O estômago possui um revestimento protetor altamente resistente a fatores irritantes, e geralmente, tem ampla capacidade de suportar a presença de ácidos que são produzidos pelas próprias células do órgão.
A gastrite consiste na inflamação deste revestimento do estômago, e pode ser classificada em: gastrite aguda, de início recente e abrupto, e crônica que tem duração de meses e até muitos anos.
Ela também pode ser classificada em erosiva, que é quando ocorre uma inflamação e descontinuidade do revestimento gástrico, e não erosiva, quando há inflamação do revestimento gástrico sem descontinuidade do mesmo.
De acordo com a gastroenterologista, Dra. Bruna Ximenes Canfield, as causas da gastrite são muitas:
- Infecção pela bactéria Helicobacter pylori;
- Uso de medicações (anti-inflamatórios principalmente);
- Consumo de álcool;
- Infecções virais ou fúngicas;
- Estresse físico ou emocional;
- Ingestão de substâncias corrosivas.
A especialista explica que a gastrite pode ser, normalmente, assintomática.
“Também pode ocorrer dores no estômago, chamado de epigastralgia, ou apenas desconforto. Náusea, vômito e plenitude, o chamado estufamento, também são comuns”, explica.
Em casos em que há complicações da gastrite, a gastroenterologista afirma que pode ocorrer o desenvolvimento de úlceras as quais podem evoluir para uma perfuração gástrica, hemorragias, atrofia da mucosa gástrica e evolução para metaplasias, displasias e câncer de estômago.
Foto: Matheus Wittkowski
Diagnóstico, tratamento e prevenção
De acordo com a Dra. Bruna X. Canfield, a suspeita de gastrite ocorre por meio da história clínica do paciente e do exame físico. Já a confirmação pode ser feita através da endoscopia digestiva alta (exame realizado sob sedação, por meio de tubo flexível para visualização do esôfago, estômago e duodeno).
“Biópsias são realizadas durante o exame, quando é feita uma extração de amostra de tecido gástrico para análise microscópica e então o diagnóstico definitivo”, ressalta.
Ela salienta que o tratamento tem como objetivo eliminar os fatores causadores, como por exemplo o uso de medicações e álcool. “Tratamento de Helicobacter pylori quando positivo, e uso de medicações inibidoras de produção de ácido, também são opções dependendo de cada caso.”
O mais importante de tudo é prevenir! A especialista pontua que a melhor forma de prevenção da gastrite é evitar o uso de medicamentos anti-inflamatórios, o consumo de cigarro e abuso de álcool.
Além disso, medidas de higiene pessoal como lavar as mãos, e cuidados no preparo e conservação de alimentos auxiliam na prevenção, pois podem evitar infecções alimentares que podem associar-se às gastrites.
Sobre a especialista
A Dra. Bruna Luiza Zonta Ximenes Canfield (CRM 16899 e RQE 13793) é formada em gastroenterologia e clínica geral. Ela atende na ClíniCanfield, que fica na Policlínica, no centro de Jaraguá do Sul. Atende consultas nas áreas de clínica geral e gastroenterologia, e realiza exames de Endoscopia digestiva alta. É médica formada pela Universidade do Vale do Itajaí, com residência médica nas cidades de Campina Grande do Sul e Joinville.
