperando esperando o pior acontecer e ainda sentindo muita dor. Com 12 semanas fez o ultrassom de translucência nucal para ver risco de síndrome de Down e outras doenças.
“Graças a Deus estava tudo certo, mas descobri que o bebê não tinha a mão direita e que era uma menina. Eu nem olhei para o Tiago durante o exame. Correram as lágrimas discretamente. No final do exame a médica saiu da sala, me vesti e quando saímos, desabamos”, comenta Luana.
As dores continuavam e o risco de aborto também. Luana foi acompanhada durante toda a gestação, considerada de alto risco. Com outros ultrassons, descobriu-se que a má formação da mãozinha não era fruto do Roacutan, e que o risco que realmente existia era de má-formação do sistema nervoso e cardíaco.
“Depois do ultrassom da mãozinha, com 12 semanas e sabendo do risco maior, nós lembramos do Padre. Começamos a ir para Jaraguá do Sul nos dias 17 de cada mês e eu fiz uma promessa que estaria ali todo dia 17 pela saúde da minha filha. Fui muito bem recebida pela irmã Edena e o Padre Leo nos abençoou várias vezes. Eu e o Tiago mal conversamos sobre a deficiência pois já começávamos a chorar”, explica.
O dia 17 tem um significado especial para os devotos do Padre Aloísio. Foi no dia 17 de abril de 2006 que ele partiu serenamente para os braços de Deus. O Padre foi sepultado no jardim ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário, no bairro Nereu Ramos, em Jaraguá do Sul. O local é ponto de orações e pedidos de graças e os visitantes costumam ser recepcionados pelo padre Léo Heck e pela irmã Edena, que conviveram com o sacerdote por muitos anos.
A gestação foi velada por muitos grupos de oração, que rezavam sem parar pela saúde da criança. “Muita gente falava ‘tenha fé, ela vai nascer perfeita’, mas eu só queria que ela nascesse, perfeita ela seria de qualquer jeito. Não ter uma mão não faz ela ser imperfeita”, ressalta Luana.
A luta dos pais foi constante durante toda a gravidez, mas a fé sempre esteve presente. A escolha do nome, Amora, simboliza amor, perfeição, beleza, delicadeza e doçura, além de ser símbolo de amor e sorte. O significado do nome se torna ainda mais especial com o desfecho da história da família.
Com 22 semanas foi feito um ultrassom morfológico e constatou-se que tudo estava tudo certo com a pequena. Esse exame analisa o tamanho e os órgãos do corpo do bebê, além de avaliar com riqueza de detalhes a saúde e o desenvolvimento. “Deste momento em diante, aceitei ganhar presentes, que antes pedia para não darem, pois tinha medo de perder o bebê”, relembra a mãe.
Com 30 semanas de gravidez, foi realizada uma ecografia fetal, que avalia o funcionamento do coração e identifica doenças antes mesmo de o bebê nascer. O exame mostrou que tudo estava perfeito no coraçãozinho da Amora, ela não teria nem sopro cardíaco.
“Com 36 semanas entrei em trabalho de parto. Às 4h da manhã estourou a bolsa e às 6h já pedi orações para a irmã Edena. A Amora nasceu no dia 10 de fevereiro de 2021, às 10h20, perfeita! Perfeita e sem a mãozinha direita, mas sem nenhum outro tipo de problema de saúde. Sempre mantive minhas orações e frequento as missas do padre nos dias 17, onde peço por saúde e agradeço. A Amorinha é a minha graça!”, conta a mãe, emocionada.
A fé que a família tem no Padre Aloísio é incontestável, desde a graça financeira até a saúde da pequena Amora. Os pais contam que a sensação é de gratidão, fé, paz e cuidado, por saber que a pequena é abençoada pelo Padre. “É necessário acreditar e ter fé, saber que independente do que pedimos, estamos sendo assistidos. A fé me faz acreditar que existe uma possibilidade ‘impossível’, diferente do óbvio e da ciência”, finaliza Luana.