A indumak é um exemplo de como a oportunidade bate na porta daqueles que se dedicam com paixão à atividade que ocupam, e como a visão e a iniciativa podem transformá-la em um negócio longevo, bem-sucedido e do qual muitas pessoas podem encontrar ali, a sua oportunidade de desenvolvimento.
E sua história é uma mistura entre o desenvolvimento de Jaraguá do Sul e o desenvolvimento do processo de embalagem de produtos. Não passa de cinco décadas o tempo dos “armazéns de secos e molhados”, que dispunha de grãos e cereais a granel, armazenados em grandes recipientes, os quais eram separados por meio de uma concha dosadora, embalados em sacos de papel ou plástico e pesados diante do consumidor.
Com o passar do tempo, e conhecendo os hábitos dos consumidores, alguns desses estabelecimentos passaram a deixar quantias padrão já embaladas, para que os clientes já as encontrassem prontas. Também era uma forma de proteger o produto da ação do ambiente e a consequente infestação de insetos que se alimentam dos produtos expostos, como o caruncho.
Foi o início do processo de fracionamento e empacotamento, ainda rudimentar. Posteriormente, surgiram as seladoras manuais, que, através de um metal aquecido, colava as duas partes da boca de uma embalagem plástica para proteger o produto em seu interior.
Apesar de práticas, em comparação com os métodos iniciais, a seladora também trazia riscos de queimaduras, danos no material e uma série de outros.
A oportunidade bate à porta
Era uma realidade em qualquer cidade em desenvolvimento, inclusive Jaraguá do Sul, que também iniciava sua vocação industrial. Os mecânicos Rudolfo Kreis e Fritz Pfeiffer atendiam empresas do setor de alimentos, entre elas a multinacional Duas Rodas, consertando suas máquinas seladoras de pedal.
De tanto consertarem tais peças, vislumbraram a oportunidade de também fabricá-las. Então começou a produção de seladoras, que já haviam evoluído para o sistema de selagem contínua, com o material plástico percorrendo uma esteira, com o processo de pesagem ainda manual.
Com o passar dos anos, novas funcionalidades foram sendo agregadas, até o desenvolvimento de uma empacotadora automática. No início da década de 1970, apenas a alemã Bosch, com fábrica em São Paulo, produzia empacotadeiras automáticas, de um quilo. Inspirada nela, a Indumak desenvolveu o seu próprio modelo automatizado.
Empacotadora de 5 kg, o grande salto evolutivo
A boa aceitação dos produtos não acomodou a empresa. Havia desafios a serem vencidos: aumentar a praticidade e velocidade dos processos e, principalmente, permitir o fracionamento e empacotamento de volumes de cinco quilos. Entre tentativas, testes, readequações, finalmente surgiu o modelo pioneiro, no Brasil, para essa medida. A Cooperativa Imembuy, de São Borja, no Rio Grande do Sul. A máquina processava oito pacotes por minuto, uma grande evolução para a época.
O desenvolvimento das máquinas coincidiu com o desenvolvimento dos materiais. O plástico da época não tinha as características encontradas nos produtos atuais, o que causava bastante transtorno no processo de selagem. Cliente e fornecedor trabalhavam juntos para encontrar soluções.
Nesse caminho, a indústria petroquímica lançou um material de polietileno que permitia excelente solda entre as partes do plástico, trazendo novas oportunidades para o setor.
A partir daí, a Indumak seguiu inovando e ampliando seu portifólio de produtos, chegando às linhas das quais dispõem atualmente.
Com a colaboração de Gelson Schmidt, diretor comercial da Indumak