Morte súbita: entenda como prevenir ou como prestar socorro nesses casos

Por: Elissandro Sutil

27/08/2020 - 08:08 - Atualizada em: 27/08/2020 - 13:08

Morte súbita é toda morte que acontece em menos de uma hora do início dos sintomas e não é originada por causas externas, como um acidente de carro ou uma agressão.

Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas cerca de 320 mil pessoas sofrem morte súbita anualmente no país, sendo que 86% delas ocorrem no próprio lar da vítima e a maior parte do restante em locais de grande circulação de pessoas.

De acordo com o cardiologista, Dr. Saulo da Costa Pereira Fontoura, a grande maioria das mortes súbitas em adultos ocorrem devido a doenças cardiovasculares como infarto, arritmias graves, embolia pulmonar, de dissecção de aorta, ruptura de aneurisma cerebral, entre outras.

“A morte súbita pode ser praticamente instantânea, uma pessoa pode estar se sentindo bem e cair no chão, de repente, devido a uma parada cardiorrespiratória (PCR). Já outros podem ter a sorte de apresentar sintomas de “aviso” minutos antes da PCR e ter a oportunidade de agir antes que o pior aconteça”, explica.

O especialista ressalta que esses avisos devem ser reconhecidos para que se possa procurar ajuda a tempo. Alguns deles são:

  • Dor, queimação ou aperto no peito;
  • Dor súbita e não explicada em um dos braços, mandíbula, estômago ou costas;
  • Falta de ar especialmente se súbita e forte;
  • Desmaios em especial se acontecer sem motivo aparente ou sem sintomas antes da perda de consciência.

Caso a pessoa tenha algum dos sintomas de aviso a medida mais eficaz é procurar ajuda médica imediata. Algumas vezes esses sintomas não vão evoluir para a morte súbita, mas os casos em que isso ocorre estar perto de ajuda médica qualificada é a melhor chance de superar de recuperar.

Como evitar uma morte súbita?

Prevenção é o primeiro passo. A maior causa de morte súbita são as doenças cardiovasculares, portanto é preciso proteger a saúde do coração para reduzir o risco.

“Atividade física regular, alimentação saudável, manutenção do peso adequado, cessação do tabagismo e controle dos seus níveis de colesterol, de pressão arterial e de glicose são muito eficientes. Uso de medicações para controlar esses fatores de risco, quando indicado por um médico, é essencial também”, destaca.

Quem já tem uma doença cardíaca está sob maior risco, essas pessoas devem ter cuidado redobrado com a saúde para evitar a morte súbita.

Segundo o cardiologista, em alguns pacientes com doença cardíaca grave e o risco muito aumentado pode ser necessário o implante de um Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI), que é um aparelho parecido com o marcapasso e serve para tratar arritmias graves que possam levar à morte. “O CDI deve ser indicado pelo cardiologista e implantado por um especialista em arritmia ou cirurgião cardíaco.”

Se houver parentes de primeiro grau que tiveram morte súbita, especialmente mais jovens, isso deve ser dito ao médico, pois algumas causas de morte súbita são genéticas. Com o diagnóstico precoce há tratamentos que podem prolongar e melhorar a vida do paciente.

Como lidar com uma situação de morte súbita?

O Dr. Saulo explica que se a pessoa este tiver caído no chão, parar de responder ou apresentar qualquer suspeita de perda de consciência, quem estiver próximo a ela deve a chamar, perguntar alto se está tudo bem, sacudi-la se necessário e verificar se está consciente, se não houver resposta o próximo passo é verificar se está respirando bem.

Se não responder e não estiver respirando normalmente, ela provavelmente sofreu uma PCR. Deve ser então acionar imediatamente o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e seguir as instruções de atendimento por telefone.

“Chamar o SAMU é sempre o primeiro passo no atendimento quando há suspeita de PCR, porque o maior determinante de sobrevivência e rapidez com o desfibrilador chega no local”.

O atendente do SAMU irá passar instruções por telefone, como a realização de compressões no peito da vítima para ajudar a manter algum grau de circulação aos órgãos vitais até o coração voltar a bater.

Caso uma PCR aconteça em algum local de grande circulação é possível que haja um Desfibrilador Automático Externo ali mesmo e que a equipe local tenha treinamento para utilizá-lo.

Sobre o especialista

O Dr. Saulo da Costa Pereira Fontoura (CRM 16733 | RQE 15155) é especialista em cardiologia, eletrofisiologia invasiva, arritmias e estimulação cardíaca. Ele atende na Cardio Clínica na Rua Artur Muller, 105 – Centro de Jaraguá do Sul. Mais informações no site da Cardio Clínica. Contato: (47) 3371-3247 | (47) 3055-0035.

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